22/12/09

BLINDADOS ANFÍBIOS PANDUR II


Blindado Anfíbio PANDUR II

          A mobilidade, velocidade e protecção são as principais características do PANDUR II, com uma guarnição de 2 militares (condutor [FZV] e apontador) e capacidade para transportar 8 Fuzileiros totalmente equipados na versão básica de transporte de pessoal (cabine com 13 m³).


Esquema de avaliação da mobilidade do PANDUR II

          Dispõe de uma blindagem em aço (ARMOX 500 Ballistic Protection Armour Steel Plates) e de uma modular (ADD ON’s) que lhe permitem uma blindagem nível III ou IV, de acordo com a especificação STANAG 4569, capaz de proteger o veículo de projécteis de 12,7mm na parte frontal e de 7,62m no resto do casco, e a distância de 100 metros de projécteis de 14,5mm.
          A nível da protecção passiva, usufrui de um casco distanciado do solo 45cm com pavimento duplo e de um desenho que expele na quase totalidade os efeitos das explosões debaixo das rodas (contratualizado para explosões de 5Kg de TNT e estudado para 8 Kg).
          Quando existe perigo de minas no Teatro de Operações, a guarnição e pessoal transportado deverá usar os cintos de segurança apertados, uma vez que os bancos possuem protecção anti-minas e são à prova da explosão, devem colocar os pés no banco da frente para não sofrer acidentes nos membros inferiores e utilizar uma protecção no pescoço para não sofrer deslocações nas primeiras vértebras.
          Podem ainda ser equipados com um kit adicional para minimizar o efeito de minas e de projécteis perfurantes, o seu perfil foi desenhado para diminuir a assinatura térmica, estão providos com um sistema de aviso Elbit Systems Ltd IFF (amigo / inimigo) e utilizam um sistema de detecção de ameaças da Elbit Systems Ltd TDS "Laser Warning Receiver", além de uma pintura que absorve os raios infravermelhos.

          No que concerne às comunicações, estão munidos com o sistema de comunicações tácticas EID SA PRC 525A e com o sistema de comunicações internas EID SA ICC-201, cada viatura está igualmente guarnecida com antenas UHF/VHF e Wireless/LAN da EID, e podem inclusivo ser embarcado num avião Hércules C-130 da FAP.


Perfil do PANDUR II embarcados num Hercules C-130 da FAP

          Têm um peso máximo de 23.000 kg, 7,54 x 2,68 x 2,08 metros (cumprimento, largura e altura), um motor CUMMINS HPCR de 6 cilindros com 450cv e 285hp de baixo consumo, capacidade para 350 litros de diesel, autonomia para 700 km, velocidade máxima 130 km (estrada), 60 km (em terreno irregular) e 10 km (água).
          Possuem ABS, travões de disco e tracção às oito rodas motrizes, cada uma com o seu próprio sistema de suspensão e sistema central de enchimento do pneu (MICHELIN 365/80 R20 XZL) que confere um elevado desempenho em todo o terreno, nomeadamente na transposição do mar para terra, mobilidade em ambientes com condições desde os -35º até +50º, e conseguem realizar um giro de 180º em 8 segundos.
          Estão igualmente dotados de ar condicionado, visão nocturna, detector e supressor de fogo, equipamento de identificação para os meios aéreos, protecção NBQ mediante ambiente pressurizado em todo o veículo e detectores de partículas nucleares e químicas, o sistema eléctrico é de 24 V.

          A capacidade anfíbia é proporcionada por dois jactos de água, acoplados a duas hélices que permitem a navegação em lagos, rios com corrente e mar aberto com vaga até 60cm (recomendação da fábrica), à velocidade de 10 km em condições de carga máxima, apresentando durante o percurso um baixo perfil.





Blindado Anfíbio PANDUR II em testes efectuados em Portugal na região de Tróia

          Trata-se de um blindado sobre rodas de fácil transporte, operação e manutenção, quanto ao sistema de armas da versão anfíbia a ser entregue ao Corpo de Fuzileiros, todos desfrutam de um grau de elevação desde -9º a +20º e de rotação de 360º, podendo usar as seguintes armas de acordo com o tipo de viatura:
- Metralhadora-ligeira FN MAG de 7,62mm;
- Metralhadora-pesada BROWNING M2HB de 12,7mm;
- Lança-granadas automático HK GMG de 40mm;
- Porta-morteiro 120mm de longo alcance SOLTAM-CORDOM;
- Torre ORCWS (Overhead Remote Controlled Weapon Station) com canhão de tiro rápido ATK STEYR SP30 Mk44 de 30mm, metralhadora-ligeira FN MAG de 7,62 mm e lança-mísseis anti-carro Rafael Ltd SPIKE LR (Long Range) de 4ª geração, com estação de operação das armas interna ELBIT Systems Ltd UT-30.
          O apontador ou chefe do carro dispõe de um sinalizador laser (Laser Range Finder), um visor de imagem térmica, um sistema de controlo de fogo de 3.ª geração, passível de ser empregue durante o dia ou à noite, mesmo com fumo ou nevoeiro e ainda uma câmara de TV que processa dados sobre o alvo e a sua distância, opções que permitem estabelecer uma boarelação entre a mobilidade, protecção blindada e o poder de fogo.

          Dos 260 blindados (originalmente 322), estimados em 344 milhões de Euros, existe um contrato de 20 milhões de Euros em sobressalentes, a entrega ao Exército iniciou-se em 2008 e existe ainda a possibilidade de aquisição de mais 33 viaturas como opção, dotados de uma torre com canhão de 105mm.


Blindado PANDUR II dotado de torre com canhão de 105mm

          Dos 260 supracitados apenas 20 estão atribuídos ao programa de reequipamento dos Fuzileiros, com entrega prevista a partir de Janeiro de 2010, constituindo o futuro PELVBLA - Pelotão de Viaturas Blindadas Ligeiras Anfíbias da CATT (Companhia de Apoio de Transportes Tácticos), que terão por função o transporte de tropas, desembarques anfíbios, escolta, patrulha, reconhecimento, apoio de fogo, comando e comunicações.

Estas viaturas serão nas seguintes 4 versões:
• 3 CPV (Command Post Vehicle): Viaturas Posto de Comando com metralhadora-ligeira 7,62mm e sistema de comunicações tácticas EID PRC 525 (4 posições de trabalho em 4 LAPTOP´s);



• 13 ICV (Infantry Carrier Vehicle): Viaturas de Transporte de Pessoal com metralhadora-pesada 12,7mm ou lança-granadas automático de 40mm;



• 2 MCV (Mortar Carrier Vehicle): Viaturas Porta-Morteiro 120mm e metralhadora-ligeira 7,62mm (possibilidade de dispor de morteiro 60mm quando a guarnição se encontrar apeada);



• 2 IFV (Infantry Fighting Vehicle): Viaturas com canhão de 30mm, metralhadora-ligeira 7,62mm e lança-mísseis anti-carro.



          A carência de meios blindados para o Corpo de Fuzileiros há muito tempo que se fazia sentir neste Corpo de Tropas de Elite, para aumento da capacidade de manobra táctica em situações de risco acrescido, permitindo o emprego desta força militar em situações de maior exigência operacional, dado que as Chaimites num total de 4 introduzidas em Agosto de 1975, já não são utilizadas operacionalmente desde Setembro de 1994, em virtude das suas limitações em ambiente marítimo (deslocava-se por acção das rodas / 4,8 km), comportamento todo-o-terreno (nomeadamente terreno arenoso) e falta de peças para manutenção (ocorrendo mesmo a canibalização).


Blindado de transporte de tropas 4x4 BRAVIA CHAIMITE V-200, a desembarcar de uma LDG para uma praia


Blindado de transporte de tropas 4x4 BRAVIA CHAIMITE V-200, com torreta de metralhadora 12,7mm e 7,62mm

          Deste modo, os novos blindados habilitará o Corpo de Fuzileiros a participar individualmente ou com forças nacionais ou aliadas em operações conjuntas ou combinadas nas mesmas circunstâncias, em termos de tecnologia e capacidade operacional, ao mesmo tempo que se garante a independência face ao Exército no tocante à requisição de veículos de transporte blindado, tal como sucedeu em Janeiro de 2000, na missão de Apoio à Paz na Bósnia, com a utilização de 12 viaturas Chaimite V-200 cedidas pelo Exército.
          A sua necessidade também já ficou comprovada na «Operação Crocodilo», evacuação de civis e militares do conflito da Guiné-Bissau em Junho de 1998, quando os Fuzileiros desembarcaram por via de botes pneumáticos Zebro III, não dispondo de qualquer meio de transporte anfíbio blindado, que fornecesse mobilidade e maior poder de fogo, no caso de terem de enfrentar hostilidades das facções já envolvidas no conflito.
          Pese embora não tenha ocorrido qualquer incidente envolvendo Forças Armadas Portuguesas, não é de menosprezar as diversas forças beligerantes que se encontravam na Guiné-Bissau, desde as tropas governamentais, forças rebeldes da Junta Militar, até às unidades militares senegalesas (1 Batalhão de Comandos / 1 Batalhão de Tropas Aerotransportadas / 1 Batalhão de Engenharia / viaturas blindadas / peças de artilharia / 5 carros de Combate Ligeiros AML90) e da Guiné-Conakry.

          Curiosamente, a eliminação da Steyr foi defendida no concurso público internacional, em Novembro de 2004 pela Comissão Técnica do Exército, por não satisfazer os requisitos essenciais e por o fabricante nunca ter comprovado o nível de protecção da blindagem, nos testes efectuados em Portugal.
          Nos mesmos testes a STEYR utilizou um motor Cummings ISL 405, com cerca de 400cv, considerado insuficiente para suportar o peso do blindado, quando na proposta final indicava um motor de 450cv.
          Após um percurso de cerca de 1.000 quilómetros, o blindado chumbou na inspecção com problemas de travões e na direcção, falhou o diâmetro de viragem máximo (20 metros) imposto pelos requisitos essenciais, o sistema de visão nocturna também não era satisfatório.
          Quando realizava o teste anfíbio bateu na rampa da Lancha de Desembarque Grande "Bacamarte", o terceiro e o quarto eixos apresentaram problemas, havia folgas significativas na direcção e na suspensão, e os níveis de emissão de fumos eram superiores ao recomendado.



Blindado Anfíbio PANDUR II em testes de Mar com a LDG Bacamarte

          Em paralelo, foi acordado com a STEYR um contrato de contrapartidas no valor de 516 milhões de Euros, entre as quais, a instalação nos blindados do sistema de comunicações interna P/ICC 201 e o sistema de comunicações tácticas P/GRC 525 de concepção e fabrico nacional (EID), que já foram consumadas.
          A linha de produção iniciou-se em Novembro de 2006, com a inclusão de componentes portugueses (electrónica, software e cablagem), correspondendo a 80% das viaturas da versão de transporte de tropas e ambulância, nas instalações da empresa A.R.B. FABREQUIPA, Lda, detentora de uma licença para fabricar o veículo, em virtude da aquisição da empresa Gestão de Operações Metalomecânicas, parceira da STEYR.




Blindado PANDUR II em fase de montagem



Blindado PANDUR II em fase de acabamento (Foto de Pedro Monteiro)

          A empresa Sunviauto - Indústria de Componentes Automóveis SA, está a fornecer os bancos para às guarnições das viaturas.
          Em finais de Outubro de 2009, decorreram na Áustria os testes do 1.º artigo (First Article Test), tendo sido concluídos em Portugal nos dias 2 e 3 de Dezembro do mesmo ano, atendendo ao facto de não existir mar naquele país.
          Estes testes têm por finalidade comprovar que todas as componentes do veículo e todos os requisitos, tais como os concernentes à capacidade anfíbia, a velocidade na água e respectiva estanquicidade estão de acordo com o contratualizado, com o apoio de uma LARC-5 e equipa de Mergulhadores.







Testes de 1.º artigo

          O modelo STEYR-DAIMLER-PUCH PANDUR II, é utilizado pela Áustria, Bélgica, Eslovénia, Estados Unidos, Gabão, Kuwait, estando o modelo 8X8 a ser implementado em Portugal e na República Checa.

30/11/09

CORVETAS DA CLASSE "BAPTISTA DE ANDRADE"

(ACTUALIZADO)

Corveta "JOÃO ROBY"

TIPO DE NAVIO:
Corveta da patrulha oceânica

PERFIL:


DESLOCAMENTO:
1.380 toneladas

DIMENSÕES:
84,6 x 10,3 x 3,3 metros

PROPULSÃO:
2 motores a diesel OEW Pielstick 12 PC2 V280 - 12.000cv
12 cilindros
2 hélices

ENERGIA:
3 geradores diesel-eléctricos MAN-SIEMENS de 250kVA
1 gerador de emergência MAN-SIEMENS de 320kVA

COMBUSTÍVEL:
150 toneladas

VELOCIDADE MÁXIMA:
22 nós (41 km)

AUTONOMIA:
5.900 milhas a 18 nós
7.500 milhas a 15 nós
9.100 milhas a 13,5 nós

GUARNIÇÃO:
Oficiais: 7 (Sob o comando de um oficial superior)
Sargentos: 14
Praças: 51
Total: 72

HELICÓPTEROS:
Convés na popa para 1 helicóptero ligeiro (12 x 8 metros)

RADAR:
Navegação - KELVIN HUGHES 1007, banda I (37 Km de alcance)

COMUNICAÇÕES:
- Radiogoniómetros HF, VHF, UHF;
- 1 ETO (Emissor Transmissor de Ordens);
- SICC (Sistema Integrado de Controlo de Comunicações);
- Comunicações por satélite INMARSAT B;
- 2 Projectores de sinais

EQUIPAMENTO:
- Terminal SIFICAP;
- Ómega diferencial;
- Sistema GPS MX200;
- Sonda ultrasónica KELVIN HUGHES MS 32;
- Instalação de desmagnetização;
- Sistema de Carta Electrónica ECDIS;
- 6 Balsas salva-vidas;
- 1 Embarcação Mk9;
- 1 Bote pneumático ZEBRO III;
- 1 Lancha semi-rígida;
- Equipamentos portáteis de visão nocturna;
- Chuveiro para descontaminação nuclear;
- Chuveiros SPRINKLERS para alagamento dos paióis de munições;
- 1 Gerador de água doce por osmose inversa;
- Receptor DGPS;
- Odómetro electromagnético;
- Girobússola ARMA BROWN Mk7;
- Anemómetro;
- Agulha magnética;
- Agulha giroscópica;
- Barógrafo;
- Barómetro;
- Ar condicionado;
- Sistema de recepção de Avisos à Navegação NAVTEX;
- 1 Grua hidráulica telescópica HIAB 60 SEACRANE de 3,5 toneladas;
- Multisensor electro-óptico SAGEM, para detecção, gravação e registo de imagens;
- Receptor meteorológico FAC-SIMILE – NAGRAFAX

CONTROLO DE TIRO:
- PANDA (Peça de 40mm)

SISTEMAS DE ARMAS:
1 Peça CREUSOT-LOIRE de 100mm/55 Mod68 (17 Km de alcance)
2 Peças BOFORS de 40 mm/70 Mod68 (12 Km de alcance)

DESIGNAÇÃO NATO:
FS

INDICATIVO DE CHAMADA INTERNACIONAL:
CORDADE
CORJOBY
CORCEIRA

ENDEREÇO RADIOTELEGRÁFICO:
CTFE
CTFG
CTFH

NÚMERO DE AMURA:
F486
F487
F488

BASE DE APOIO:
Base Naval de Lisboa

NOME:
N.R.P. Baptista de Andrade
N.R.P. João Roby
N.R.P. Afonso Cerqueira

ANO DE CONSTRUÇÃO:
1972
1972
1973

EMPREGO OPERACIONAL:
- SAR;
- Presença Naval;
- Serviço público;
- Patrulha oceânica da ZEE;
- Controlo da poluição no mar;
- Combate ao narcotráfico;
- Fiscalização da pesca;
- Apoio a operações anfíbias;
- Fiscalização dos esquemas de separação de tráfego marítimo;
- Segurança de navios estrangeiros de visita a portos nacionais;
- Escolta a navios combatentes em águas restritas;
- Exercícios com unidades navais e aéreas;
- Viagens de instrução dos cadetes da Escola Naval.

NOTAS:
• Foram construídos nos Estaleiros Navais de "Bazán" (actual Navantia), em Cartagena (Espanha), de acordo com um plano português de modificação das corvetas da classe "João Coutinho", com armamento, sensores e equipamentos mais sofisticados.
• Originalmente foram construídas para a Marinha de Guerra da África do Sul, sendo de salientar que entre 1973 e 1974 deslocaram-se até ao Alfeite uma equipa da Marinha da África do Sul para estudo destes navios, mas devido ao embargo de armas efectuado pela ONU, foram compradas por Portugal.
• Dispõem de um convés na popa para 1 helicóptero ligeiro, mas na realidade estão somente habilitadas para a realização de reabastecimento vertical (VERTREP), além de que não são dotadas de hangar nem estação de reabastecimento de helicópteros.
• Têm acomodações adicionais para albergar 32 pessoas ou uma Força de Fuzileiros (4 Oficiais, 3 Sargentos e 25 Praças), valência operacional que a par do seu reduzido calado, permite-lhes penetrar nos rios de maior caudal e braços de mar, podendo servir como navio de apoio a operações anfíbias.


Corveta "Afonso Cerqueira" a servir de Navio de Apoio a operações anfíbias, com botes pneumáticos ZEBRO III do Corpo de Fuzileiros.


Operação de arriar os botes pneumáticos ZEBRO III no mar


Embarque dos Fuzileiros por recurso à rede de abordagem nos botes pneumáticos ZEBRO III


Organização da Força de Desembarque de Fuzileiros para o assalto ao objectivo


Progressão da Força de Desembarque de Fuzileiros


Assalto ao objectivo da Força de Desembarque de Fuzileiros

• Foram os primeiros navios da Armada dotados do sistema DMTI, que permite apagar no radar ecos fixos, conseguindo por consequência a detecção de alvos aéreos.
• Em 1976 durante o PREC, planeou-se vender toda a classe à Colômbia, com o desiderato de financiar a construção de novas fragatas, mas o negócio não se concretizou por pressões exercidas pela NATO.
• Em Junho de 1979, o corpo de Philippe Cousteau, filho de Jacques Cousteau, reconhecido oceanógrafo francês, foi sepultado no mar a cerca de 20 milhas a Sudoeste da entrada do Porto de Lisboa, numa cerimónia que decorreu a bordo da "Baptista de Andrade".
• Na década de 80, foram propostos algumas vezes planos para modernizar a classe, que previa inclusivamente dotar os navios de mísseis anti-navio EXOCET e mísseis anti-aéreos ASPIDE, mas nunca tal desiderato foi concretizado devido a falta de verbas, não obstante o navio disponha desde construção, espaço para paiós para tal armamento, sendo utilizado como acomodações adicionais para Fuzileiros.


Plano original das corvetas da classe "Baptista de Andrade"


Plano de modernização que previa a instalação de mísseis anti-navio EXOCET, mísseis anti-aéreos ASPIDE num lançador óctuplo ALBATROS e morteiro ASW de 375mm BOFORS.


Plano actual das corvetas da classe "Baptista de Andrade"

• Em 1995, a "Oliveira e Carmo" (já desactivada) foi abalroada à entrada da barra do Rio Tejo devido ao denso nevoeiro, pelo contratorpedeiro italiano "Luigi Durand de la Penne", quando este manobrava para sair do porto, tendo-se registado danos estruturais na proa do navio italiano e um considerável rombo na proa e ponte a estibordo do navio português, também se registou dois feridos ligeiros na guarnição da corveta.



















Danos na corveta Oliveira e Carmo

• Em Maio de 1998, a "Oliveira e Carmo" afundou a tiro de canhão uma estrutura metálica semi-submersa de grandes dimensões, com cerca de 11 metros de altura, a 86 milhas a Sul do grupo ocidental, em virtude de constituir perigo para a navegação.
• Em Agosto de 1998, ocorreu um incêndio a bordo da "Afonso Cerqueira" no Porto de Horta, Ilha do Faial - Açores.

Foto Agência Lusa / Blog NRP Álvares Cabral F336

• Em Fevereiro de 2000 os navios foram remodelados, com o objectivo de adequá-los às novas funções, o que se traduziu na retirada de todo equipamento ASW (Sonar Thomson-Sintra DIODON, tubos lança-torpedos US Mk32 Mod5 de 324mm, calha lança-bombas de profundidade Mk9, roncador MK-6) e numa significativa redução da guarnição e modernização dos sistemas de ajuda à navegação e comunicações.
• Em Julho de 2001, a "Afonso Cerqueira" participou na «Operação Sunrise» incluída na série de exercícios de intercâmbio militar "JCET" entre Portugal (DAE/ DMS nº2) e EUA (Det1/2ndBtl/19th SOF), a nível de Operações de Forças Especiais Navais que decorreram na Península de Tróia.
• Em 2003, durante a participação no exercício "SWORDFISH", a "João Roby" teve a bordo um simulador de guerra electrónica da NATO, a fim de criar um ambiente ainda mais realista.
• Em 2004, a "Afonso Cerqueira" participou no exercício "INSTREX", servindo como navio SAR e de navio alvo para a execução de abordagem dos navios da NATO.
• Em Maio de 2004, a "Baptista de Andrade" participou num exercício de combate à poluição em Viana do Castelo, no âmbito do Plano Mar Limpo, simulando um navio mercante que após uma colisão com o molhe exterior do porto de Viana do Castelo, resultou um derrame de fuelóleo.
• Em Setembro de 2006, a Corveta "João Roby" integrada na «EUROMARFOR», participou no exercício "OLIVES NOIRES" transportando o DMS nº 1, que realizou operações de guerra de minas em águas pouco profundas e posteriormente a limpeza e desminagem de um canal para permitir a realização de uma "Non-Combatant Evacuation Operation" efectuada pelos navios da força.
• Em Novembro de 2006, a "João Roby" participou no exercício "LUSIADA" no âmbito da preparação das Forças Armadas para cenários de resposta a crises.
• Em Maio de 2007, a "João Roby" serviu de plataforma de abordagem para uma simulação do DAE, no Dia da Marinha.


Simulação de abordagem do DAE

• Em Julho de 2008, a "João Roby" participou nas buscas de um avião que se despenhou ao largo do Cabo da Roca, com o apoio de um avião P3 Orion da FAP.
• Em Outubro de 2008, a "Baptista de Andrade" participou no exercício "FAMEX 08" reforçada com uma equipa de abordagem dos Fuzileiros, uma equipa de Mergulhadores e um binómio da Polícia Marítima, em Espanha.
• Em Março de 2009, a "Baptista de Andrade" integrada na «EUROMARFOR», participou no exercício de guerra de minas em águas pouco profundas "IT MINEX 09" servindo como Navio de Apoio (Diving Support Unit) ao DMS n.º 3, apetrechados de um AUV e transportando um PELBOARD dos Fuzileiros, no Mar Tirreno ao largo de La Spezia e Livorno - Itália.
• Em Abril de 2009, a "João Roby" participou no exercício "PHONIX EXPRESS" organizado pela Marinha dos EUA, que tem por finalidade fortalecer as relações entre as Marinhas do Norte de África, Sul da Europa e dos Estados Unidos.
• Em Maio de 2009, a "Afonso Cerqueira" participou no exercício "CONTEX/PHIBEX", dispondo de uma câmara hiperbárica, telefone submarino e de uma equipa de Mergulhadores Sapadores "Salvage Diving Team", que simularam uma operação de salvamento do "Barracuda", após este ter assentado no fundo de modo a simular ter sofrido um acidente.
• Em Maio de 2009, a "Baptista de Andrade" efectuou manobras de aproximação RAS com a fragata "Bartolomeu Dias".
• No dia 10 de Junho de 2009, a "João Roby" fundeada no Rio Tejo, participou na cerimónia realizando uma salva de tiros em homenagem aos mortos pela Pátria.
• Em Julho de 2009, a "Afonso Cerqueira" participou numa demonstração relativa ao exercício de Segurança Energética organizado para o Presidente da República, servindo como Navio de apoio aos Fuzileiros.
• Participam também nos exercícios nacionais: AÇOR, CONTEX, PHIBEX e ZARCO; e internacionais: CMX e JMC.

PARTICIPAÇÃO EM MISSÕES IMPORTANTES:

• Entre 03 de Setembro de 1975 e 11 de Março de 1976, a "Afonso Cerqueira" efectou uma viagem de circum-navegação, com a duração de 190 dias.
• Em Dezembro de 1975, a "João Roby" e a "Afonso Cerqueira" enquanto efectuavam comissões em Timor-Leste, após a Invasão Indonésia recolheram o pessoal militar português para a Ilha de Ataúro e posteriormente partiram para o seu porto de abrigo, na Base Naval de Darwin (Austrália).


Tropas Pára-quedistas a bordo da corveta "João Roby" nas imediações da ilha de Ataúro

• Em Junho de 1976, a Força Naval UO.21.2.1 constituída pela "Afonso de Cerqueira" e "Honório Barreto", comandado por um CMG e com Aspirantes do 2.º Ano da Escola Naval, Cadetes do CFOSE e alunos do Colégio Militar embarcados, acompanharam o Navio-Escola "Sagres" e a "Vega" numa viagem aos EUA para representar a Armada Portuguesa nas comemorações do seu Bicentenário, participando na "Internacional Naval Review" e na Parada Naval no Rio Hudson.
• Em Janeiro de 1980, a "Baptista de Andrade" prestou apoio às populações sinistradas dos Açores no sismo ocorrido no dia 1 de Janeiro.
• A 06 de Abril de 1989, a "Afonso Cerqueira" detectou um submarino convencional soviético da classe "Foxtrot" a navegar à superfície da ZEE de Portugal Continental.


Imagem obtida através dos binóculos do Director Secundário de pontaria e controlo de tiro da peça CREUSOT-LOIRE de 100mm (Foto de Francisco Santos)

• Em 1992, a "Baptista de Andrade" integrou as forças navais da UEO, na «Operação Sharp-Vigilance» no Mar Adriático, efectuando observação e vigilância marítima.
• Em 2002, a "João Roby" e a "Afonso Cerqueira" estiveram envolvidas nas operações de combate à poluição no mar, resultantes do afundamento do petroleiro "Prestige", efectuando acompanhamento da situação e recolha de amostras.
• Em Maio de 2003, a "João Roby" participou na 2ª fase da «Operação Ulysses», com objectivo de combater à imigração ilegal por via marítima, numa operação conjunta com a Marinha de Guerra Espanhola. A bordo da corveta estiveram agentes da do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
• Em Junho de 2003, a "João Roby" esteve envolvida nas operações de combate à poluição no mar, resultantes do afundamento do navio porta-contentores "Nautila".
• Em 2004, a "Afonso Cerqueira" durante a sua patrulha na zona da Convenção para a Cooperação Multilateral de Pescas no Atlântico Nordeste, efectuou duas acções de busca e salvamento a pesqueiros espanhóis, no mar coordenado pelo MRCC Reykjavic (Islândia).
• Em Agosto de 2004, a "Baptista de Andrade" participou na operação de negação às águas territoriais portuguesas, ao navio "Borndiep" (Barco do Aborto) da organização "Women on Waves".
• Em Julho de 2005, a "Baptista de Andrade" desempenhou medidas de protecção a visita particular dos Reis de Espanha aos Açores.
• Em Agosto de 2006, a "Baptista de Andrade" no âmbito da Agência Europeia de Fronteiras participou na «Missão Hera II», com objectivo de apoiar Cabo Verde no combater à imigração ilegal por via marítima, a bordo da corveta estiveram 3 inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, 2 agentes da Polícia Marítima e um pelotão de abordagem de 12 Fuzileiros.
• Em 2006, a "João Roby", estive envolvido na operação de tentativa de reflutuação do navio porta-contentores "Valour", que encalhou na Ilha do Faial, nos Açores.
• Em Agosto de 2006, a "João Roby" colocou 10 Fuzileiros nas Ilhas Selvagens com o objectivo de proteger os Vigilantes do Parque Natural da Madeira em serviço nas Selvagens.
• De Julho a Setembro de 2009, a "João Roby" apoiou a Brigada Hidrográfica da Marinha na realização de levantamentos hidrográficos, com o objectivo de actualizar as cartas dos portos e fundeadouros das ilhas do grupo central dos Açores, transportando a UAM "Cagarra".


Foto: blog o Porto da Graciosa