18/12/17

PROMOÇÃO DE LIVRO


           Conhecendo o Pedro Monteiro, o seu trabalho de investigação e respectivos artigos publicados em revistas ao longo dos anos, não podia deixar de o apoiar na promoção do seu livro: "Berliet, Chaimite e UMM - Os Grandes Veículos Militares Nacionais", editado pela Contra a Corrente de Alexandre Coutinho e com lançamento agendado para Abril de 2018.
             Em 2011 publicou a monografia: "Military Vehicles of the Portuguese Army" com a editora alemã Tankograd, é correspondente em Portugal da revista espanhola "Fuerzas Militares del Mundo", entre 2008 e 2013 publicou artigos sobre viaturas militares na revista portuguesa "Motor Clássico", especializou-se em reportagens fotográficas (www.pedro-monteiro.com), tendo realizado trabalhos com forças militares nacionais em Portugal e destacadas no Kosovo e Lituânia.
          Pese embora como autor já possuísse diversa documentação sobre as viaturas em questão, certo é que começou a dedicar-se afincadamente à odisseia de compilar dados para este livro em 2015, coincidiu curiosamente com os 50 anos da criação da linha de montagem dos camiões Berliet-Tramagal pela MDF.
          Este livro tem a mais-valia de apresentar dados patentes em arquivos públicos e privados, quer nacionais, quer estrangeiros, aliado a testemunhos e memórias de quem conheceu ao pormenor estas viaturas: diverso tipo de pessoal das respectivas fábricas e algumas dezenas de militares de várias Unidades das nossas FA's que as utilizaram quer Portugal (25 de Abril de 1974, Verão Quente de 1975, etc), quer África (durante a Guerra do Ultramar) e em Missões Internacionais (Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Timor-Leste e mais recentemente na Lituânia). Aborda ainda a família de viaturas blindadas PANDUR II que substituiu os blindados de fabrico nacional Chaimite V-200 da Bravia.
             Trata-se de uma edição limitada apenas 750 exemplares numerados, com 144 páginas no formato 29 x 26 cm (largura x altura), tem a particularidade inédita de apresentar 25 imagens de perfil acrescido das respectivas fichas técnicas, sendo 07 frontais e os restantes 18 laterais, com esquemas de pintura e/ou camuflado utilizados pelas nossas FA's que tiveram as viaturas à sua carga, assim como apresenta o perfil das Chaimite V-200 das Forças de Segurança do Líbano e dos Fuzileiros do Peru:
- Camiões Berliet-Tramagal GBC e GBA na versão 4x4 e 6x6, Tramagal Turbo da MDF;
- Família de viaturas blindadas Chaimite V-200, Comando Mk III, camiões Gazela e Leopardo da Bravia;
- Jipes Cournil e Alter da UMM;
- Família de viaturas blindadas PANDUR II da Steyr-Daimler-Puch.
          O facto da narrativa do livro ombrear com 25 perfis (cujo desenho tem por base um modelo 3D) e mais de 200 fotografias em 144 páginas, traduz-se num livro com uma relação de texto vs ilustrações que promete torná-lo muito sedutor para quem se interessa por estas viaturas militares, quer num contexto da história automóvel, história militar, servir de apoio ao modelismo ou tão simplesmente para recordar com saudade estes "camaradas" de rodas da vida militar.
          Realço com particular agrado no que concerne ao emprego destas viaturas pelos Fuzileiros da Marinha Portuguesa que, o livro aborda o uso dos 04 blindados Chaimite V-200, dos jipes UMM Alter da Unidade de Polícia Naval e dos camiões Berliet-Tramagal GBC e GBA, contando a título de exemplo com a colaboração de Fuzileiros, antigos elementos das suas guarnições (a quem se agradece mas uma vez a sua pronta contribuição), inclusive dispõe o perfil de uma Berliet GBA e da única e mítica Chaimite V-200 "Armada 90", versa ainda sobre a utilização das Chaimites (cedidas pelo Exército Português) e UMM's pelos Fuzileiros em Missões de Paz (respectivamente na Bósnia-Herzegovina e Timor-Leste).
           Por último, cumpre destacar que as ilustrações de perfil (criadas nos programas: Blender 3D e Photoshop) são todas da autoria do ilustrador português Paulo Alegria, cujo trabalho já é conhecido em artigos de revistas portuguesas e estrangeiras, nomeadamente: Revista "Mais Alto" da FAP, “Air Magazine”, “Aero Journal”, “Fliger Revue”, “Aviation Classic”, “Aviões de Combate a Jacto”, igualmente também já efectuou trabalhos para os CTT.
          Mais recentemente colaborou com a Marinha Portuguesa na edição do livro "100 Anos da Aviação Naval - 1917 a 2017" e, faz parte de uma equipa que está a colaborar para a redacção de um novo livro sobre a Aviação Naval em Portugal.



          Para quem estiver interessado em assegurar a compra deste livro por 25€ Euros, existe a hipótese de pré-encomenda até dia 29 do corrente mês, mediante a campanha de crowdpublishinghttps://ppl.com.pt/prj/berliet-chaimite-umm

Contactos do autor:
pmonteiro.reports@gmail.com / +31 643 552 850

Contactos da editora e editor:
- Alexandre Coutinho: alexcoutinho@sapo.pt / – 917 245 192

Contactos do ilustrador:

15/12/17

DIPLOMA DE SÓCIO-HONORÁRIO DA ASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROS

          No dia 27 de Outubro do corrente ano, fui agraciado no salão polivalente da Associação de Fuzileiros com o Diploma de Sócio-Honorário desta importante Instituição, entregue pelo seu Presidente da Direcção Capitão-de-Mar-e-Guerra José António Ruivo.
         Segundo o texto do Diploma esta atribuição deve-se ao facto de cumprir o que se observa disposto no ponto 1.3 do artigo quinto dos Estatutos da AFZ's: "...por actos excepcionalmente meritórios tenham prestado serviços considerados muito relevantes à Associação de Fuzileiros...".
          Cumpre-me agradecer a iniciativa da proposta feita por um grupo de sócios à Direcção da Associação, proposta que foi aprovada por unanimidade em Assembleia-Geral realizada a 25 de Março de 2017.
          A cerimónia de entrega do Diploma realizou-se na presença de todos os órgãos sociais da AFZ e de sócios mais antigos, tendo também sido agraciado nesta mesma cerimónia com o Diploma de Sócio-Honorário o Almirante Macieira Fragoso (ex-CEMA).
       Mais uma vez agradeço a todos os intervenientes no processo e aos presentes na cerimónia. Sinto-me muito honrado e sensibilizado com a vossa amizade e verdadeira camaradagem! Encaro esta distinção como um reconhecimento.
         Finalizo gracejando com um pouco de humor naval: conforme verbalizei no momento do discurso, esta cerimónia revestiu-se com uma curiosa particularidade pelo facto de eu já ser Sócio-Aderente da AFZ e consequentemente mais antigo como sócio do que o estimado amigo Almirante Macieira Fragoso, que passou a ser sócio naquele mesmo dia.
         Apesar de ser um Oficial General, utilizando a gíria naval e para os devidos efeitos, passou a ser um sócio "mais marreta", situação que não acontece todos os dias, no entanto não deixou de formar à minha direita, ou seja, nem sempre a antiguidade é um posto...

11/12/17

1000 EDIÇÕES DA REVISTA DE MARINHA!






































          A prestigiosa Revista de Marinha (http://revistademarinha.com/) está de parabéns, editou a sua milésima revista e brinda os seus leitores com um conteúdo especial dotado de 124 páginas, versando sobre 03 áreas: “política / estratégia / direito”, “economia do mar” e “náutica de recreio”.
          Apresenta ainda uma introdução com contributos para a história da revista e os habituais conteúdos (prefácio editorial e as crónicas).
          Um «BRAVO ZULU» ao estimado amigo Almirante Alexandre Fonseca e restante pessoal destacado na "Revista de Marinha"!

10/12/17

FILME DO DESEMBARQUE DE VIATURAS ANFÍBIAS LVT-4 DOS FUZILEIROS


          Publiquei no canal de youtube do blogue um pequeno filme de um desembarque na década de 60 de algumas viaturas blindadas anfíbias de lagartas LVT-4 e uma viatura ligeira Dodge "Jipão", a partir de uma antiga LDG da classe "Alfange":

          Estas viaturas estiveram ao serviço da Escola de Fuzileiros e, actualmente um exemplar destes blindados encontra-se na Sala-Museu dos Fuzileiros (Escola de Fuzileiros), na forma de diorama de modelismo:

07/12/17

TESTE A SUA FUZOCULTURA!


TESTE A SUA "FUZOCULTURA" COM 101 QUESTÕES SOBRE A HISTÓRIA DOS FZ’s, SUAS UNIDADES, MEIOS E EQUIPAMENTOS:

1- Que LDG's participaram na "Operação Mar Verde"?

2- O que significavam as siglas “UAF” e "CAF"?

3- Em que país de Língua Oficial Portuguesa, depois de obter a Independência, estiveram destacados os FZ’s no início deste século?

4- Como se designavam os 03 grandes exercícios da Marinha da década de 80 e 90 em que participavam os FZ's?

5- O que é verdadeiramente necessário para ultrapassar alguns dos obstáculos da “Pista de Lodo”?

6- Durante a Guerra do Ultramar, em que Teatro de Operações existiram 03 DFE's Africanos?

7- Em que Mar e Teatro de Operações se estreou o PELBOARD?

8- Que tipo de sistema de armas é a “Walter MPK”?

9- Qual era a alcunha da Chaimite V-200 apetrechada com 08 tubos de Lança-Granadas-Foguetes de 90mm na torre?


10- Qual era a raça e o nome de um famoso cão de guerra dos FZ's que ganhou vários troféus em campeonatos de cães?


11- Qual era a função do “Moço da Botica”?


12- Quais são os calibres dos morteiros utilizados pelos FZ's?


13- Que Oficial foi homenageado com atribuição do seu nome à "Pista de Lodo"?


14- Em que anos se realizou o último curso de Fuzileiros Especiais?

15- Quais eram os modelos das Berliet-Tramagal que os FZ's tiveram?

16- O que significa a sigla "DFE"?

17- Qual é o nome do modelo das lanchas Anfíbias dos FZ's?

18- Qual era o nome e calibre da munição do Lança-Granadas-Foguetes “Armada 69” e “OGMA” utilizado durante a Guerra do Ultramar?

19- O que é considerado a “Imagem de Marca” da Escola de FZ’s?

20- Que tipo de função exerciam as viaturas alcunhadas por: "Mimosa", "Acácia" e os "Ouriços"?

21- Em que ano foi inaugurada a Sala-Museu dos Fuzileiro?

22- Que tipo de navio era o “NRP Montante”?

23- Qual era o fabricante nacional da espingarda HK G3?

24- O que significam as siglas “UAMA” e “UMD”?

25- Qual é a marca e modelo de viatura que durante a Guerra do Ultramar era alcunhada por "Burro do Mato"?

26- Em que Teatro de Operações da antiga Jugoslávia estiveram destacados em Missão de Apoio à Paz os FZ's?

27- Que tipo de sistema de armas é a “HK MG-3”?

28- Em que Teatro de Operações foi utilizado durante a Guerra do Ultramar um pequeno Hovercraft?

29- Em que ano surgiu e em que ano foi formalmente criado o DAE?

30- O que significa a sigla "PELGE"?

31- No “25 de Abril de 1974” em que consistiu a participação dos FZ’s?

32- Em que local da Escola de FZ's operava o designado "Bote aero-deslizante"?

33- Em que ano e país se realizou a "Operação Mar Verde"?

34-Em que Unidade da Marinha se realizou o 1.º Curso de Fuzileiros Especiais?

35- Por quantas e quais viaturas era formado o “Esquadrão Anfíbio”?

36- Qual é o nome técnico correcto do antigo sistema de comunicações conhecido por "Banana"?

37- Durante a Missão de Apoio à Paz na Bósnia-Herzegovina, com que viatura blindada foram equipados os FZ's?

38- Quantos e qual é o nome dos primeiros FZ's que foram formados nos Royal Marines no Reino Unido?

39- O que significa a sigla "PELREC"?

40- Quais são os 04 sistemas de armas pesados utilizados pelos FZ's?

41- Quais são os 03 significados das duas fitas pretas da Boina de Fuzileiro "azul ferrete"?

42- O que significa a sigla "LDP"?

43- Durante a Guerra do Ultramar, qual era a alcunha dos botes de fibra de vidro da marca Sintex?

44- Durante a Guerra do Ultramar, que distrito e antiga colónia era denominado de "Estado de Minas Gerais" pelas forças portuguesas, devido ao grande n.º de minas Anti-Carro e Anti-Pessoal?

45- Por que termo foram conhecidos durante vários anos os FZ's radiotelegrafistas?

46- Por que nomes era conhecida a 1.ª Pista de Obstáculos e de Combate da Escola Naval?

47- Qual é a marca e modelo da 1.ª espingarda automática utilizada pelos FZ's?

48- Em que local se situava o exercício designado por "Passagem Interior"?

49- Que tipo de sistema de armas é o “Milan”?

50- Em que ano foram criados os Batalhões de Fuzileiros n.º 1, 2, 3 e 4?

51- O que significavam as siglas "UATT" e “CATT”?

52- O que significam as letras LARC da Lancha Anfíbia?

53- Por que nome era antigamente designada a "Base de FZ's"?

54- Por qual alcunha era designada a pistola-metralhadora “PPSH” utilizada pelos movimentos de guerrilha durante a Guerra do Ultramar?

55- Em que país asiático sem ligação ao mar foram empenhados os FZ's em 2010?

56- Qual é a Unidade de FZ's que teve um "Timbalão-mor" dotado de um Bastão-Compasso?

57- Qual é o calibre da metralhadora-ligeira HK MG-42?

58- Com que Ramo das FA’s a Marinha Portuguesa e os seus FZ’s participavam em exercícios conjuntos da série “ALBATROZ” na década de 80 e 90?

59- Qual é o nome dos actuais botes pneumáticos dos FZ’s?

60- Que tipo de função exerciam as viaturas alcunhadas por: "Aranhiço" e "Escorpião"?

61- Qual é o termo técnico correcto para designar o popularmente designado “Combate Urbano”?

62- Quais eram os Navios de Apoio que durante a Guerra do Ultramar foram utilizados para transportar Unidades de FZ’s?

63- Que tipo de navio e n.º de amura se encontra em exposição estática nas imediações da Porta d' Armas da Base de Fuzileiros?

64- Que Unidade de FZ’s tem sempre que participar no exercício “Costa Aberta”?

65- Qual é a origem do fabrico do capacete RBH 103?

66- Porque motivo a Boina dos FZ’s é “azul ferrete”?

67- Porque motivos os FZ’s quando participam em cerimónias militares, formam as suas fileiras sempre à direita das outras formações militares nacionais e destroçam em 1.º lugar?

68- Que equipamento antigo dos FZ’s era designado por “Lagarto”?

69- Qual era o nome anterior do “Batalhão Ligeiro de Desembarque”?

70- Em que ano foi criado o “Centro de Treino e Criação de Cães de Guerra”?

71- Qual foi o Rei e qual era o seu cognome que assinou a Carta Régia que deu origem aos Fuzileiros como primeira unidade militar organizada de carácter permanente em Portugal?

72- Em que cidade e antiga colónia existiu o “Centro de Instrução e Preparação de Fuzileiros Especiais Africanos”?

73- Que tipo de sistema de armas é o “Tampella”?

74- Como se designava a Unidade que antecedeu o DAE?

75- Qual é a função dos Destacamentos “HUMINT” e “CIMIC”?

76- Em que ano e país decorreu a "Operação Crocodilo"?

77- Que viatura blindada anfíbia do período da 2.ª Guerra Mundial existiu na Escola de FZ's?

78- Como se designava a origem dos Oficias Subalternos Milicianos na Marinha Portuguesa?

79- Qual era a origem, marca e modelo da viatura alcunhada por "Jipão"?

80- Que tipo de meio são os "SKUA" e que Unidade de FZ's os utiliza?

81- Qual é o país que fabricou as LARC-5 e o país de onde vieram para Portugal?

82- Com que tipo de infraestruturas civis os FZ’s contribuíram para a reconstrução de Timor-Leste?

83- Quantas classes de LDM's existiram?

84- Que Unidade dos FZ's realiza o exercício exclusivo "SUBEX-RANEX"?

85- Em que ano e que Presidente da República inaugurou o Monumento aos Fuzileiros mortos em combate durante a Guerra do Ultramar, situado na Escola de Fuzileiros?

86- Quais são as marcas e modelos de espingardas automáticas com que o DAE é apetrechado?

87- O que era a "Chipa" e onde se encontrava?

88- Em 1961, porque meio e modelo de transporte partiu para Angola o DFE n.º 1?

89- O que significa a sigla "COEMAR" e a que permite ingressar?

90- O que é um “Patrão de Lancha” e em que Unidade de FZ's existe?

91- Em ano e local decorreu o exercício combinado da NATO "DRAGON HUMMER" em que participaram os FZ’s com grande sucesso?

92- Em que ano e local de Paris, no âmbito dos festejos da Revolução Francesa participam os FZ’s num desfile militar, transportando a bandeira da União Europeia?

93- Em que local da Guiné-Bissau e que DFE’s participaram em 1962 na «Operação Tridente»?

94- Qual era o nome da Força de Fuzileiros que constituiu a Reserva Operacional Terrestre da «SFOR» na Bósnia-Herzegovina?

95- Em que ano e país decorreu a «Operação Forrez»?

96- O que está descrito numa das paredes do edifício da UMD?

97- Em que ano e país os FZ’s realizaram missões SAR, ajuda humanitária e distribuição alimentos às vítimas das cheias do Rio Save?

98- Que Unidade de FZ’s providenciou segurança a Embaixada Portuguesa na Guiné-Bissau em 1998 durante a «Operação Falcão»?

99- Que tipo de sistema de armas era o “Dilagrama” e porque nome era designado nos FZ's?

100- Qual era o nome da LDG que esteve atribuída a Moçambique durante a Guerra do Ultramar?

101- Que Oficial foi recentemente homenageado com atribuição do seu nome ao edifício do Batalhão de Instrução?

20/07/17

ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA DESEMBARQUE

          A quem interessar, redigi um artigo na Revista Desembarque da Associação Nacional de Fuzileiros sobre o Cte. Maxfredo Ventura Costa Campos (CMG M AS FZE): "Memória e Homenagem ao Homem, ao Militar e Fuzileiro".


04/04/17

MERGULHADORES DA ARMADA NA DÉCADA DE 50 DO SÉCULO XX

           Pelo ano de 1953, dada a premência de apetrechar a Armada com meios e auxílio médico-terapêutico especializado no suporte a possíveis acidentes disbáricos e para salvamento marítimo, foi adquirida a primeira câmara de descompressão do país, desencadeando-se simultaneamente a medicina de mergulho e hiperbárica, aparelho que, perante os padrões actuais, encontra-se obsoleto e que foi transferido para o Museu da Marinha.

1.ª Câmara de descompressão (Foto cedida por Sarg. US Ferreira Marques)

          Pelo mesmo ano a Marinha de Guerra Portuguesa conta somente com um efectivo de 03 Mergulhadores...

- FORMAÇÃO EM IEE E MERGULHO NO REINO UNIDO:

           De 26 de Junho de 1954 a 15 de Abril de 1955, inserido na 2.ª parte do curso Long TAS "Torpedo Anti-Submarine Warfare", no âmbito da cooperação técnico-militar bilateral, Oficiais subalternos são certificados na Escola de Mergulhadores da Marinha Real Britânica: "HMS Defiance Diving School" em Plymouth com competências na guerra de minas e suas contramedidas, torpedos, demolições, incluindo mergulho (01 semana).

Curso Long TAS "Torpedo Anti-Submarine Warfare" de 1954 na Escola de Mergulhadores da Marinha Real Britânica: "HMS Defiance Diving School" em Plymouth (Foto cedida pelo Almirante Nunes da Silva)

           Esta parte do curso incluiu noções gerais sobre o equipamento usado em "deep diving" e "standard diving", experimentar escafandros clássicos semi-autónomos de circuito aberto em rio e equipamento de mergulho autónomo em piscina, a exibição dos filmes "Diving" (inglês) e "Deep sea diving" (norte-americano), a demonstração de equipamentos de salvação marítima "OXY-HYDRO" (aparelho subaquático de corte de chapa) e "UNDERWATER GUN" (aparelho subaquático de cravação de chapas no casco de navios), a câmara de compressão para Mergulhadores, regras para supervisão de Mergulhadores usadas na Royal Navy e equipamento utilizado pelos "Clearence Divers".
           De salientar que os Oficiais portugueses obtiveram respectivamente o 1.º e 5.º lugar, no curso frequentado por Oficiais de várias nações do ano 1954/1955, sendo que o mais antigo teve a exclusiva autoria e responsabilidade, conforme determinado verbalmente pelo então sub-CEMA, de compilar e enviar relatórios para o EMA, por intermédio do Adido Naval da Embaixada Portuguesa em Londres sobre a formação, contendo inclusivo propostas para se adquirir os filmes visualizados e diversos livros, tais como: "The Manual of Demolitions", "The Demolition Drill Book", "The Diving Manual".






































Certificado do curso "Long TAS" do então Cten. Nunes da Silva (Imagem cedida por Almirante Nunes da Silva)

           A partir de 1955 até Novembro de 1964, no âmbito da cooperação técnico-militar da NATO, são habilitados com cursos de inactivação de engenhos explosivos, os primeiros Mergulhadores Sapadores da era moderna: 15 militares entre Oficiais subalternos, Sargentos e Praças distribuídos por cinco cursos (1955; 1957; 1959; 2 x 1964), sendo a 1.º parte da cooperação "Clearance Diving" (16 semanas) ministrada em Escolas de Mergulhadores da Marinha Real Britânica: "HMS Defiance Diving School" em Plymouth ou "HMS Vernon Diving School" em Portsmouth, esta última instalada a bordo de um antigo Navio de Apoio alemão da 2.ª Guerra Mundial, rebaptizado de "HMS Deepwater".

Curso "Clearance Diving" de 1957 na Escolas de Mergulhadores da Marinha Real Britânica: "HMS Defiance Diving School" em Plymouth  (Foto cedida por Cte. Oliveira Simões)


























Curso "Clearance Diving" de 1959 na Escolas de Mergulhadores da Marinha Real Britânica: "HMS Defiance Diving School" em Plymouth. O 2.º militar à esquerda é o Cte. Alpoim Calvão  (Foto cedida por Sarg. US Ferreira Marques)
























Certificado do curso "Clearance Diving" do então Marinheiro Ferreira Marques (Imagem cedida por Sarg. Ferreira Marques)


Curso "Clearance Diving" de 1964 na Escolas de Mergulhadores da Marinha Real Britânica: "HMS Defiance Diving School" em Plymouth (Foto cedida por Cte. Canelas Cardoso)


























Certificado do curso "Clearance Diving" do então Tenente Canelas Cardoso (Imagem cedida por Cte. Canelas Cardoso)


"HMS Deepwater" da Marinha Real Britânica



























Mergulhadores portugueses e Instrutor inglês a bordo do "HMS Deepwater" em 1959 (Foto cedida por Sarg. US Ferreira Marques)

           Neste curso era instruído natação de superfície e submersa, manejo de equipamentos de oxigénio, mistura e de ar comprimido, recuperação de minas marítimas, fisiologia do mergulho, sabotagem submarina, procedimentos em campos de minas marítimas, técnicas de busca de querena de minas-lapa, identificação e inactivação de minas marítimas, demolições, manutenção de equipamentos de mergulho, limpeza de obstáculos em praias para desembarques e técnicas salvação marítima.
           A 2.ª parte da cooperação "Explosive Ordnance Disposal" (08 semanas) era ministrada em Escolas de Engenharia do Exército britânico "Royal Engineers Corps" em Horsham "Bomb Disposal School" e Rochester.






Curso "Explosive Ordnance Disposal" de 1957 na Escola de Engenharia do Exército britânico "Bomb Disposal School" em Horsham (Foto cedida por Cte. Oliveira Simões)























Certificado do curso "Explosive Ordnance Disposal" do então Tenente Canelas Cardoso (Imagem cedida por Cte. Canelas Cardoso)

         É de destacar que após a conclusão da parte teórica do curso "Clearance Diving", de modo a aplicar os conhecimentos adquiridos, os formandos eram integrados nas equipas de desactivação "Bomb and Mine Disposal Teams" britânicas, procedendo à inactivação de bombas e minas marítimas empregues na 2.ª Guerra Mundial, que frequentemente davam à costa, alertados pelas autoridades ou pela entidade civil "Mine Watching Organization".
























Equipa de desactivação "Bomb and Mine Disposal Teams" a proceder a inactivação de uma mina marítima anti-submarino de fundear VICKERS. Os 02 militares à esquerda são portugueses (Foto cedida por Cte. Canelas Cardoso)

           Paralelamente no mesmo período temporal, começa de modo gradual a cair em desuso a utilização dos escafandros clássicos, em prol de aparelhos de mergulho autónomo não-magnéticos:
- "CDBA" (Clearance Diving Breathing Apparatus) adquirido à Marinha Real Britânica e conhecido entre os Mergulhadores da Armada por «Corvo», com capacidade de circuito fechado com 100% de O² respirável (10 metros / sabotagem submarina) e capacidade de circuito fechado com mistura de 60% de O² e 40% de N² ou 40% de O² e 60% de N² (diversas profundidades / inactivação de minas);


Visita do então Presidente da República Almirante Américo Thomaz à Escola de Mergulhadores, podendo se observar elementos com o equipamento de mergulho CDBA "Corvo" (Foto cedida por Sarg. US Ferreira Marques)

































Mergulhador com o equipamento de mergulho CDBA "Corvo" (Foto cedida por Sarg. US Ferreira Marques)

- "OXYMAX" do tipo "CDBA" de circuito fechado com 100% de O² respirável (10 metros / sabotagem submarina), também adquirido à Marinha Real Britânica;


















Equipamento de mergulho "OXYMAX" (Foto Blogue Barco à vista)

- "Dräger FGT1/P" de fabrico alemão, com capacidade de circuito fechado com 100% de O² respirável e capacidade de circuito semi-fechado com mistura de 60% de O² e 40% de N², 40% de O² e 60% de N² ou 32,5% de O² e 67,5% de N² (54 metros / 03 horas de autonomia / inactivação de minas de influência magnética, acústica ou de pressão).





























Equipamento de mergulho "Dräger FGT1/P" (Foto Blogue Barco à vista)







































 



Equipamento de mergulho "Dräger FGT1/P" (Foto cedida por Cte. Magalhães Cruzeiro)

           Em 1956 entram ao serviço da Armada aparelhos de mergulho autónomo de circuito aberto, do tipo "COUSTEAU - GAGNAN" e de mergulho semi-autónomo de circuito aberto, do tipo "NARGUILLÉ".
           Observando o disposto no Decreto n.º 41 646 de 24 de Maio de 1958, é criado na dependência da Direcção e Serviço de Submersíveis um Serviço de Mergulhadores e de Salvação, destinado a preparação de Oficiais, Sargentos e Praças para o mergulho, à selecção de pessoal a instruir e à inspecção de todo o equipamento de mergulho da Armada.
           Pelo Decreto-lei n.º 42 045 de 23 de Dezembro de 1958 é criada a subclasse de Mergulhadores compreendida na classe de Serviços Gerais.
           Pela Portaria n.º 17 045 de 21 de Fevereiro de 1959 são afixados os quantitativos.
           Em Fevereiro de 1959 é implementado um novo Regulamento do Serviço de Mergulhadores [Portaria n.º 17 045 de 21 de Fevereiro de 1959], que cria as diferentes categorias de Mergulhadores:
- Mergulhadores-Sapadores (para salvação marítima, sabotagem e IEE - inactivação de engenhos explosivos);
- Mergulhadores-Normais (para integração dos oriundos do escafandro clássico);
- Mergulhadores-Vigias (para realizar a buscas de querena e trabalhos simples de manutenção em unidades navais).
           A Portaria n.º 17 170 de 5 de Maio de 1959 e Portaria n.º 17 725 de 12 de Maio de 1960, regulam as condições em que os actuais Mergulhadores da Armada podem ingressar na subclasse.

Artigos relacionados com a década de 50 e os Mergulhadores:

01/04/17

KITS NOGUEIRA PINTO ESTÃO DE VOLTA … E COM NOVIDADES!

           No âmbito da redacção de um livro sobre as viaturas anfíbias dos Fuzileiros (LVT-4 / Chaimite / LARC-V), “odisseia” já com alguns anos…, fui sendo presenteado com diversos assuntos que me despertaram interesse por estarem relacionados com as viaturas em apreço.
           Acrescido do propósito de que o livro sirva também de apoio a projectos de modelismo, principalmente aguçando a imaginação para a construção de dioramas, aconselhei-me com amigos modelistas.
           Foi assim que mediante o meu amigo modelista Eng. Álvaro de Melo (antigo Oficial Subalterno Fuzileiro Naval da Reserva Marítima de 1968) que tive conhecimento que no final da década de 90 existiu um kit na escala 1/35 de fabrico nacional e edição particular da Chaimite V-200 4x4 da BRAVIA pela NP MODELS.
           Tive o prazer de observar detalhadamente um Kit deste montado por este modelista, durante uma Exposição de Modelismo (I MODELFUZOS) que decorreu durante o "Dia do Fuzileiro 2015" na Escola de Fuzileiros. Exposição coordenada pelo CCF, Comando da EFZ’s e pela Associação de FZ’s, contando com um inestimável contributo e apoio organizacional da Associação de Modelismo de Almada.
           No caso tratava-se de uma versão apetrechada de um ligeiro “scratchbuilding”, representando a famosa Chaimite V-200 4x4 AP-19-34 “ARMADA 90” dos Fuzileiros, cuja principal alteração ao modelo original consistia na instalação dos tubos de LFG de 90mm na torre.

Chaimite V-200 AP-19-34 dos Fuzileiros (kit da NP Models montado por Eng. Álvaro de Melo). 

           Desde então, tenho mantido contacto com o autor deste kit de resina - o Major Nogueira Pinto, modelista e Oficial do Serviço de Material do Exército Português.
           O Major Nogueira Pinto, não foge à regra e, tal como muitos modelistas por todo o mundo começou a dedicar-se apaixonadamente ao modelismo na adolescência, no seu caso mais concretamente aos 13 anos de idade.
           Principiou-se com a construção de aeronaves de asa fixa na escala 1/72, nomeadamente das marcas Airfix e Matchbox, mais tarde debruçou-se sobre as viaturas da 2.ª Guerra Mundial da escala 1/76 da marca Hazegawa, por último, já nos inícios dos anos 80 começou a montar modelos à escala 1/35 da Tamiya, Italeri e outras marcas.
           Foi exactamente neste período que de forma germinada evolucionou para uma dedicação especial ao tema “Exército Português”, montando, na medida do possível, modelos existentes nas marcas de kits que permitissem replicar os meios utilizados neste ramo das FA’s Portuguesas.
           Posteriormente, já no final dos anos 90, optou por testar as suas habilidades modelísticas e construir por sua conta alguns kits de modelismo em resina, recorrendo a moldes de silicone, em virtude de não se encontrem disponíveis no mercado e por inerência adaptar para representar viaturas das FA’s Portuguesas.
           A título de exemplo é sobejamente conhecido entre os modelistas que não existe um kit da Chaimite V-200 4x4 de fabrico nacional da BRAVIA, obrigando a um verdadeiro e complexo trabalho de “scratchbuilding” para conceber uma destas viaturas utilizando por regra um kit de uma viatura V-100, V-150 ou M706. 
           É neste berço de empreendedorismo que nasce a NP MODELS, estreando-se com um kit na escala 1/35 da VBTP - Viatura Blindada de Transporte de Pessoal sobre rodas Chaimite V-200 4x4, fabricando cerca de 30 exemplares que rapidamente esgotou, sendo adquirida entre amigos modelistas para as suas colecções particulares.
           Mais recentemente, na mesma escala, produziu uma Viatura Blindada de Transporte de Pessoal sobre rodas de fabrico francês, tendo a particularidade de apenas ter sido adquirido por Portugal num total de 28 exemplares - a TP 14 Panhard ETT 8x8.
           Actualmente está a ultimar os trabalhos de montagem em kit relacionados com a Viatura Auto-Tanque de água de fabrico Norte-americano Kelly Springfield K-50 de 1915, adquirida pelo Exército Português em 1916 e, utilizado pelo CEP - Corpo Expedicionário Português a partir de 1917 na sua participação da 1.ª Grande Guerra (1914 - 1918).
           Os kits da Chaimite e da Panhard são dotados de um folheto de instrução de montagem e formados por uma peça base - o casco e várias peças acessórias, as respectivas torres tem a mais-valia de permitirem o modelista optar por manter a escotilha aberta ou fechada.
           Por sua vez, o kit da Kelly Springfield permite o modelista optar por recurso ao “scratchbuilding” a nível do chassis montar noutras versões (não incluídas):
- Transporte de carga com capota;
- Corpo de Marinheiros da Marinha Portuguesa apetrechado com uma metralhadora-ligeira do tipo Hotchkiss Modelo 1900;
- Auto-bomba tanque de água do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.
           Estes 03 kits estarão brevemente disponíveis para venda, mediante encomenda directamente ao seu fabricante – ModelismoNP: modelismonp@gmail.com
           Na senda de continuar a pautar-se pela originalidade, futuramente outros modelos de kits de meios utilizados pelas FA’s Portuguesas serão publicitados, de momento encontram-se num estágio de experiência.

20/03/17

LEITURAS À VISTA N.º 11

          Para a 11.ª “LEITURA À VISTA”, recomendo o livro: "Fuzileiros em África - Comissão em Moçambique 1964-1966", redigido pelo Cte. Maxfredo Ventura Costa Campos, edição de autor.






































          Este livro para além de ser dedicado à Comissão de serviço que o autor efectuou no Comando do DFE - Destacamento de Fuzileiros Especias n.º 1, entre 1964 e 1966 em Moçambique, apresenta uma grande acervo de relatórios de operações desta Unidade de Fuzileiros, que ocupa metade do livro.
          Aborda ainda num contexto político-militar a Guerra Colonial; a Marinha Portuguesa em África; o Teatro de Operações em Moçambique; os erros praticados na guerra a nível de Comandos; a recriação dos Fuzileiros, o recrutamento de efectivos e constituição de Unidades de Fuzileiros, a especialidade de Fuzileiros Especiais e a criação da sua Escola de no qual o autor esteve directamente relacionado!

03/02/17

NAVIO DE APOIO LOGÍSTICO “SÃO MIGUEL” / 5.ª PARTE

AFUNDAMENTO DO NAVIO

          A 20 de Dezembro de 1993, já não dispondo de condições operacionais, desprovido de equipamento e determinado o seu desmantelamento, é abatido ao efectivo dos navios da Marinha de Guerra Portuguesa, observando o disposto numa Portaria do MDN de 12 de Janeiro de 1994, sendo substituído nas funções que desempenhava pelo actual Navio-Reabastecedor NRP “Bérrio”.
           O Oficial Superior que exerceu o 2.º Comando do navio, desempenhando à data funções no Grupo n.º 2 de Escolas da Armada no Alfeite (G2EA), tratou de apetrechar a Sala de Reuniões do Comando do G2EA com a estante da Camarinha do Comandante do "São Miguel", uma vigia dessa Camarinha, mesa e cadeiras da Câmara de Oficiais, Escudete do Navio e uma Placa com o nome dos 03 Comandantes que o navio.


Mobiliário do NRP "São Miguel" no G2EA (fotos cedidas por Cte. Brito Subtil)

           Entre 20 e 23 de Outubro de 1994, o navio foi carregado no Cais da NATO na Trafaria com cerca de 2.200 toneladas de munições de diversos calibres e explosivos obsoletos ou com a validade largamente ultrapassada, oriundos de paióis da INDEP e dos 03 ramos das FA’s (a maioria pertencia ao Exército Português), oriundos da apelidada “cintura explosiva de Lisboa”, rebocado para alto-mar pelo Rebocador "Alpena" da empresa Rebocalis e afundado a 23 de Outubro de 1994, por recursos à abertura das válvulas do fundo, a 215 milhas da costa continental portuguesa e cerca de 4.000 metros de profundidade no Oceano Atlântico.
           De salientar que a designada “cintura explosiva de Lisboa” apresentava um grave e sério perigo para as pessoas e seus bens, vizinhos das localidades onde se situavam os respectivos paióis, sendo à muito do interesse do Estado resolver o problema.
           Tratando-se de uma tarefa bastante difícil e complexa pelo elevado risco que apresentava, efectuou-se uma operação que exigiu amplos conhecimentos técnicos e um planeamento prudente (realçando-se que foi uma mais-valia o facto de ter sido elaborada com o apoio de um Oficial Superior que conhecia bem o navio, tendo sido o Imediato da 2.ª guarnição), sendo que a fase da estiva dos materiais a bordo, que competiu à Marinha em virtude das incompatibilidades entre os vários explosivos, decorreu com limitado espaço temporal de execução, tendo sido sujeita a alterações de planeamento de última hora, para embarque de carga do Exército Português não prevista inicialmente.
          Tal última carga (cerca de 150 paletes de cunhetes de munições) já não foi condicionada nos porões do navio, não só observando-se pela falta de espaço, mas também pela necessidade de serem cumpridas as regras de incompatibilidade dos explosivos, assim como a obrigatoriedade de flutuabilidade negativa, decidindo-se transportar no convés de carga do navio, dado entender-se não alterar a segurança das condições de estabilidade do navio.
           Na fase final de afundamento, já com o navio posicionado no local pré-seleccionado, este começou adornar para Bombordo pelas 09:55, sendo que a operação em si estava a ser monitorizada por um avião de patrulha marítima P3 ORION da FAP, que registou o evento no sistema MPA, existindo também gravações do sistema STIR compiladas pela Fragata F330 “Vasco da Gama”.






Sequência de fotos do momento de adorno a Bombordo do navio (Fotos reunidas por José Manuel Marques)

          Pelas 10:45, já com o navio completamente adornado, ocorreu uma enorme explosão, poucos segundos depois de ter sido sobrevoado novamente pelo avião de patrulha marítima P3 ORION da FAP, presume-se devido a uma reacção química entre os explosivos e a água salgada, sendo que tal situação era já equacionada, face aos possíveis comportamentos aleatórios que um navio assume ao afundar-se.

Sequência de fotos do momento da explosão do navio (Fotos reunidas por José Manuel Marques)

          Dias depois deram à costa 08 cunhetes de ALG's / Dilagramas do Exército Português que haviam sido embarcado no NRP "São Miguel", sendo de mencionar que o facto de parte dos cunhetes estarem cheios de serradura, ou invés de areia como determinado, ofereceu flutuabilidade aos engenhos.
          De salientar que assistiram ao afundamento diversas personalidades a bordo de navios da Marinha Portuguesa que se encontravam distanciados a 03 milhas (Fragata “Vasco da Gama”, Fragata “Sacadura Cabral” e Navio-Balizador “Schultz Xavier”): o então Almirante Comandante Naval, alguns dos antigos elementos das guarnições do “São Miguel” entre outras personalidades.