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29/03/24

PEDRO MONTEIRO ESTÁ DE VOLTA!




        Pedro Monteiro, que em 2018 lançou o livro: “Berliet, Chaimite e UMM - Os Grandes Veículos Militares Nacionais”, publicado pela editora Contra a Corrente e com duas edições rapidamente esgotadas (num total de 1,250 exemplares), está de volta!...
        Desta vez trata-se de um livro que será lançado no final do corrente ano, fruto de um longo trabalho de pesquisa e investigação, com diversos testemunhos, reportagens e entrevistas (70) sobre a mais emblemática arma ligeira que ombreou com centenas de elementos das Forças de Segurança e principalmente largos milhares de militares das Forças Armada Portuguesas: a única, mítica e inconfundível – espingarda automática HK G3!
        À semelhança do livro sobre as viaturas militares nacionais, também este: "G3 - A Grande Arma Nacional" apresenta uma grande quantidade de fotos (+ de 300), dados técnicos, história do surgimento da arma, do seu fabrico e uso em Portugal.
        O seu trabalho de investigação com mais afinco iniciou-se em 2018, sendo no entanto de mencionar que como autor como é também fotógrafo já possuía um considerável acervo fotográfico e diversa documentação sobre a arma em questão.
        De realçar que o lançamento desta obra coincide com os 50 anos do 25 de Abril de 1974, em que a espingarda G3 a par dos cravos vermelhos se tornaram uns dos principais símbolos.
        No momento em que este artigo está a ser publicado, a campanha de crowdfunding (financiamento colaborativo) através da qual poderá reservar um exemplar do livro e que começou em 18/03/2024 já atingiu os 100% do objectivo inicial: 3.000,00€!, tendo sido agora estendida para os 5.000,00€, faltando ainda 47 dias para terminar, o que espelha a grande quantidade de público que aderiu com o intuito de assegurar um exemplar.
        Conhecendo o autor e bastante bem o seu persistente método de trabalho, este livro para além de reunir muito trabalho de pesquisa em arquivos, é reforçado com testemunhos de quem fabricava a arma na mais famosa indústria militar nacional - a FBP (Fábrica de Braço de Prata); Apresenta a memória de quem as usou em Portugal durante o 25 de Abril de 1974 e no "Verão Quente" de 1975; Relata a experiência de quem as empregou em combate nos antigos TO’s da Guerra do Ultramar e, mais recentemente nas várias Missões Nacionais e Internacionais em que as FA’s Portuguesas foram ou estão destacadas: Bósnia-Herzegovina, Guiné-Bissau, Kosovo, Timor-Leste e mais recentemente na RCA e a Lituânia.




        Trata-se de uma edição limitada e numerada apenas 1,250 exemplares, com 156 páginas no formato 25x21 cm (largura x altura), tem a particularidade de todos os capítulos incluir um sumário em inglês e de versar minuciosamente sobre todas as versões da G3 e a sua variante de metralhadora-ligeira HK-21, acrescido das respectivas fichas técnicas.
        O livro estará bem equilibrado entre texto, fotos (+ de 300) e ilustrações (3) ao longo das suas 156 páginas, traduzindo-se num livro que promete cativar quem se interessa por esta histórica arma ligeira, quer num contexto da história militar ou simplesmente para recordar com saudade a sua fiel camarada do Serviço Militar.
        É com particular satisfação que notei que autor dedica um capítulo ao facto da arma continuar a ser empregue na Marinha Portuguesa e em especial nos seus Fuzileiros, que em 2019 optaram por modernizar parte da dotação de espingardas G3 que têm à sua carga, com o kit SPUHR de fabrico sueco.
        Para tal, obteve a colaboração da Marinha Portuguesa, do Comando do Corpo de Fuzileiros e entrevistou actuais e antigos FZ’s (a quem se agradece mas uma vez a sua pronta contribuição), inclusive conta com testemunhos de antigos Veteranos do período da Guerra do Ultramar que efectuaram várias Comissões de Serviço e, da opinião de um Sargento FZ reconhecido perito em manuseamento de armamento ligeiro, táctica, tiro e responsável pela compilação de diversas doutrinas e manuais técnicos sobre tiro de combate.
        De louvar a consideração do autor pelos Antigos Combatentes e as diversas especialidades das FA’s Portuguesas, motivando a criação de um capítulo dedicado aos Museus e Monumentos espalhados por todo o território nacional, nos quais a espingarda G3 figura.
        O livro conta com o apoio da Comissão Portuguesa de História Militar e, aborda ainda a nova arma que o Exército Português adoptou - a FN SCAR, na qualidade de herdeira do legado da emblemática G3.




SOBRE O AUTOR:
        Pedro Monteiro nasceu em 1987 na cidade de Viseu, possui um Mestrado europeu em Psicologia Organizacional pelas Universidades de Coimbra e Bolonha.
        Estudou na Portland State University nos Estados Unidos e, trabalhou depois na Suíça e em Singapura, actualmente vive na Holanda, onde é responsável por treino e formação numa multinacional.
        Na área do jornalismo e fotografia, possui cursos avançados frequentados em Singapura e na Holanda e publicou mais de 50 artigos em revistas nacionais e estrangeiras.
        Em 2011 publicou uma monografia: “Military Vehicles of the Portuguese Army” com a editora alemã Tankograd, é correspondente em Portugal da revista espanhola “Fuerzas Militares del Mundo”, entre 2008 e 2013 publicou artigos sobre viaturas militares na revista portuguesa “Motor Clássico”.
        No que concerne a reportagens de temática militar, realizou reportagens com forças da Aliança Atlântica durante grandes exercícios multinacionais e com forças nacionais destacadas no Kosovo e na Lituânia. O autor possui um site: “www.pedro-monteiro.com” que convido a visitar!
        À semelhança do livro sobre as viaturas nacionais, as ilustrações de perfil são da autoria do ilustrador português Paulo Alegria, cujo trabalho já é conhecido em artigos de revistas portuguesas e estrangeiras, nomeadamente: Revista “Mais Alto” da FAP, “Air Magazine”, “Aero Journal”, “Flieger Revue”, “Aviation Classic”, “Aviões de Combate a Jacto”, igualmente também já efectuou trabalhos para os CTT.
        Colaborou com a Marinha Portuguesa na edição do livro “100 Anos da Aviação Naval - 1917 a 2017” e, juntamente com o Cte. Baptista Cabral publicaram um livro em 2023 pela mesma editora Contra a Corrente, dedicado à Aviação Naval em Portugal: “Aviação Naval - Asas da Marinha”.




ESTRUTURA DO LIVRO:
1.ª Parte – Era uma vez uma arma e uma fábrica
- Introdução: O simbolismo da G3, reportagem no Dia de Portugal, Junho de 2023.
- Braço de Prata: Fabrico e adaptações em Portugal e venda ao estrangeiro.
- Funcionamento e Formação: Aspectos técnicos e manuseamento, uso no SMO.
2.ª Parte – Ordem de fogo
- Testemunha da História: A G3 volta às ruas de Lisboa, reportagem dos 50 anos do 25 de Abril.
- Histórias da Guerra: A evolução do armamento ligeiro na guerra de África e uso operacional a G3 e HK21 nas suas diferentes versões, em combate na Guiné, Angola e Moçambique.
- Histórias da Revolução (1974-1975): Histórias e fotos inéditas, com a G3, no 25 de Abril de 1974 e os conturbados meses que resultam no 25 de Novembro de 1975.
- Histórias da Paz: As grandes missões de paz da ONU, NATO e outros compromissos internacionais de Portugal (foco na missão em Timor, 2000-2004).
3.ª Parte – Passagem de testemunho
- Modernização e Substituição: A modernização pelo Corpo de Fuzileiros e a substituição pela nova FN SCAR e família de armas ligeiras no Exército.
- Roteiro de Memórias: Roteiro de museus e monumentos alusivos à G3; enquadramento final com a evolução da indústria de defesa nacional no início do novo século e futuro próximo.

03/07/09

NAVIO-ESCOLA "SAGRES"

(ACTUALIZADO)


Navio-Escola "SAGRES"


TIPO DE NAVIO:
Barca de três mastros com gáveas

PERFIL:



DESLOCAMENTO:
1.940 toneladas

DIMENSÕES:
89,5 x 11,9 x 5,5 metros

ALTURA DO MASTRO:
45,1 metros

PROPULSÃO:
Eólica
2 motores a diesel MTU 12V 183 TE92 - 1.000cv
1 hélice

COMBUSTÍVEL:
113 toneladas

VELOCIDADE MÁXIMA:
Eólica - 16,5 nós
Diesel - 10,5 nós (19 km)

AUTONOMIA:
5.450 milhas a 7,5 nós (diesel)
30 dias a motor

GUARNIÇÃO:
Oficiais: 9 (Sob o comando de um oficial superior)
Sargentos: 16
Praças: 114
Cadetes: 63 (51 masculinos e 12 femininos)
Total: 202

RADAR:
Navegação - RACAL-DECCA 1226C (27 Km de alcance);
Navegação - KELVIN HUGHES KH 1007, banda I (37 Km de alcance)

COMUNICAÇÕES:
- Comunicações por satélite INMARSAT B;
- 1 ETO (Emissor Transmissor de Ordens);
- Radiogoniómetros TAYO VHF / HF / MF;
- 2 Projectores de sinais

EQUIPAMENTO:
- Sistema de recepção de Avisos à Navegação NAVTEX;
- Sistema de Carta Electrónica ECDIS;
- 2 Odómetros electromagnéticos SAGEM e PLATH;
- Receptor meteorológico FAC-SIMILE - NAGRAFAX;
- Área vélica: 2.355 m² (23 velas);
- 1 Grua hidráulica telescópica HIAB 60 SEACRANE de 3,5 toneladas;
- Receptor DGPS;
- Ómega diferencial;
- Ar condicionado;
- 2 Anemómetros;
- Girobússola Sperry Mk27;
- 2 Barógrafos;
- 1 Barómetro;
- 10 Balsas salva-vidas;
- Sonda ultrasónica ELAC 5000;
- Casco de aço (10mm);
- 10 anteparas estanques;
- 2 Botes pneumáticos ZEBRO III;
- 2 Lancha semi-rígida;
- 2 Escaleres;
- 1 dessalinizador;
- Sistema GPS;
- Grua hidraúlica;
- Agulha magnética;
- Agulha giroscópica

SISTEMAS DE ARMAS:
2 Peças HOTCHKISS de 47mm (destinadas a salva)

DESIGNAÇÃO NATO:
AXS

INDICATIVO DE CHAMADA INTERNACIONAL:
ESCOLAGRES

INDICATIVO RADIOTELEGRÁFICO:
CTEC


NÚMERO DE AMURA:
A520

BASE DE APOIO:
Base Naval de Lisboa

NOME:
N.R.P. Sagres

ANO DE CONSTRUÇÃO:
1937 / 1962

NOTAS:
• Foi construído em 1937 pelos estaleiros "Blohm & Voss" na Alemanha, recebendo o nome de "Albert Leo Schlageter", sendo o terceiro navio da classe "Gorch Fock" e pertencia à Marinha de Guerra Alemã (Kriegsmarine).
• No início da noite de 14 de Novembro de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial foi gravemente danificado na proa a bombordo, parecendo 17 elementos da guarnição, ao activar uma mina colocada por navios soviéticos quando realizava uma viagem de instrução com mau tempo no Mar Báltico, a 20 milhas a Nordeste do Cabo Arkona. Com o objectivo de proceder as necessárias reparações deslocou-se para o estaleiro de "Werke Kiel", posteriormente em 1945 foi capturado em Bremerhaven, cabendo como despojo de guerra aos EUA.
• A 4 de Julho de 1948, o navio foi cedido à Marinha de Guerra do Brasil, pelo custo de de 5.000 dólares, como reparação de prejuízos de guerra causados por submarinos alemães, sendo rebaptizando de "Guanabara".
• Em 10 de Outubro de 1961, com o propósito de substituir o antigo navio-escola homónimo (igualmente alemão, aprisionado nos Açores em 1916 durante a 1º Guerra Mundial), foi adquirido pelo Estado Português ao Brasil, após um período de inactividade, despendendo-se para o efeito 150.000 Dólares (4.500 Escudos) na sua aquisição.
• A 30 de Janeiro de 1962 foi formalmente aumentado ao efectivo dos navios da Armada Portuguesa [Portaria n.º 189 97 de 30 de janeiro de 1962], a 8 de Fevereiro de 1962 decorre no Rio de Janeiro a Cerimónia de incorporação do navio na Marinha de Guerra Portuguesa, zarpando do Rio de Janeiro em 25 de Abril do mesmo ano para a sua primeira viagem com pavilhão nacional.
• Na proa encontra-se representada a figura do Infante D. Henrique, o grande impulsionador dos descobrimentos portugueses, o casco do navio foi construído com chapas de aço de 10mm de espessura, rebitadas e parcialmente soldadas, é dotado de 23 velas, 10 de pano redondo e 13 de pano latino, sendo 11 triangulares e 2 quadrangulares.
• É um dos veleiros mais famosos no Mundo, conhecido pelas cruzes de Cristo vermelhas desenhadas nas velas redondas, um verdadeiro "ex-libris" do navio, da Marinha de Guerra Portuguesa e de Portugal, designadamente nas missões de natureza diplomática e de apoio à política externa do Estado.
• É frequentemente registado mais de 10.000 visitantes por dia e num porto movimentado durante a estadia, ultrapassa os 100.000. Durante a Expo 98, em apenas duas semanas recebeu 235.000 visitantes, é também objecto de inúmeras reportagens das estações televisivas.
• Conta já com 03 viagens de circum-navegação: uma em 1978/79, outra em 1983/84 e a última em 2010, já realizou 4 viagens de duração superior a 8 meses, embarcou 46 Cursos da Escola Naval, já visitou 60 países, 27 portos nacionais e 166 portos estrangeiros, já fez 31 passagens pelo Paralelo do Equador, 5 passagens pelo Canal de Suez, 4 passagens pelo Canal do Panamá, dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1993.
• Nestas viagens esteve o equivalente a 15 anos fora de Portugal, 9 dos quais passados a navegar, percorrendo ao todo 600.000 milhas, equivalente a 23 voltas ao Mundo, conta ainda com a participação em 15 regatas internacionais onde alcançou dois primeiros, um segundo, um terceiro e dois quartos lugares.
• Inúmeros Presidentes, Ministros, Reis e Príncipes de várias nações, a par de personalidades famosas já estiveram a bordo.
• Para além de servir de Navio-Escola na formação de alunos da Escola Naval, é juntamente com os outros Navios-Escola da Armada, uma Embaixada itinerante que leva a presença e cultura de Portugal a todo o mundo. O facto de já ter ostentado três bandeiras conferiu-lhe uma história ímpar e exuberante, sendo assim um marco no património marítimo contemporâneo de Portugal.
• Em 1987, 1991 e 1993 realizaram-se modernizações, nas quais o motor original foi substituído, instalou-se um dessalinizador e ar condicionado, a fim de contribuir para a melhoria das suas condições de habitabilidade.
• É um navio gémeo do Navio-Escola da Marinha de Guerra Alemã "Gorch Fock", do Navio-Escola da Marinha Mercante Ucraniana "Tovarish" (Camarada), do Navio-Escola da Marinha de Guerra Romena "Mircea" e do Navio-Escola da Guarda-Costeira dos Estados Unidos "Eagle".

PARTICIPAÇÃO EM MISSÕES IMPORTANTES:
• Em Novembro de 1975, atracou em S. Petersburgo - Rússia, sendo o porto visitado mais setentrional.
• Em Junho de 1976, realizou uma viagem aos EUA para representar a Armada Portuguesa nas comemorações do seu Bicentenário, acompanhada pela "Vega" e a Força Naval UO.21.2.1 comandada por um CMG, constituído pelas Corvetas: "Afonso de Cerqueira" e "Honório Barreto", participando na "Internacional Naval Review" e na Parada Naval no Rio Hudson.


Foto cedida por Almirante Nunes da Silva

• Em Abril de 1977, participou em Hamburgo nas comemorações do centenário dos estaleiros alemães "Blohm & Voss".
• Em Julho de 1982, vence a Regata do Novo Mundo (Newport / Lisboa) na Classe A.
• A 11 de Maio de 1984, foi conferido ao Estandarte Nacional do navio a condecoração: Ordem do Infante D. Henrique, imposta pelo então Presidente da República, General Ramalho Eanes.
• Em Abril de 1993 realizou uma viagem comemorativa dos 450 anos da chegada dos Portugueses ao Japão, percorrendo 33.842 milhas.
• Em de Junho de 1993, atracou na Cidade do Cabo - África do Sul, sendo o porto visitado mais meridional.
• Em 2000, participou nas comemorações dos 500 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, partindo de Lisboa rumo ao Rio de Janeiro, acompanhado da Fragata "João Belo", da Caravela "Boa Esperança" e do novo Navio-Escola brasileiro "Cisne Branco" que apadrinhara.
• Em Agosto de 2004, o navio serviu de Residência Oficial do então Presidente da República Jorge Sampaio, na ocasião da abertura dos Jogos Olímpicos de Atenas e visita à Grécia.
• Em Junho de 2005, representou a Marinha Portuguesa nas Comemorações da Batalha de Trafalgar.
• Em Junho de 2006, participou no desfile naval no Tejo da comemoração dos 150 anos da Associação Naval de Lisboa, acompanhado do Navio-Escola "Creoula", do "Vega" e mais de 300 embarcações.
• Em Julho 2006, participou na Regata "Tall Race Ships", acompanhado do Navio-Escola "Creoula".
• A 17 de Outubro de 2007, o Almirante CEMA Melo Gomes atribuiu em reconhecimento publico dos serviços prestados no mar e pelo seu significativo contributo para o prestígio e lustre da Armada e Portugal a Madalha Naval de Vasco da Gama.
• Em 2009, a par do "Blaus VII" participou na Cerimónia do Cinquentenário do Cristo Rei.
• Em Julho de 2009, venceu a Regata "Tall Ships Atlantic Challenge", conquistando o troféu "Boston Teapot Trophy" atribuído pela "Sail Training International", percorrendo a maior distância à vela durante um período de 124 horas, a bordo encontravam-se ainda 10 cadetes e oficiais de marinhas estrangeiras: África do Sul, Alemanha, Angola, Brasil, Canadá, Estados Unidos, França, Moçambique, Reino Unido e Tunísia.
• De 19 de Janeiro a 23 de Dezembro de 2010, realizou a 3.ª viagem de circum-navegação que durou cerca de 11 meses, visando satisfazer interesses políticos, diplomáticos, culturais e económicos de Portugal, ao mesmo tempo que proporciona o treino de mar a cadetes do 2º ano da Escola Naval.
• Participou em vários eventos durante a viagem, nomeadamente: Encontro e Regata Internacional de Grandes Veleiros no VELAS SUDAMÉRICA 2010; Comemorações do Dia de Portugal em S. Diego EUA; Cerimónias Comemorativas do Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre Portugal e o Japão; EXPO Xangai 2010.
• Visitou os seguintes países: Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Equador, México, EUA, Japão, China, Indonésia, Timor-Leste, Singapura, Tailândia, Malásia, União Indiana e Egipto, num total de 28 portos, percorrendo 40.000 milhas, 5.500 horas de navegação e sendo visitado por 300.000 pessoas.


Site oficial do Sagres: http://sagres.marinha.pt/NRPSagres/site/pt
Site dos 50 anos do Sagres: http://www.marinha.pt/aniversariosagres/
Diário de Bordo da 3.ª viagem de circum-navegação: http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/sagres/

27/06/09

MODERNIZAÇÃO DA ARMADA

(ACTUALIZADO)
          "...Marinheiro sou de alma e coração e o meu maior desejo seria acompanhar-vos a todos nos transes dolorosos da vossa vida. Sentindo profundamente que o País não possa, por enquanto, dotar a sua Marinha de Guerra com o material que a vossa ilustração e o vosso trabalho merecem, esperança tenho que um dia chegará em que a Marinha de Guerra Portuguesa ocupe, entre as suas congéneres, o lugar que o seu passado e a vossa dedicação lhe dão jus."

Rei D. Carlos I

          "...muito simplesmente, uma Armada é a extensão marítima do estado soberano. Se o estado quiser continuar soberano e seguro, tem de estar preparado para investir num nível apropriado de poder naval. Ao contrário, se o estado estiver preparado para renegar as suas responsabilidades navais, e não quiser preservar a sua soberania, então não precisa de Marinha. Mas, nesse caso, continuará a ser um Estado?"

Peter Haydon


          Portugal situa-se no Sudoeste do continente europeu, é dotado de uma costa com 967 milhas, fronteiras definidas desde os princípios do século XIII e quase 900 anos de história, sendo uma nação com uma forte tradição marítima, não por opção mas por necessidade, sendo exemplo disso o facto de a maioria da população ao longo dos séculos sempre se ter concentrado junto do litoral, e a fronteira marítima foi a porta para o mundo, uma via de afirmação e independência nacional, acontecimento que data do século XV com a gesta dos descobrimentos, quando navegadores impulsionados pelo Infante D. Henrique, descobriram o Arquipélago da Madeira (1419) e dos Açores (1427), dobraram o Cabo Bojador (1434), alcançaram a costa ocidental de África, contornaram o Cabo da Boa Esperança (1488) e estabeleceram o caminho marítimo para a Índia (1498).
          Por conseguinte, Portugal foi a 1ª potência colonial europeia a chegar à África subsariana, nos finais do século XV e em meados dos anos 70, juntamente com Espanha, das últimas a retirar-se.
          É um país com um espaço marítimo atlântico à sua responsabilidade não negligenciável, possui uma das mais vastas ZEE do mundo atribuída pela ONU e a maior da União Europeia (1.700.000 Km²), um bem que muito promete em termos de recursos.
          É ponto de passagem da maioria das grandes rotas comerciais marítimas, pelas nossas águas jurisdicionais navegam 53% do comércio europeu, tendo em conta que o transporte por via marítima representa hoje 90% do comércio mundial com tendência para aumentar, beneficiamos de uma posição privilegiada relativamente as aproximações ao Estreito de Gibraltar, aos continentes americano, europeu e africano, dispondo assim de importantes factores para o seu grau de influência na sociedade internacional.
          Face ao progressivo esgotamento a nível global dos recursos em terra, e como o nosso mar jurisdicional constitui uma importante fonte de recursos naturais, conferindo a Portugal um elevado potencial, é pois necessário acautelar o seu património estimado em 20.000 milhões de Euros por ano.
          É um mar fundamental para a circulação entre as três parcelas do território nacional (triângulo estratégico), permite a ligação a outros espaços geográficos, facilitando o trânsito de produtos essenciais ao funcionamento da economia e promove a aproximação comercial. Une as culturas e funciona como factor de equilíbrio em luta permanente contra a sistematização da precariedade ecológica que o actual sistema de globalização mundial e maximização de lucros vigente teima em ignorar.
          Nestas circunstâncias torna-se fundamental não descurar o quanto valiosos e o nosso mar, a Marinha Mercante, o nosso porto de águas profundas (Sines) e os grandes portos (Leixões, Lisboa, Setúbal, Ponta Delgada, Funchal e Caniçal), verdadeiros motores de desenvolvimento económico nacional e por onde se insere 70% das nossas importações que estimulam e justificam a necessidade de se dispor de uma Marinha de Guerra moderna e credível que privilegie a eficácia e eficiência da acção no mar, nomeadamente assegurando o uso do mar pelo Estado e a capacidade necessária para a sua negação a entidades hostis.
          A queda do Muro de Berlim e a implosão da URSS, como profunda modificação de natureza política que teve lugar na Europa em finais de 1989 e as consequentes alterações ao ambiente da ordem internacional até então vigente, determinaram uma reformulação dos objectivos estratégicos da Armada.
          Assim, enquanto na Guerra Fria a sua principal tarefa consistia na defesa das vias marítimas situadas entre o Sudoeste da Europa e as imediações da ZEE do continente Norte-Americano, no passado recente o ponto de convergência das atenções esteve mais orientado para os conflitos regionais, como o caso da ex-Jugoslávia, Guiné-Bissau e Timor-Leste, compromissos da NATO, acções de soberania nas águas nacionais e na ZEE, defesa dos recursos piscatórios, operações de socorro a náufragos e o incremento do combate à poluição e ao narcotráfico.
          No entanto, a evolução do ambiente estratégico internacional com a nova situação desencadeada pelos acontecimentos do 11 de Setembro de 2001, como recrudescer de novas formas de terrorismo, vieram acelerar a implementação das medidas que já algum tempo se encontravam em estudo na NATO, que a par do crime organizado internacional, narcotráfico e imigração ilegal, exigem uma cooperação estreita entre as forças de segurança e as forças militares.
          A Marinha de Guerra Portuguesa como instrumento de autoridade e de apoio à política externa do Estado, é pois a entidade que mais participa em prol do esforço realizado sob a égide da cooperação judicial comunitária (espaço marítimo europeu) e no âmbito da NATO para encarar o pertinente flagelo das ameaças assimétricas.
          Deste modo a Marinha de Guerra Portuguesa optou recentemente por um programa que visa o reequipamento do Corpo de Fuzileiros e a regeneração inadiável da esquadra, na linha de raciocínio da chamada Marinha Equilibrada e de Duplo Uso, operando segundo uma lógica de integração e complementaridade entre as missões de Marinha de Guerra e Guarda-Costeira, visando o emprego integrado de meios mais consentâneos com as diversas necessidades e num leque mais alargado de situações.
          Programa este que melhora substancialmente o binómio custo/eficácia, desenvolve-se na observância dos princípios da economia de meios e da potenciação de actuações para as missões actuais no quadro da defesa militar e apoio à política externa (por ex: luta contra o terrorismo transnacional), com as capacidades vocacionadas para segurança (por ex: luta contra o crime organizado internacional), imposição da autoridade do Estado no mar (por ex: luta contra a imigração ilegal) e investigação e desenvolvimento económico, científico e cultural (por ex: extensão da Plataforma Continental).
          O financiamento do programa é assegurado pelo PIDDAC e pela Lei de Programação Militar (LPM), sendo de salientar que a respectiva concretização destes programas conferirá no domínio económico uma oportunidade para a indústria naval nacional, assim como uma flexibilidade e a versatilidade necessárias para que a componente naval do Sistema de Forças Nacional assegure a obtenção de sinergias com o consequente benefício do cumprimento eficaz da missão da Armada.
          Actualmente muitos dos navios existentes são desadequados para as novas necessidades operacionais e já alcançaram o seu termo de vida útil, tendo em média uma longevidade operacional superior a 25 anos, em resultado da sua degradação natural, da obsolescência operacional e logística dos sistemas instalados, caracterizando-os com níveis tecnológicos baixos.
          Para tal contribuíram decisivamente as conjunturas tendencialmente economicistas e falhas de perspectiva estratégica por parte do poder político.
          Deste modo, os principais programas de reequipamento e modernização progressiva incluem a incorporação na Marinha de Guerra Portuguesa de:


- Duas fragatas da classe "Bartolomeu Dias";
- Dois submarinos U209PN da classe "Tridente";
- Seis NPO (Navio de Patrulha Oceânica) classe "Viana do Castelo";
- Dois NCP (Navio de Combate à Poluição) Subclasse "Sines";
- Cinco LFC (Lanchas de Fiscalização Costeira)
;

Serão adquiridos:
- 20 viaturas blindadas anfíbias PANDUR II para o Corpo de Fuzileiros;
- Reequipamento do Corpo de Fuzileiros.


Prevê-se também:
- Modernização das fragatas da classe Vasco da Gama;
- Aquisição ou construção de um NPL (Navio Polivalente Logístico);
- Aquisição ou construção de Draga-Minas.