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04/09/25

HISTÓRIA À VISTA - 41

         Retomando a rúbrica "História à vista", a seguinte é da autoria do Cte. António Raposo (CTEN FZE REF), então 2TEN - Cte. de Pelotão na CF n.º 21 do BF n.º 2, versando sobre a missão que constituiu o advento do PELBOARD.
 
E assim nasceu o PELBOARD?

       No dia 23MAI77, estando eu colocado na Escola de Fuzileiros, 2º Ten FZE como Comandante de Pelotão da Companhia de Fuzileiros nº 21 (CF21) do Batalhão de Fuzileiros nº 2 (BF2), fui chamado ao gabinete do Comandante da Escola, o saudoso Comandante Oliveira Monteiro, para me comunicar que o meu Pelotão tinha sido escolhido para uma missão especial e excecional – Embarcar na Corveta Jacinto Cândido (JC) N.R.P. 476 e fazer, integrado na guarnição, a sua comissão nos Açores. Seguiria também comigo, um segundo Pelotão de Fuzileiros comandado pelo Aspirante FZ Ribeiro, para guarnecer a outra Corveta que estava em comissão nos Açores, a Corveta Pereira D`Eça. Era a primeira vez que isso sucedia e não havia propriamente doutrina ou experiências anteriores, sobre missões desse tipo.
         Na altura não me foram dadas explicações para a razão desta estranha e inédita missão, nem eu as pedi, mas com o andar da missão e apos uma reunião, à chegada a Ponta Delgada, com o Chefe do Estado Maior (CEM) do Comando Naval dos Açores (CNA) o Capitão-de-Fragata Lopes Carvalheira, fiquei a saber que esta decisão do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), de reforçar a guarnição das Corvetas em missão nos Açores, com um Pelotão de Fuzileiros, tinha a ver com diversos acontecimentos ocorridos desde 1975, nomeadamente conflitos em terra, entre a população e as guarnições dos navios da Armada, que se tinham vindo a agravar significativamente nos últimos dias, de tal modo que o pessoal já nem saía de bordo, quando os navios estavam atracados.
         Pelas 10:30 do dia 26Mai77, embarquei com todo o Pelotão na Corveta JC, estacionada na Base Naval de Lisboa (BNL). Com menos de 72h após a ordem do CEMA, aí estavam os Fuzileiros a mostrar a sua prontidão. Desconhecendo o que nos esperava, fomos acompanhados do mais diverso tipo de material – diversos tipos de armas, munições, granadas de diverso tipo, capacetes, bastões, megafone, very-lights, mochilas, panos de tenda, redes mosquiteiras, cinturões, coldres, burnais, material para manutenção de armamento, etc.
         Largamos da BNL eram 14:00 do dia 26MAI77 e atracamos em Ponta Delgada (PDL) pelas 16:00 do dia 31Mai77, depois de uma escala de 48h no Funchal.
        Apesar de ter sentido por parte de toda a guarnição do navio, uma boa receção à “intrusão” dos Fuzileiros a bordo, colocaram se de imediato diversas questões relativas à atividade do pessoal Fuzileiro. Que tarefas poderão e deverão desempenhar a bordo? Com que enquadramento? Em que circunstancias?
         Não havendo dúvidas quanto ao empenhamento dos Fuzileiros, nos períodos em que o navio estivesse atracado, uma vez identificada a missão - segurança próxima do navio e do seu pessoal, ficava em aberto o empenhamento dos Fuzileiros, durante os períodos de navegação.
         Após algumas reuniões no Estado Maior do Comando Naval dos Açores, em que tive a oportunidade de participar, ficou decidido que o navio faria alternadamente, 4 dias atracado nos diversos portos da Região Autónoma, com 10 dias a navegar. Durante os períodos de mar, faria prioritariamente 2 tipos de missão: missões SAR (search and rescue) e fiscalização da pesca. Para além disto, o navio passaria a ter constituída a bordo uma permanente Força de Desembarque, com 3h de prontidão. Força esta, essencialmente constituída pelos Fuzileiros.
         Perante isto, havia que preparar e enquadrar os Fuzileiros para estas missões, enquanto o navio navegava e para as quais não havia qualquer doutrina ou experiências anteriores. Depois de algumas reuniões internas, com o Comando do navio e sempre com a concordância do Corpo de Fuzileiros, foi decidido o seguinte:
- O oficial FZ faria em navegação, quartos à ponte, mas apenas depois de vários serviços como adjunto do oficial mais antigo do navio, que o habilitaria a desempenhar essa tarefa. Assumi também as funções de Comandante da Força de Desembarque e Chefe do Serviço de Desporto e Lazer do navio;
- Os sargentos FZ´s fariam de adjuntos ao Sarg. de quarto à navegação e participavam na escala de serviço;
- Os cabos FZ´s fariam de adjuntos aos cabos de bordo, nas suas diversas tarefas e especialidades;
- Os marinheiros e grumetes FZ´s fariam de vigias à ponte e marinheiros do leme durante a navegação e depois de algumas sessões de aprendizagem. Passaram também a colaborar nas escalas de limpeza do navio, bem como nos trabalhos de pica e raspa, quando o navio estava atracado.
       Para além disso, ficou também acordado com o comando navio, os Fuzileiros desenvolverem acções de formação, junto da guarnição, em áreas específicos dos Fuzileiros, tais como: instrução de tiro de G3, Força de Desembarque e utilização / manuseamento dos botes Zebro III que existiam a bordo. Foram-nos também destinados Postos a bordo, para situações de Abandono e Combate.
         No que respeita ao emprego dos Fuzileiros, nas missões do navio a navegar, logo na primeira saída do navio, surgiu a necessidade de se proceder à vistoria de uma embarcação de pesca. A ordem de missão tinha vindo diretamente do Camando Naval dos Açores, só que a referida embarcação de pesca não respondeu aos avisos de paragem, pelo que nunca foi possível concretizar a vistoria. Apos este incidente, começamos imediatamente a estudar a bordo, soluções que nos permitissem em futuras situações ter capacidade de resposta para este tipo de problemas, nomeadamente: prontidão, formas e equipamento de abordagem das embarcações infratoras e outros diversos procedimentos. No fundo, soluções que hoje certamente farão parte das habituais missões do PelBoard. Ao longo de toda a comissão, acabaram por surgir outras oportunidades de vistorias e fiscalizações em alto mar, a embarcações quer de pesca, quer de outro tipo, que decorreram sem incidentes, recorrendo à habitual capacidade de desenrascanço dos Fuzileiros.
         Por decisão do Estado-Maior da Armada / Corpo de Fuzileiros, e aproveitando uma Corveta que regressava a Lisboa, foi dada por concluída a missão do meu Pelotão, no dia 13JUL77 a bordo da JC, sendo substituído por outro Pelotão que seguiu numa Corveta para os Açores. A partir destes factos e ate hoje, penso que nunca mais se deixou de colocar Fuzileiros a bordo, dos navios da Armada para efetivação de várias missões conjuntas, nomeadamente as de PelBoard.
         Passados todos estes anos, recordo 2 pormenores, pela sua singularidade e que agora já podem ser contados:
1- Ao atracar em Ponta Delgada e chegados de Lisboa e com todo o pessoal Fuzileiro formado na tolda do navio, entra a bordo um oficial do CNA, muito nervoso e gesticulando para que tirássemos a boina da cabeça – tinha receio que a população Açoreana, se apercebesse que havia Fuzileiros a bordo. Com todo o respeito, disse que só tiraria a boina da cabeça, por ordem expressa recebida do Comando do Corpo de Fuzileiros e a história ficou por aqui.
2- Na altura, o presidente do Governo dos Açores, era conterrâneo e amigo pessoal do meu comandante de batalhão. Antes de eu sair de Lisboa, o Comandante chamou-me e deu-me uma missão especial - após a minha chegada a Ponta Delgada entregar uma carta pessoal ao Presidente do Governo. Na primeira oportunidade, la me vesti à civil e fui ao palácio do Governo pedir para falar com o Presidente do Governo. O senhor recebeu-me logo, foi simpaticíssimo, pôs-me à vontade e garantiu-me a melhor colaboração e entendimento, para que durante a minha estadia, tudo decorresse com normalidade e sem conflitos entre a população e a guarnição do navio. E assim foi.

                                                                                     Carnaxide, 30 de Agosto de 2025
                                      
                                                                                                  António Raposo

15/11/09

CORVETAS DA CLASSE "JOÃO COUTINHO"

(ACTUALIZADO)

Corveta "JOÃO COUTINHO"

TIPO DE NAVIO:
Corveta da patrulha oceânica

 
PERFIL:


DESLOCAMENTO:
1.336 toneladas

DIMENSÕES:
84,6 x 10,3 x 3,3 metros
Mastro 20,3 metros

PROPULSÃO:
2 motores a diesel OEW Pielstick 12 PC 2V 5280 a 425RPM
12.000cv
12 cilindros
2 hélices

ENERGIA:
3 geradores diesel-eléctricos MAN de 320kVA
1 gerador de emergência MAN de 160kVA

COMBUSTÍVEL:
150 toneladas

VELOCIDADE MÁXIMA:
22 nós (41 km)

AUTONOMIA:
5.900 milhas a 18 nós
7.500 milhas a 15 nós
8.880 milhas a 14 nós

GUARNIÇÃO:
Oficiais: 07 (Sob o comando de um oficial superior)
Sargentos: 13
Praças: 50
Total: 70

HELICÓPTEROS:
Convés na popa para 1 helicóptero ligeiro (12 x 8 metros)



Helicóptero ALOUETTE III da FAP aterrando na Corveta "António Enes" em Novembro de 1972, ao largo da Baía de Luanda - Angola

RADAR:
Procura superfície - RACAL-DECCA RM 1226C, banda I (27 Km de alcance)
Navegação - KELVIN HUGHES 1007, banda I/F (37 Km de alcance)

COMUNICAÇÕES:
- 2 Radiogoniómetros HF, VHF, UHF;
- 1 ETO (Emissor Transmissor de Ordens;
- SICC (Sistema Integrado de Controlo de Comunicações);
- DSC Sailor VHF (Global Maritime Distress Safety System);
- Comunicações por satélite INMARSAT B;
- 2 Projectores de sinais

EQUIPAMENTO:
- Ómega diferencial SERCEL M5;
- Terminal SIFICAP;
- Sistema GPS MX200;
- 6 Balsas salva-vidas;
- Sistema de Carta Electrónica ECDIS;
- 1 Bote pneumático ZEBRO III;
- 1 Embarcação Mk9;
- 1 Lancha semi-rígida;
- Equipamentos portáteis de visão nocturna;
- Chuveiros SPRINKLERS para alagamento dos paióis de munições;
- Chuveiro para descontaminação nuclear;
- Instalação de desmagnetização;
- Ar condicionado;
- 1 Gerador de água doce por osmose inversa;
- Sonda ultrasónica KH MS32;
- Receptor DGPS;
- Odómetro electromagnético CHERNIKEEF;
- Girobússola SPERRY Mk14 Mod2A;
- Anemómetro;
- Agulha magnética;
- Agulha giroscópica;
- Barógrafo;
- Barómetro;
- Sistema de recepção de Avisos à Navegação NAVTEX;
- 1 Grua hidráulica telescópica HIAB 60 SEACRANE de 3,5 toneladas;
- Multisensor electro-óptico SAGEM, para detecção, gravação e registo de imagens;
- Receptor meteorológico FAC-SIMILE – NAGRAFAX

CONTROLO DE TIRO:
- Mk51 Mod2 Gun Fire Control Systems (Peça de 40mm)

SISTEMAS DE ARMAS:
1 Peça dupla US NAVY L/50 Mk33 Mod4 de 76,2mm/50 (12,8 Km de alcance)
1 Peça dupla BOFORS de 40mm/60 Mk9 Mod58 (12 Km de alcance)
2 Calhas lança-minas

DESIGNAÇÃO NATO:
FS

INDICATIVO DE CHAMADA INTERNACIONAL:
CORENES
CORTINHO
CORCINTO
CORDECA

ENDEREÇO RADIOTELEGRÁFICO:
CTFV
CTFA
CTFB
CTFC

NÚMERO DE AMURA:
F471
F475
F476
F477

BASE DE APOIO:
Base Naval do Alfeite

NOME:
N.R.P. António Enes
N.R.P. João Coutinho
N.R.P. Jacinto Cândido
N.R.P. General Pereira d'Eça

ANO DE CONSTRUÇÃO:
1971
1970
1970
1970

EMPREGO OPERACIONAL:
- SAR;
- Presença Naval;
- Serviço público;
- Patrulha oceânica da ZEE;
- Controlo da poluição no mar;
- Combate ao narcotráfico;
- Controlo da imigração ilegal;
- Fiscalização da pesca;
- Apoio a operações anfíbias;
- Fiscalização dos esquemas de separação de tráfego marítimo;
- Segurança de navios estrangeiros de visita a portos nacionais;
- Escolta a navios combatentes em águas restritas;
- Exercícios com unidades navais e aéreas;
- Viagens de instrução dos cadetes da Escola Naval.

NOTAS:
• Os três primeiros navios foram construídos nos Estaleiros "Blohm & Voss", em Hamburgo - Alemanha, e os restantes três nos Estaleiros Navais de "Bazán" (actual Navantia), em Cartagena - Espanha.
• A sua construção foi realizada sob um projecto de concepção nacional de 1965, da autoria do Contra-Almirante Engenheiro Construtor Naval Rogério d'Oliveira (Direcção das Construções Navais), com colaboração dos estaleiros alemães "Blohm & Voss" no que concerne a estudos de pormenor e estabilidade, foram a 1.ª série de um programa de 16 corvetas, cuja 3.ª série não se chegou construir.
• O casco é inteiramente soldado e de estrutura longitudinal, a superestrutura é de alumínio e de estrutura transversal.
• O projecto foi utilizado posteriormente como base para as corvetas das classes "Descubierta" da Marinha de Guerra Espanhola, Egípcia e Marroquina, "Meko 140" da Marinha de Guerra Argentina e inspirou os avisos da classe "A69" da Marinha de Guerra Francesa, Argentina e Turca.


Corveta da classe "DESCUBIERTA" da Marinha de Guerra Espanhola


Corveta da classe "MEKO 140" da Marinha de Guerra Argentina


Corveta da classe "A69" da Marinha de Guerra Francesa

• Foram os primeiros navios de guerra construídos nos Estaleiros "Blohm & Voss" para uma Marinha de Guerra estrangeira, após a 2ª Guerra Mundial.
• Nos primórdios da sua entrada ao serviço activo, toda a classe substituiu diversos contratorpedeiros, fragatas, corvetas e avisos, nomeadamente em comissões de serviço nas antigas colónias africanas, durante a Guerra Colonial patrulhando a costa e servindo de canhoneiras até 1975.


Perfil da Corveta "João Coutinho" na época da Guerra Colonial

• Dispõem de um convés na popa para 1 helicóptero ligeiro, mas na realidade estão somente habilitadas para a realização de reabastecimento vertical (VERTREP), além de que não são dotadas de hangar nem estação de reabastecimento de helicópteros.
• Têm acomodações adicionais para albergar 32 pessoas ou uma Força de Fuzileiros (04 Oficiais, 03 Sargentos e 25 Praças), valência operacional que a par do seu reduzido calado, permitia-lhes penetrar nos rios de maior caudal e braços de mar de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, podendo servir como navio de apoio a operações anfíbias.
• Até 1976, com o desiderato de adequar a classe às funções de patrulha, foi-lhes retirado de todo equipamento ASW (Sonar QCU 2; calhas lança-bombas de profundidade Mk9; projector de foguetes anti-submarino Mk10 HEDGEHOG), mais o controlador de tiro da Peça de 76.2mm Western Electric AN/SPG-34, banda I e o radar de aviso aéreo MLA-1B, originando uma significativa redução da guarnição (-30%).


Equipamentos retirados assinalados

• A partir do final da década 1980 foram modernizadas recebendo novos radares, terminal SIFICAP e sistema de comunicações MOST-4.
• A "Jacinto Cândido", foi condecorada em Maio de 1981 com a Medalha de Ouro de Serviços Distintos, pelo apoio prestado às populações sinistradas dos Açores no Sismo de 01 de Janeiro de 1980.
• Em 1986, a peça de artilharia de 76,2mm à proa da "António Enes" ficou danificada devido ao mau estado do mar.


















Danos na peça de artilharia

• A 10 de Março de 1987, pelas 17:30 à entrada do Porto de Horta na Ilha do Faial - Açores, deu-se uma violenta explosão na casa da máquina do leme da "António Enes", provocando baixas entre a guarnição: faleceu 01 Oficial Subalterno e 03 Marinheiros, desapareceram 02 Marinheiros e outros 11 ficaram feridos, danificou o pavimento da tolda, o painel da popa, a casa do leme e compartimentos adjacentes.


Foto Agência Lusa / Blog NRP Álvares Cabral F336

• Em Fevereiro de 1988, a "João Coutinho" transportou com destino a S. Diego - EUA, a nova estátua do navegador português João Rodrigues Cabrilho (1542), encomendada pelo Serviço Nacional de Parques do EUA, com o objectivo de substituir a antiga em mau estado.
• Em Janeiro de 1991, a "Augusto de Castilho" (já desactivada) procedeu ao transporte para a Alemanha da futura 1.ª guarnição da Fragata "Vasco da Gama".
• Em 1999, a "Honório Barreto" (já desactivada) participou no exercício "CONTEX/PHIBEX" projectando para terra o PELREC como força avançada, que posteriormente simulou a compilação de informações sobre o dispositivo das forças inimigas.
• Em 2000, a "General Pereira d'Eça" participou no filme "Capitães de Abril", simulando a Fragata "Gago Coutinho" da classe "Pereira da Silva".
• Em 2002, a "António Enes" participou no exercício "INSTREX", integrada na força opositora e rebocando o alvo para tiro de superfície.
• Em 2002, a "Augusto de Castilho" (já desactivada) participou no exercício "NEOTAPON", servindo de navio de apoio aos Mergulhadores Sapadores na detecção de simulacros que simulavam minas.
• Em Junho de 2005, a "Jacinto Cândido" transportou um contingente de escuteiros marítimos de Ponta Delgada numa expedição às Ilhas Formigas.
• Em Abril de 2006, a "General Pereira d'Eça" serviu de transporte para a Ilha da Madeira, aos jovens participantes no VI Curso de Defesa para Jovens, organizado pelo Instituto de Defesa Nacional.
• Em Maio de 2006, a "General Pereira d'Eça" participou no exercício "ANATOLIAN SUN", com uma equipa do PELBOARD e equipas do DMS n.º 1 e n.º 2.
• Em Novembro de 2007, ao largo do Cabo Espichel a corveta "General Pereira d'Eça" participou no exercício de combate a imigração clandestina "ABLE PROTECTOR 2007", simulando um navio mercante com emigrantes clandestinos a bordo, que posteriormente foi assaltado por uma secção do PELBORD, no exercício também participaram a fragata "Vasco da Gama", elementos da Polícia Marítima, um helicóptero Lynx e um avião de patrulha marítima P3 Orion e helicóptero EH-101 Merlim da FAP.


Corveta "General Pereira d'Eça" na simulação do assalto por uma secção do PELBORD

• Em Julho de 2008, a "General Pereira d'Eça" participou em conjunto com o Zoomarine de Albufeira na devolução ao mar de 5 tartarugas-comuns.
• Em Novembro de 2008, a "António Enes" participou no exercício de combate à poluição do mar "AUSTRAL", embarcando as autoridades e os convidados, ao largo do Algarve.

• Em Novembro 2008, a “João Coutinho” colaborou no projecto de colaboração técnico-científica Luso-Espanhola de Extensão da Plataforma Continental Portuguesa, apoiando técnicos do IGIDL no lançamento ao fundo do mar (5500 metros) 9 OBS - “Ocean Bottom Seismographs", ao longo da linha sísmica numa extensão de aproximadamente 100 milhas náuticas.
• Em Março de 2009, a a "João Coutinho" participou no exercício conjunto "AÇOR 08", servindo de plataforma de exercícios VERTREP para os helicópteros PUMA e MERLIN da FAP.
• Em Abril de 2009, a "António Enes" participou no exercício de treino operacional da Zona Militar dos Açores "FOCA 092", apoiando elementos do Regimento de Guarnição n.º 2 do Exército, ao largo da Ilha de S. Miguel nos Açores.
• Em Julho de 2009, durante a estadia do Porta-aviões nuclear Norte-americano "Eisenhower", a "João Coutinho" foi destacada para exercer a protecção ao navio.
• A título de curiosidade, duas das três corvetas de construção em estaleiros espanhoís "Augusto Castilho" e "Honório Barreto", foram desarmadas e servem de canibalização, as razões prendem-se com a idade, estado geral dos navios, elevados custos de reparação, falta de orçamento e falta de pessoal para as guarnecer.


Foto de Luís Miguel Correia

• Participam também nos exercícios nacionais: AÇOR, CONTEX e ZARCO.

PARTICIPAÇÃO EM MISSÕES IMPORTANTES:
• Em Junho de 1976, a Força Naval UO.21.2.1 constituída pela "Afonso de Cerqueira" e "Honório Barreto", comandado por um CMG e com Aspirantes do 2.º Ano da Escola Naval, Cadetes do CFOSE e alunos do Colégio Militar embarcados, acompanharam o Navio-Escola "Sagres" e a "Vega" numa viagem aos EUA para representar a Armada Portuguesa nas comemorações do seu Bicentenário, participando na "Internacional Naval Review" e na Parada Naval no Rio Hudson.


Foto cedida por Almirante Nunes da Silva

• Em 14 de Dezembro de 1982, a "Honório Barreto" (já desactivada) disparou 3 salvas de artilharia com a peça dupla de 76,2mm contra a proa do Navio-Butaneiro "Bandim", por encontra-se à deriva e semi-afundado com a proa elevada 15 metros acima da superfície, naufragado a 120 milhas a SW do Cabo Espichel, acabando por ser afundado por um torpedo lançado pelo "Barracuda".
• Em Junho de 1998, a "Honório Barreto" (já desactivada) transportando o Grupo de Comando, um Pelotão de Atiradores da CF22, uma Secção Anti-carro e uma Secção de Botes (12 Zebro III) e a "João Coutinho" transportando o PELREC e uma Secção de Botes (12 Zebro III) participaram na «Operação Crocodilo», com o objectivo de evacuar de civis e militares nacionais do conflito da Guiné-Bissau.
• Em 2001, a "Augusto de Castilho" (já desactivada) e a "João Coutinho" participaram na recuperação de corpos do acidente da ponte Hintze Ribeiro em Entre-os-Rios.
• Em 2002, a "Honório Barreto" (já desactivada), estive envolvido na operação de remoção do navio mercante chinês "Coral Bulker", que encalhou no molhe exterior do porto de Viana do Castelo.
• Em 2002, a "João Coutinho" esteve envolvida nas operações de combate à poluição no mar, resultantes do afundamento do petroleiro "Prestige", efectuando acompanhamento da situação e recolha de amostras.
• Em Janeiro de 2003, a "João Coutinho" participou na «Operação Ulysses», com objectivo de combater à imigração ilegal por via marítima, numa operação conjunta com a Marinha de Guerra Espanhola junto às Ilhas Baleares. A bordo da corveta estiveram 3 inspectores-adjuntos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
• Em Junho de 2003, a "João Coutinho" esteve envolvida nas operações de combate à poluição no mar, resultantes do afundamento do navio porta-contentores "Nautila".
• Em Agosto de 2004, a "General Pereira d'Eça" participou na operação de negação às águas territoriais portuguesas, ao navio "Borndiep" (Barco do Aborto) da organização "Women on Waves".
• Em Janeiro de 2005, a "António Enes" participou na «Operação Guanarteme», com objectivo de combater à imigração ilegal por via marítima, numa operação conjunta com a Marinha de Guerra Espanhola junto às Ilhas Canárias. A bordo da corveta estiveram 2 agentes da Polícia Marítima, 3 inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, e um PELBOARD (1 Sargento e 8 Praças).
• Em Julho de 2005, a "João Coutinho" e a "Jacinto Cândido" desempenharam medidas de protecção a visita particular dos Reis de Espanha aos Açores.
• Em Julho de 2005, a "João Coutinho" colocou 10 Fuzileiros nas Ilhas Selvagens com o objectivo de proteger os Vigilantes do Parque Natural da Madeira em serviço nas Selvagens.
• Em Fevereiro de 2006, a 100 milhas da Ilha da Madeira, a corveta "António Enes" participou na «Operação AGRAFE» de combate ao narcotráfico, em cooperação com a Polícia Judiciária, transportando 8 efectivos do DAE, que abordaram um veleiro suspeito mediante lanchas pneumáticas, culminando na apreensão de 1,5 toneladas de cocaína, na operação participou também um avião P3 Orion da FAP.
• Em Maio de 2006, a "Jacinto Cândido" durante a sua patrulha na zona da Convenção para a Cooperação Multilateral de Pescas no Atlântico Nordeste, efectuou 215 observações, duas fiscalizações e prestou apoio logístico a algumas embarcações de pesca, no mar da Islândia.
• Em Agosto de 2007, a "Jacinto Cândido" durante a sua integração na operação europeia de controlo da imigração ilegal «HERA», nas águas territoriais e ZEE do Senegal e da Mauritânia, detectou e interceptou três embarcações "CAYUCOS" e um total de 463 emigrantes ilegais, que presumivelmente se dirigia para o arquipélago das Canárias.
• Em Novembro de 2007, a "António Enes" integrada na «EUROMARFOR» participou no exercício "MULTICOOPERATIVE EXERCISE" ao largo da costa da Argélia, com o objectivo de promover o intercâmbio de actividades com as Armadas dos países do sul do Mar Mediterrâneo, de salientar a participação da fragata argelina "Rais Corso" da classe "Koni", de fabrico russo.

• Em Junho de 2008, a "António Enes" durante a operação conjunta com a Polícia Judiciária e a FAP «RELÂMPAGO», procedeu à abordagem e apreensão de uma embarcação de pesca com 6 toneladas de haxixe.

06/07/09

NAVIO-REABASTECEDOR "BÉRRIO"

(ACTUALIZADO)

Navio-Reabastecedor "BÉRRIO"

TIPO DE NAVIO:
Reabastecedor ligeiro

PERFIL:


DESLOCAMENTO:
11.552 toneladas

DIMENSÕES:
140,6 x 19,2 x 7,3 metros

PROPULSÃO:
2 motores a diesel SEMT-Pielstick 16 PA4 185 - 15.360cv

1 propulsor de manobra à proa de 500cv
1 hélice de passo variável

ENERGIA:
7 geradores diesel-eléctricos VOLVO PENTA de 360kVA

COMBUSTÍVEL:
123 toneladas

VELOCIDADE MÁXIMA:
19 nós (35 km)


AUTONOMIA:
15.000 milhas a 15 nós

GUARNIÇÃO:
Oficiais: 9 (Sob o comando de um oficial superior)
Sargentos: 13
Praças: 49
Total: 71 (20 femininos)

HELICÓPTEROS:
Convés na popa para 1 helicóptero

RADAR:
Navegação - KELVIN HUGHES 1007, banda I (37 Km de alcance)

COMUNICAÇÕES:
- 1 ETO (Emissor Transmissor de Ordens);

- Comunicações por satélite INMARSAT B;
- Radiogoniómetros VHF / HF / MF;
- 5 Projectores de sinais

EQUIPAMENTOS:
- Sonda ultrassónica SEACHART III;
- Sistema GPS MX200;
- Sistema de Carta Electrónica ECDIS;
- 2 Embarcações Mk9;
- 1 Lancha semi-rígida;
- 1 Bote pneumático ZEBRO III;
- Receptor DGPS;
- Odómetro electromagnético;
- Girobússola;
- Anemómetro;
- Agulha magnética;
- Agulha giroscópica;
- Barógrafo;
- Barómetro;
- 2 canhões de água;
- 3 Paus de carga;
- 2 Gruas hidraúlicas;
- 1 Grua hidráulica telescópica HIAB 60 SEACRANE de 3,5 toneladas;
- Sistema de recepção de Avisos à Navegação NAVTEX;
- Receptor meteorológico FAC-SIMILE - NAGRAFAX

CAPACIDADE DE CARGA:
- 6.600 toneladas de diesel (F76);
- 460 toneladas de combustível de helicópteros (F44);
- 325 toneladas de água;
- 120 toneladas de sólidos;
- 25 toneladas de munições;
- 10 toneladas de óleo lubrificante

SISTEMA DE CONTRAMEDIDAS ANTI-MISSÍL:
2 x 6 tubos lançadores de chaff/flare VICKERS CORVUS


SISTEMA DE CONTRAMEDIDAS ANTI-TORPEDO:
2 Roncador GRASEBY 182 rebocados

SISTEMAS DE ARMAS:
2 Peças OERLINKON Mk7 de 20mm/65 (2 Km de alcance)

DESIGNAÇÃO NATO:
AO


INDICATIVO DE CHAMADA INTERNACIONAL:
TANBERRIO


ENDEREÇO RADIOTELEGRÁFICO:
CTEA


NÚMERO DE AMURA:
A5210


BASE DE APOIO:
Base Naval de Lisboa

NOME:
N.R.P. Bérrio

ANO DE CONSTRUÇÃO:
1970 / 1993

EMPREGO OPERACIONAL:
- Apoio logístico à esquadra;
- Apoio a operações SAR;
- Presença Naval;
- Apoio e participação em exercícios e operações navais

NOTAS:
• Foi construído nos Estaleiros "Swan Hunter" em Hebburnon-Tyne (Inglaterra), integrou a «Royal Fleet Auxiliary» com o nome "BLUE ROVER", e serviu como navio de apoio logístico aos navios de guerra da «Royal Navy», no conflito das Ilhas Falklands/Malvinas em 1982.


"Bérrio" integrado na «Royal Fleet Auxiliary» ainda como BLUE ROVER, servindo como navio de apoio logístico no conflito das Ilhas Falklands/Malvinas em 1982

• Curiosamente foi um dos navios da «Royal Fleet Auxiliary» arrolado para o embargo naval ao porto marítimo da Beira (Moçambique), decretado pela ONU em 1966-1979, para impedir o fornecimento de petróleo a Rodésia (Zimbabwé) na sequência da sua declaração de independência unilateral.
• Ainda ao serviço da «Royal Fleet Auxiliary» foi remotorizado em 1973 e modernizado em 1991, adquirido em 1993 por cerca de 1 milhão de Contos substituiu o reabastecedor "S. Gabriel", abatido do serviço efectivo devido a problemas graves na propulsão a vapor, cuja reparação não seria viável.
• Dispõe de um convés na popa e equipamento de reabastecimento para helicópteros.


Convés de voo na popa

• Esta apetrechado com um casco simples, 6 estações de transferência de sólidos, 6 estações de transferência de líquidos e 1 elevador junto ao convés da popa com acesso aos porões de armazenagem, de forma a permitir o abastecimento de navios utilizando helicópteros (VERTREP).


Helicóptero a efectuar reabastecimento vertical (VERTREP) por carga suspensa

• Com o objectivo de cumprir as directivas comunitárias no que concerne ao ambiente por parte das unidades navais, apesar de o "Bérrio" estar somente dotado de um casco simples, com o desiderato de contrabalançar a inexistência do casco duplo, opta-se por utilizar única e exclusivamente o porão de armazenagem central para efeitos de transporte de combustível.
• Esta optimizado para abastecer de líquidos três navios em simultâneo, sendo que duas estações localizam-se em cada costado, e a terceira estação na popa, mais adequada para o reabastecimento de submarinos, cada uma tem capacidade de transferência de 500 toneladas/hora.
• Tem capacidade para transportar viaturas, inclusive blindados ligeiros e um pequeno contingente de militares.
• Em Outubro de 1995, realizou-se a bordo uma meia maratona (21.097,5m), participando 19 elementos da guarnição.
• Em 2001, durante a participação no exercício "SWORDFISH" teve a bordo um simulador de guerra electrónica da NATO para a realização de exercícios avançados de guerra electrónica.
• Em 2003, durante o exercício "NEOTAPON" foi empregue na condução de operações de reabastecimento, após um longo período de reparação.
• Em Abril de 2005, participou no exercício de contra proliferação de Armas de Destruição Maciça "NINFA 2005", simulando um navio suspeito.
• Em Setembro de 2006, no decurso do exercício "INSTREX" simulou um navio mercante sequestrado por emigrantes clandestinos, sendo posteriormente alvo de assalto de uma secção do PELBOARD.



Assalto da secção do PELBOARD

• Em Novembro de 2005, participou no exercício "LUSIADA", apoiando o COMFRI no trânsito para a área de exercício.
• Em Novembro de 2006, participou no exercício "LUSIADA" no âmbito da preparação das Forças Armadas para cenários de resposta a crises.
• Em Abril de 2009, realizou pela 1.ª vez uma viagem de instrução com 45 cadetes da Escola Naval, para a qual sofreu uma extensa transformação numa área de 120 m² para efeitos de acomodação, durante o estágio participou no exercício da Marinha Francesa "EUROPEAN CADET TRAINING 09", realizando séries de ASW, AAW, ASUW, MCM, BOARDING e guerra assimétrica.
• Em Julho de 2009, participou numa demonstração relativa ao exercício de Segurança Energética organizado para o Presidente da República, simulando um navio tomado por piratas e posteriormente assaltado pelo PELBOARD por recurso a "fast-rope" de um Lynx.
• Em Outubro de 2009, participou no exercício de combate à poluição "ESPADARTE 2009", simulando o navio-tanque da Shell sinistrado, na costa Oeste ao largo de Sines.
• Tem sido modernizado de forma a permitir prolongar a sua vida útil até 2012, que deveria ter terminado em 2004, a Marinha de Guerra Portuguesa pretende obter um novo reabastecedor de esquadra até 2016.
• Participa também nos exercícios nacionais: AÇOR, CONTEX, PHIBEX e ZARCO.
• Para além de Portugal a classe "ROVER", também é operada pelas Marinhas de Guerra da Inglaterra e Indonésia.

PARTICIPAÇÃO EM MISSÕES IMPORTANTES:
• Em 1991, durante a Guerra do Golfo foi atribuído a «Operação Gramby» por 6 meses.
• Em 1995, participou na «Operação Sharp-Guard» da UEO/NATO no Mar Adriático, prestando apoio aos navios que efectuavam vigilância marítima.
• Em 1995/96, forneceu apoio logístico ao Contingente Português da «IFOR» na Bósnia.
• Em Junho de 1998, integrou na «Operação Crocodilo», transportando uma equipa médica-cirúrgica (1 cirurgião, 1 anestesista, 3 enfermeiros e 2 auxiliares socorristas), uma secção de Mergulhadores Sapadores, uma secção de morteiros, uma secção de apoio de serviços do Corpo de Fuzileiros e prestou apoio logístico aos navios da Armada envolvidos na evacuação de civis e militares nacionais do conflito da Guiné-Bissau, inclusivamente reabasteceu a Fragata "Drogu" da Marinha de Guerra Francesa.
• Em Setembro de 2005, devido a actividade sismológica registada nos Açores, foi destacado para o arquipélago, para um eventual auxílio às populações, transportando uma equipa de 60 Fuzileiros, 1 médico e 1 enfermeiro do Centro de Medicina Naval, assim como um carregamento extra de medicamentos e material de apoio de campanha.