Blindado Anfíbio PANDUR II
A mobilidade, velocidade e protecção são as principais características do PANDUR II, com uma guarnição de 2 militares (condutor [FZV] e apontador) e capacidade para transportar 8 Fuzileiros totalmente equipados na versão básica de transporte de pessoal (cabine com 13 m³).
Esquema de avaliação da mobilidade do PANDUR II
Dispõe de uma blindagem em aço (ARMOX 500 Ballistic Protection Armour Steel Plates) e de uma modular (ADD ON’s) que lhe permitem uma blindagem nível III ou IV, de acordo com a especificação STANAG 4569, capaz de proteger o veículo de projécteis de 12,7mm na parte frontal e de 7,62m no resto do casco, e a distância de 100 metros de projécteis de 14,5mm.
A nível da protecção passiva, usufrui de um casco distanciado do solo 45cm com pavimento duplo e de um desenho que expele na quase totalidade os efeitos das explosões debaixo das rodas (contratualizado para explosões de 5Kg de TNT e estudado para 8 Kg).
Quando existe perigo de minas no Teatro de Operações, a guarnição e pessoal transportado deverá usar os cintos de segurança apertados, uma vez que os bancos possuem protecção anti-minas e são à prova da explosão, devem colocar os pés no banco da frente para não sofrer acidentes nos membros inferiores e utilizar uma protecção no pescoço para não sofrer deslocações nas primeiras vértebras.
Podem ainda ser equipados com um kit adicional para minimizar o efeito de minas e de projécteis perfurantes, o seu perfil foi desenhado para diminuir a assinatura térmica, estão providos com um sistema de aviso Elbit Systems Ltd IFF (amigo / inimigo) e utilizam um sistema de detecção de ameaças da Elbit Systems Ltd TDS "Laser Warning Receiver", além de uma pintura que absorve os raios infravermelhos.
No que concerne às comunicações, estão munidos com o sistema de comunicações tácticas EID SA PRC 525A e com o sistema de comunicações internas EID SA ICC-201, cada viatura está igualmente guarnecida com antenas UHF/VHF e Wireless/LAN da EID, e podem inclusivo ser embarcado num avião Hércules C-130 da FAP.
Perfil do PANDUR II embarcados num Hercules C-130 da FAP
Têm um peso máximo de 23.000 kg, 7,54 x 2,68 x 2,08 metros (cumprimento, largura e altura), um motor CUMMINS HPCR de 6 cilindros com 450cv e 285hp de baixo consumo, capacidade para 350 litros de diesel, autonomia para 700 km, velocidade máxima 130 km (estrada), 60 km (em terreno irregular) e 10 km (água).
Possuem ABS, travões de disco e tracção às oito rodas motrizes, cada uma com o seu próprio sistema de suspensão e sistema central de enchimento do pneu (MICHELIN 365/80 R20 XZL) que confere um elevado desempenho em todo o terreno, nomeadamente na transposição do mar para terra, mobilidade em ambientes com condições desde os -35º até +50º, e conseguem realizar um giro de 180º em 8 segundos.
Estão igualmente dotados de ar condicionado, visão nocturna, detector e supressor de fogo, equipamento de identificação para os meios aéreos, protecção NBQ mediante ambiente pressurizado em todo o veículo e detectores de partículas nucleares e químicas, o sistema eléctrico é de 24 V.
A capacidade anfíbia é proporcionada por dois jactos de água, acoplados a duas hélices que permitem a navegação em lagos, rios com corrente e mar aberto com vaga até 60cm (recomendação da fábrica), à velocidade de 10 km em condições de carga máxima, apresentando durante o percurso um baixo perfil.
Blindado Anfíbio PANDUR II em testes efectuados em Portugal na região de Tróia
Trata-se de um blindado sobre rodas de fácil transporte, operação e manutenção, quanto ao sistema de armas da versão anfíbia a ser entregue ao Corpo de Fuzileiros, todos desfrutam de um grau de elevação desde -9º a +20º e de rotação de 360º, podendo usar as seguintes armas de acordo com o tipo de viatura:
- Metralhadora-ligeira FN MAG de 7,62mm;
- Metralhadora-pesada BROWNING M2HB de 12,7mm;
- Lança-granadas automático HK GMG de 40mm;
- Porta-morteiro 120mm de longo alcance SOLTAM-CORDOM;
- Torre ORCWS (Overhead Remote Controlled Weapon Station) com canhão de tiro rápido ATK STEYR SP30 Mk44 de 30mm, metralhadora-ligeira FN MAG de 7,62 mm e lança-mísseis anti-carro Rafael Ltd SPIKE LR (Long Range) de 4ª geração, com estação de operação das armas interna ELBIT Systems Ltd UT-30.
O apontador ou chefe do carro dispõe de um sinalizador laser (Laser Range Finder), um visor de imagem térmica, um sistema de controlo de fogo de 3.ª geração, passível de ser empregue durante o dia ou à noite, mesmo com fumo ou nevoeiro e ainda uma câmara de TV que processa dados sobre o alvo e a sua distância, opções que permitem estabelecer uma boarelação entre a mobilidade, protecção blindada e o poder de fogo.
Dos 260 blindados (originalmente 322), estimados em 344 milhões de Euros, existe um contrato de 20 milhões de Euros em sobressalentes, a entrega ao Exército iniciou-se em 2008 e existe ainda a possibilidade de aquisição de mais 33 viaturas como opção, dotados de uma torre com canhão de 105mm.
Blindado PANDUR II dotado de torre com canhão de 105mm
Dos 260 supracitados apenas 20 estão atribuídos ao programa de reequipamento dos Fuzileiros, com entrega prevista a partir de Janeiro de 2010, constituindo o futuro PELVBLA - Pelotão de Viaturas Blindadas Ligeiras Anfíbias da CATT (Companhia de Apoio de Transportes Tácticos), que terão por função o transporte de tropas, desembarques anfíbios, escolta, patrulha, reconhecimento, apoio de fogo, comando e comunicações.
Estas viaturas serão nas seguintes 4 versões:
• 3 CPV (Command Post Vehicle): Viaturas Posto de Comando com metralhadora-ligeira 7,62mm e sistema de comunicações tácticas EID PRC 525 (4 posições de trabalho em 4 LAPTOP´s);
• 13 ICV (Infantry Carrier Vehicle): Viaturas de Transporte de Pessoal com metralhadora-pesada 12,7mm ou lança-granadas automático de 40mm;
• 2 MCV (Mortar Carrier Vehicle): Viaturas Porta-Morteiro 120mm e metralhadora-ligeira 7,62mm (possibilidade de dispor de morteiro 60mm quando a guarnição se encontrar apeada);
• 2 IFV (Infantry Fighting Vehicle): Viaturas com canhão de 30mm, metralhadora-ligeira 7,62mm e lança-mísseis anti-carro.
A carência de meios blindados para o Corpo de Fuzileiros há muito tempo que se fazia sentir neste Corpo de Tropas de Elite, para aumento da capacidade de manobra táctica em situações de risco acrescido, permitindo o emprego desta força militar em situações de maior exigência operacional, dado que as Chaimites num total de 4 introduzidas em Agosto de 1975, já não são utilizadas operacionalmente desde Setembro de 1994, em virtude das suas limitações em ambiente marítimo (deslocava-se por acção das rodas / 4,8 km), comportamento todo-o-terreno (nomeadamente terreno arenoso) e falta de peças para manutenção (ocorrendo mesmo a canibalização).
Blindado de transporte de tropas 4x4 BRAVIA CHAIMITE V-200, a desembarcar de uma LDG para uma praia
Blindado de transporte de tropas 4x4 BRAVIA CHAIMITE V-200, com torreta de metralhadora 12,7mm e 7,62mm
Deste modo, os novos blindados habilitará o Corpo de Fuzileiros a participar individualmente ou com forças nacionais ou aliadas em operações conjuntas ou combinadas nas mesmas circunstâncias, em termos de tecnologia e capacidade operacional, ao mesmo tempo que se garante a independência face ao Exército no tocante à requisição de veículos de transporte blindado, tal como sucedeu em Janeiro de 2000, na missão de Apoio à Paz na Bósnia, com a utilização de 12 viaturas Chaimite V-200 cedidas pelo Exército.
A sua necessidade também já ficou comprovada na «Operação Crocodilo», evacuação de civis e militares do conflito da Guiné-Bissau em Junho de 1998, quando os Fuzileiros desembarcaram por via de botes pneumáticos Zebro III, não dispondo de qualquer meio de transporte anfíbio blindado, que fornecesse mobilidade e maior poder de fogo, no caso de terem de enfrentar hostilidades das facções já envolvidas no conflito.
Pese embora não tenha ocorrido qualquer incidente envolvendo Forças Armadas Portuguesas, não é de menosprezar as diversas forças beligerantes que se encontravam na Guiné-Bissau, desde as tropas governamentais, forças rebeldes da Junta Militar, até às unidades militares senegalesas (1 Batalhão de Comandos / 1 Batalhão de Tropas Aerotransportadas / 1 Batalhão de Engenharia / viaturas blindadas / peças de artilharia / 5 carros de Combate Ligeiros AML90) e da Guiné-Conakry.
Curiosamente, a eliminação da Steyr foi defendida no concurso público internacional, em Novembro de 2004 pela Comissão Técnica do Exército, por não satisfazer os requisitos essenciais e por o fabricante nunca ter comprovado o nível de protecção da blindagem, nos testes efectuados em Portugal.
Nos mesmos testes a STEYR utilizou um motor Cummings ISL 405, com cerca de 400cv, considerado insuficiente para suportar o peso do blindado, quando na proposta final indicava um motor de 450cv.
Após um percurso de cerca de 1.000 quilómetros, o blindado chumbou na inspecção com problemas de travões e na direcção, falhou o diâmetro de viragem máximo (20 metros) imposto pelos requisitos essenciais, o sistema de visão nocturna também não era satisfatório.
Quando realizava o teste anfíbio bateu na rampa da Lancha de Desembarque Grande "Bacamarte", o terceiro e o quarto eixos apresentaram problemas, havia folgas significativas na direcção e na suspensão, e os níveis de emissão de fumos eram superiores ao recomendado.
Blindado Anfíbio PANDUR II em testes de Mar com a LDG Bacamarte
Em paralelo, foi acordado com a STEYR um contrato de contrapartidas no valor de 516 milhões de Euros, entre as quais, a instalação nos blindados do sistema de comunicações interna P/ICC 201 e o sistema de comunicações tácticas P/GRC 525 de concepção e fabrico nacional (EID), que já foram consumadas.
A linha de produção iniciou-se em Novembro de 2006, com a inclusão de componentes portugueses (electrónica, software e cablagem), correspondendo a 80% das viaturas da versão de transporte de tropas e ambulância, nas instalações da empresa A.R.B. FABREQUIPA, Lda, detentora de uma licença para fabricar o veículo, em virtude da aquisição da empresa Gestão de Operações Metalomecânicas, parceira da STEYR.
Blindado PANDUR II em fase de montagem
Blindado PANDUR II em fase de acabamento (Foto de Pedro Monteiro)
A empresa Sunviauto - Indústria de Componentes Automóveis SA, está a fornecer os bancos para às guarnições das viaturas.
Em finais de Outubro de 2009, decorreram na Áustria os testes do 1.º artigo (First Article Test), tendo sido concluídos em Portugal nos dias 2 e 3 de Dezembro do mesmo ano, atendendo ao facto de não existir mar naquele país.
Estes testes têm por finalidade comprovar que todas as componentes do veículo e todos os requisitos, tais como os concernentes à capacidade anfíbia, a velocidade na água e respectiva estanquicidade estão de acordo com o contratualizado, com o apoio de uma LARC-5 e equipa de Mergulhadores.
Testes de 1.º artigo
Esquema de avaliação da mobilidade do PANDUR II
Dispõe de uma blindagem em aço (ARMOX 500 Ballistic Protection Armour Steel Plates) e de uma modular (ADD ON’s) que lhe permitem uma blindagem nível III ou IV, de acordo com a especificação STANAG 4569, capaz de proteger o veículo de projécteis de 12,7mm na parte frontal e de 7,62m no resto do casco, e a distância de 100 metros de projécteis de 14,5mm.
A nível da protecção passiva, usufrui de um casco distanciado do solo 45cm com pavimento duplo e de um desenho que expele na quase totalidade os efeitos das explosões debaixo das rodas (contratualizado para explosões de 5Kg de TNT e estudado para 8 Kg).
Quando existe perigo de minas no Teatro de Operações, a guarnição e pessoal transportado deverá usar os cintos de segurança apertados, uma vez que os bancos possuem protecção anti-minas e são à prova da explosão, devem colocar os pés no banco da frente para não sofrer acidentes nos membros inferiores e utilizar uma protecção no pescoço para não sofrer deslocações nas primeiras vértebras.
Podem ainda ser equipados com um kit adicional para minimizar o efeito de minas e de projécteis perfurantes, o seu perfil foi desenhado para diminuir a assinatura térmica, estão providos com um sistema de aviso Elbit Systems Ltd IFF (amigo / inimigo) e utilizam um sistema de detecção de ameaças da Elbit Systems Ltd TDS "Laser Warning Receiver", além de uma pintura que absorve os raios infravermelhos.
No que concerne às comunicações, estão munidos com o sistema de comunicações tácticas EID SA PRC 525A e com o sistema de comunicações internas EID SA ICC-201, cada viatura está igualmente guarnecida com antenas UHF/VHF e Wireless/LAN da EID, e podem inclusivo ser embarcado num avião Hércules C-130 da FAP.
Perfil do PANDUR II embarcados num Hercules C-130 da FAP
Têm um peso máximo de 23.000 kg, 7,54 x 2,68 x 2,08 metros (cumprimento, largura e altura), um motor CUMMINS HPCR de 6 cilindros com 450cv e 285hp de baixo consumo, capacidade para 350 litros de diesel, autonomia para 700 km, velocidade máxima 130 km (estrada), 60 km (em terreno irregular) e 10 km (água).
Possuem ABS, travões de disco e tracção às oito rodas motrizes, cada uma com o seu próprio sistema de suspensão e sistema central de enchimento do pneu (MICHELIN 365/80 R20 XZL) que confere um elevado desempenho em todo o terreno, nomeadamente na transposição do mar para terra, mobilidade em ambientes com condições desde os -35º até +50º, e conseguem realizar um giro de 180º em 8 segundos.
Estão igualmente dotados de ar condicionado, visão nocturna, detector e supressor de fogo, equipamento de identificação para os meios aéreos, protecção NBQ mediante ambiente pressurizado em todo o veículo e detectores de partículas nucleares e químicas, o sistema eléctrico é de 24 V.
A capacidade anfíbia é proporcionada por dois jactos de água, acoplados a duas hélices que permitem a navegação em lagos, rios com corrente e mar aberto com vaga até 60cm (recomendação da fábrica), à velocidade de 10 km em condições de carga máxima, apresentando durante o percurso um baixo perfil.
Blindado Anfíbio PANDUR II em testes efectuados em Portugal na região de Tróia
Trata-se de um blindado sobre rodas de fácil transporte, operação e manutenção, quanto ao sistema de armas da versão anfíbia a ser entregue ao Corpo de Fuzileiros, todos desfrutam de um grau de elevação desde -9º a +20º e de rotação de 360º, podendo usar as seguintes armas de acordo com o tipo de viatura:
- Metralhadora-ligeira FN MAG de 7,62mm;
- Metralhadora-pesada BROWNING M2HB de 12,7mm;
- Lança-granadas automático HK GMG de 40mm;
- Porta-morteiro 120mm de longo alcance SOLTAM-CORDOM;
- Torre ORCWS (Overhead Remote Controlled Weapon Station) com canhão de tiro rápido ATK STEYR SP30 Mk44 de 30mm, metralhadora-ligeira FN MAG de 7,62 mm e lança-mísseis anti-carro Rafael Ltd SPIKE LR (Long Range) de 4ª geração, com estação de operação das armas interna ELBIT Systems Ltd UT-30.
O apontador ou chefe do carro dispõe de um sinalizador laser (Laser Range Finder), um visor de imagem térmica, um sistema de controlo de fogo de 3.ª geração, passível de ser empregue durante o dia ou à noite, mesmo com fumo ou nevoeiro e ainda uma câmara de TV que processa dados sobre o alvo e a sua distância, opções que permitem estabelecer uma boarelação entre a mobilidade, protecção blindada e o poder de fogo.
Dos 260 blindados (originalmente 322), estimados em 344 milhões de Euros, existe um contrato de 20 milhões de Euros em sobressalentes, a entrega ao Exército iniciou-se em 2008 e existe ainda a possibilidade de aquisição de mais 33 viaturas como opção, dotados de uma torre com canhão de 105mm.
Blindado PANDUR II dotado de torre com canhão de 105mm
Dos 260 supracitados apenas 20 estão atribuídos ao programa de reequipamento dos Fuzileiros, com entrega prevista a partir de Janeiro de 2010, constituindo o futuro PELVBLA - Pelotão de Viaturas Blindadas Ligeiras Anfíbias da CATT (Companhia de Apoio de Transportes Tácticos), que terão por função o transporte de tropas, desembarques anfíbios, escolta, patrulha, reconhecimento, apoio de fogo, comando e comunicações.
Estas viaturas serão nas seguintes 4 versões:
• 3 CPV (Command Post Vehicle): Viaturas Posto de Comando com metralhadora-ligeira 7,62mm e sistema de comunicações tácticas EID PRC 525 (4 posições de trabalho em 4 LAPTOP´s);
• 13 ICV (Infantry Carrier Vehicle): Viaturas de Transporte de Pessoal com metralhadora-pesada 12,7mm ou lança-granadas automático de 40mm;
• 2 MCV (Mortar Carrier Vehicle): Viaturas Porta-Morteiro 120mm e metralhadora-ligeira 7,62mm (possibilidade de dispor de morteiro 60mm quando a guarnição se encontrar apeada);
• 2 IFV (Infantry Fighting Vehicle): Viaturas com canhão de 30mm, metralhadora-ligeira 7,62mm e lança-mísseis anti-carro.
A carência de meios blindados para o Corpo de Fuzileiros há muito tempo que se fazia sentir neste Corpo de Tropas de Elite, para aumento da capacidade de manobra táctica em situações de risco acrescido, permitindo o emprego desta força militar em situações de maior exigência operacional, dado que as Chaimites num total de 4 introduzidas em Agosto de 1975, já não são utilizadas operacionalmente desde Setembro de 1994, em virtude das suas limitações em ambiente marítimo (deslocava-se por acção das rodas / 4,8 km), comportamento todo-o-terreno (nomeadamente terreno arenoso) e falta de peças para manutenção (ocorrendo mesmo a canibalização).
Blindado de transporte de tropas 4x4 BRAVIA CHAIMITE V-200, a desembarcar de uma LDG para uma praia
Blindado de transporte de tropas 4x4 BRAVIA CHAIMITE V-200, com torreta de metralhadora 12,7mm e 7,62mm
Deste modo, os novos blindados habilitará o Corpo de Fuzileiros a participar individualmente ou com forças nacionais ou aliadas em operações conjuntas ou combinadas nas mesmas circunstâncias, em termos de tecnologia e capacidade operacional, ao mesmo tempo que se garante a independência face ao Exército no tocante à requisição de veículos de transporte blindado, tal como sucedeu em Janeiro de 2000, na missão de Apoio à Paz na Bósnia, com a utilização de 12 viaturas Chaimite V-200 cedidas pelo Exército.
A sua necessidade também já ficou comprovada na «Operação Crocodilo», evacuação de civis e militares do conflito da Guiné-Bissau em Junho de 1998, quando os Fuzileiros desembarcaram por via de botes pneumáticos Zebro III, não dispondo de qualquer meio de transporte anfíbio blindado, que fornecesse mobilidade e maior poder de fogo, no caso de terem de enfrentar hostilidades das facções já envolvidas no conflito.
Pese embora não tenha ocorrido qualquer incidente envolvendo Forças Armadas Portuguesas, não é de menosprezar as diversas forças beligerantes que se encontravam na Guiné-Bissau, desde as tropas governamentais, forças rebeldes da Junta Militar, até às unidades militares senegalesas (1 Batalhão de Comandos / 1 Batalhão de Tropas Aerotransportadas / 1 Batalhão de Engenharia / viaturas blindadas / peças de artilharia / 5 carros de Combate Ligeiros AML90) e da Guiné-Conakry.
Curiosamente, a eliminação da Steyr foi defendida no concurso público internacional, em Novembro de 2004 pela Comissão Técnica do Exército, por não satisfazer os requisitos essenciais e por o fabricante nunca ter comprovado o nível de protecção da blindagem, nos testes efectuados em Portugal.
Nos mesmos testes a STEYR utilizou um motor Cummings ISL 405, com cerca de 400cv, considerado insuficiente para suportar o peso do blindado, quando na proposta final indicava um motor de 450cv.
Após um percurso de cerca de 1.000 quilómetros, o blindado chumbou na inspecção com problemas de travões e na direcção, falhou o diâmetro de viragem máximo (20 metros) imposto pelos requisitos essenciais, o sistema de visão nocturna também não era satisfatório.
Quando realizava o teste anfíbio bateu na rampa da Lancha de Desembarque Grande "Bacamarte", o terceiro e o quarto eixos apresentaram problemas, havia folgas significativas na direcção e na suspensão, e os níveis de emissão de fumos eram superiores ao recomendado.
Blindado Anfíbio PANDUR II em testes de Mar com a LDG Bacamarte
Em paralelo, foi acordado com a STEYR um contrato de contrapartidas no valor de 516 milhões de Euros, entre as quais, a instalação nos blindados do sistema de comunicações interna P/ICC 201 e o sistema de comunicações tácticas P/GRC 525 de concepção e fabrico nacional (EID), que já foram consumadas.
A linha de produção iniciou-se em Novembro de 2006, com a inclusão de componentes portugueses (electrónica, software e cablagem), correspondendo a 80% das viaturas da versão de transporte de tropas e ambulância, nas instalações da empresa A.R.B. FABREQUIPA, Lda, detentora de uma licença para fabricar o veículo, em virtude da aquisição da empresa Gestão de Operações Metalomecânicas, parceira da STEYR.
Blindado PANDUR II em fase de montagem
Blindado PANDUR II em fase de acabamento (Foto de Pedro Monteiro)
A empresa Sunviauto - Indústria de Componentes Automóveis SA, está a fornecer os bancos para às guarnições das viaturas.
Em finais de Outubro de 2009, decorreram na Áustria os testes do 1.º artigo (First Article Test), tendo sido concluídos em Portugal nos dias 2 e 3 de Dezembro do mesmo ano, atendendo ao facto de não existir mar naquele país.
Estes testes têm por finalidade comprovar que todas as componentes do veículo e todos os requisitos, tais como os concernentes à capacidade anfíbia, a velocidade na água e respectiva estanquicidade estão de acordo com o contratualizado, com o apoio de uma LARC-5 e equipa de Mergulhadores.
Testes de 1.º artigo
O modelo STEYR-DAIMLER-PUCH PANDUR II, é utilizado pela Áustria, Bélgica, Eslovénia, Estados Unidos, Gabão, Kuwait, estando o modelo 8X8 a ser implementado em Portugal e na República Checa.
Post de blogue muito bom e esclarecedor.
ResponderEliminarO seu autor cada vez mais demostra que domina diversos tipos de assuntos relacionado com a Marinha!
Feliz Natal e Bom Ano Novo a todos os leitores deste impecável blogue sobre a nossa Briosa.
M. O. Oficial de Marinha na Reforma
Realmente é um texto muito esclarecedor, informativo e imparcial sobre os novos blindados que substituiram as velhas Chaimites.
ResponderEliminarEstava farto de ler estupidez jornalistica a noticiar regra geral só as mas coisa associadas, ou de sites militaristas com a apelos a compra exagerada de armamento por causa do "papão espanhol"
Concordo com o primeiro comentário do meu camarada, para um homem de Direito, independente da ajuda que recebe de pessoal da Marinha, a essência, estrutura e formataçao do texto é da sua autoria.
ResponderEliminarNão há dúvida que domina muito bem vários temáticas de foro naval, mas o principal mérito está na forma de colocar as suas mensagens neste blogue, que dá-lhes um modo muito agradável de ler.
Boa Passagem de Ano a todos os leitores e um grande abraço a este verdadeiro Marinheiro de alma, Fuzileiro de espirito e Mergulhador de coração!
Matias, Portimão Ex-FZ