19/10/23

LANÇAMENTO DO LIVRO: "SINISTROS MARÍTIMOS NO PAÍS E NO ESTRANGEIRO 1823-2020"















Lançamento do livro de Reinaldo Eduardo Delgado, "SINISTROS MARÍTIMOS NO PAÍS E NO ESTRANGEIRO 1823-2020, no dia 26 de Outubro, quinta-feira, pelas 18H00, no Teatro Municipal de Vila do Conde.

12/06/23

ACTUALIZAÇÃO DO ARTIGO SOBRE A LDM 404 "CHIPA" (13 ANOS DEPOIS)!

         A grande maioria dos artigos publicados neste blogue ou revistas com quem colaboro, são idealizados por iniciativa minha, outros têm origem no incentivo de pessoal da Marinha.
     Existe, porém, também o caso de serem artigos proveniente de assuntos que me despertaram interesse no contacto com pessoal militar, foi assim que 2010 foi publicado um artigo relativo à História da LDM 404 "CHIPA". Anteriormente, 2009 o Almirante Botelho Leal felicitou-me por email a publicação de um artigo sobre as LDM, na qual e cito:
- "…O que dedica às Lanchas de Desembarque tocou-me particularmente pois fez-me recordar travessias do Lago Niassa a caminho da Chipoka (Malawi). Viviam-se nessas viagens momentos únicos, quer por algum pitoresco de que se revestiam, quer pela importância indiscutível que elas tinham para o abastecimento das restantes unidades navais…".
        Resposta esta que logo me despertou curiosidade e pedi mais informações sobre o assunto ao estimado Almirante em apreço, sendo-me assim dado a conhecer a “CHIPA”!
        Como já na época possuía contacto com um vasto n.º de pessoal da Marinha, inclusive pessoal que cumpriu Comissões de Serviço na Base Naval de Metangula, junto ao Lago Niassa em Moçambique durante a Guerra do Ultramar, de imediato encetei mais pedidos de informações a todo o pessoal que tinha conhecimento que esteve por lá destacado.
        Além disto, o próprio Almirante teve a iniciativa de me colocar em contacto com outros camaradas que navegaram na “CHIPA”, assim como recorri ao Eng. Lema Santos, antigo Oficial da Reserva Naval, possuidor de um enorme acervo documental e grande conhecedor de tudo que diz respeito aos Oficiais da Reserva Naval e História da Marinha em geral.
        Deste modo, foram reunidos diversos testemunhos e alguns documentos para redação do artigo sobre a “CHIPA”, igualmente obteve-se algumas fotos, não obstante nenhuma era verdadeiramente ilustrativa ou permitia apresentar a embarcação de forma mais panorâmica na sua totalidade.
        Situação esta que apesar de não ter condicionado a publicação do artigo, mantive sempre a esperança de algum dia conseguir obter uma foto que exiba a LDM em apreço com melhor ângulo, ou a todo o comprimento e respectivas características peculiares.
        Em Março deste ano, após uma troca de email’s com 02 Oficiais do Curso de Escola Naval de 1959: Cte. Oliveira e Costa e Cte. José Pereira da Silva, este último colocou-me em contacto com seu amigo e antigo camarada - Eng. José V. Machado, antigo Oficial da Reserva Naval que exerceu o comando da LDM 404 “CHIPA” nas missões ao Malawi entre 1969 e 1971.
        Assim, para além de ter obtido mais um testemunho e informações, 13 anos volvidos da publicação do artigo sobre a “CHIPA”, para grande surpresa e alegria minha, este antigo Oficial da Marinha cedeu-me gentilmente uma foto que tem de recordação da sua passagem pela Briosa no âmbito do SMO, ao comando da sua “CHIPA”, com a mais-valia de ter sido registada a cores!
        Mais recentemente, o antigo Marinheiro CM Carlos Mota, conhecido por possuir um mini Museu da Marinha com quase 700 peças no seu próprio domicílio, colocou-me em contacto com o seu “filho da escola”: Luís Peguicha - Marinheiro CM 1256/65, que fez parte da guarnição da “CHIPA" e que por via do seu filho gentilmente cedeu-me um documento testemunhal e fotos interessantes.
        Foi também introduzido no artigo 02 fotos do SCH C US Lopes Ribeiro, na época Praça Telegrafista que também efectuou algumas viagens ao Malawi.
       Agradeço estas novas colaborações e igualmente a todo o pessoal que anteriormente apoiaram na compilação de dados e fotos para este artigo sobre a "história" deste pequeno grande navio de guerra!

Artigo actualizado sobre a LDM 404 "CHIPA":

18/05/23

EXPOSIÇÃO DE MODELISMO E FOTOGRÁFICA NO DIA DA MARINHA 2023 - PORTO

           À semelhança do “Dia da Marinha 2017” realizado na Póvoa do Varzim / Vila do Conde, este ano no âmbito das Comemorações do “Dia da Marinha 2023” na Cidade Invicta, foi novamente sugerido ao GABCEMA que se realizasse uma Exposição de Modelismo.
           Igualmente foi sugerido que se efectuasse uma Exposição Fotográfica, em formato de slideshow, sobre a presença de Unidades Navais no Rio Douro e Porto de Leixões, desde o Século XIX aos dias de hoje.
           Ambas as exposições estão patentes no edifício da Alfândega do Porto, onde decorre também uma Exposição Itinerante da Marinha, entre os dias 18 e 21 de Maio, podendo ser visitadas gratuitamente.
           A Exposição de Modelismo conta com 42 kits de modelismo de diversas escalas, uns comerciais, outros construídos em vários materiais recorrendo à técnica de “Scratchbuilding”: porta-aviões, couraçados, cruzadores, contratorpedeiros, submarinos, veleiros, caravelas, naus, navios de pesca, navios-escola, navios de investigação, navios de pesca ao bacalhau, lancha do ISN, traineiras, lancha dos pilotos da barra, barco rabelo, lancha-torpedeira, figuras de acção de marinheiros na escala 1/6 e aeronaves da antiga Aviação Naval Portuguesa.
           De realçar a presença na Exposição de Modelismo de uma verdadeira relíquia com mais de 100 anos, uma réplica de um Torpedeiro da antiga “Armada Real Portuguesa”, com cerca de 1,5m de comprimento, fabricado artesanalmente em 1910 em madeira e chapa de conservas de peixe!
           Na sala onde decorre as exposições, está ainda patente trabalhos manuais de crianças sobre a Marinha, um boneco fardado a rigor de Marinheiro, com cerca de 1,5m de altura construído em LEGO, uma estrutura que expõe o perfil longitudinal de um submarino da classe: “Tridente” e 02 molduras com fitas dos emblemáticos "chapéus de Marinheiro" das Praças da Briosa.
          Uma moldura é referente às fitas de todos os 10 Navios-Patrulha que formam a Classe: "Cacine", a outra moldura possui as fitas de todas as 10 Corvetas, das 06 que constituem a Classe: "João Coutinho" e das 04 compõem a Classe: "Baptista de Andrade".
          Um muito obrigado aos Modelistas: António Melo, Carlos Areias, Jorge Gentil, Jorge Viana, José Filipe, Miguel Lobão, Rui Figueirinhas e Rui Soares, pela participação na Exposição de Modelismo.
         Agradecesse também ao Arquivo CIEMAR (Colecção de fotos de Francisco Cabral), Arquivo Digital do Porto, Centro Português de Fotografia, Luís Miguel Correia, Ricardo Mota da Fotomar e Reinaldo Delgado, pela cedência de imagens para a Exposição Fotográfica.
          Compre-me agradecer em especial aos meus amigos: Sr. João Tavares que organizou a Exposição de Modelismo, já “veterano” da Exposição de Modelismo do “Dia da Marinha 2017” e, ao Sr. Reinaldo Delgado pela reunião e compilação de imagens para a Exposição Fotográfica e iniciativa de trazer as suas molduras com as fitas dos panamás.
         Um Bem-Haja ao pessoal da Marinha destacado para ajudar a concretizar estas 02 iniciativas, certo que ambas as exposições contribuíram para abrilhantar o “Dia da Marinha” do ano 2023, 25 anos depois da última vez que a Cidade Invicta acolheu a Briosa no seu dia comemorativo!





16/04/23

CAMPANHA DE CROWDFUNDING DO LIVRO "AVIAÇÃO NAVAL - ASAS DA MARINHA"!


        Convido a aderirem à Campanha de crowdfunding para a publicação do livro "Aviação Naval - Asas da Marinha" da autoria de Hugo Cabral e ilustração de Paulo Alegria, a ser publicado pela Editora Contra a Corrente de Alexandre Coutinho.
        Trata-se de um trabalho de investigação que demorou anos a ser concretizado, possui capa dura, formato 290 x 260 mm (ao baixo), 256 páginas impressas em papel couché de 170 gr e tem uma tiragem prevista de 500 exemplares numerados.
        O facto da narrativa do livro ombrear com cerca de 500 fotografias e diversos perfis coloridos e ilustrações digitais artísticas, traduz-se num livro com uma relação de texto vs fotografias e ilustrações que promete torná-lo muito sedutor para interessados e entusiastas da História da Aviação Militar Naval em Portugal e um excelente apoio ao modelismo!
- Link da campanha de crowdfunding da PPL: https://ppl.pt/asas



SINOPSE:
        "Aviação Naval - Asas da Marinha" é a mais detalhada obra até hoje publicada sobre as aeronaves que voaram na Marinha Portuguesa entre 1917 e 1952. Cada capítulo descreve como a Aeronáutica Naval utilizava uma determinada aeronave, a sua actividade operacional, processo de aquisição e episódios notáveis. São igualmente descritos os feitos e marcos históricos, como a acção na Grande Guerra, a Travessia Aérea do Atlântico Sul ou as buscas aos náufragos na 2.ª Guerra Mundial.
        Este trabalho resulta de uma longa e minuciosa investigação, que traz ao conhecimento do leitor novos factos e informações até agora desconhecidos pela maioria dos entusiastas e investigadores. A obra está profusamente ilustrada com cerca de 500 fotografias seleccionadas nos Arquivos da Marinha, da Força Aérea e em álbuns de antigos aviadores navais, na sua maioria aqui publicada pela primeira vez. Cada aeronave conta igualmente com diversos perfis coloridos e ilustrações digitais artísticas que mostram com rigor os esquemas de pintura e insígnias utilizadas.
        Acima de tudo, este livro relata a história da Aviação Naval através das suas aeronaves e dos marinheiros que nelas voaram.




NOTA DO AUTOR:
        Como Aviador Naval e interessado desde adolescente em História Militar, seria inevitável não ler o “Quando a Marinha tinha Asas” de Viriato Tadeu. Foi uma obra que me inspirou e que continua a ser aquela que melhor descreve a História da Aviação Naval, o seu processo de formação, os feitos que se foram alcançando durante a sua existência e a acção dos homens que a lideraram. Contudo, na altura era ainda piloto da “linha da frente” e o livro não satisfazia aquela curiosidade de conhecer os aspetos mais operacionais e rotineiros destes meus antecessores. Como era o seu dia-a-dia? Como era voar aquelas máquinas? Como é que as aeronaves eram empregues operacionalmente? Tudo isto me despertou o desejo de produzir um livro diferente, um livro sobre as aeronaves e os homens da Aviação Naval.
        Nos seus 35 anos de existência, a Aeronáutica Naval utilizou 251 aeronaves de 30 tipos diferentes, desde frágeis hidroaviões de coque em contraplacado e asas em tela até aos robustos monoplanos bimotores de rodas de construção metálica. Cada uma destas máquinas tem uma história própria, que não é mais do que a história dos feitos, frustrações, sacrifícios e dedicação dos homens que nelas voaram ou trabalharam. Não quis assim produzir um livro carregado de detalhes técnicos facilmente disponíveis na internet, tentei antes descrever numa forma clara e concisa como, quando e onde estes aviões foram utilizados pela Aviação da Marinha, a sua actividade operacional, processo de aquisição, episódios notáveis aventuras e desventuras. E como uma imagem vale mil palavras, optei também por utilizar na máxima extensão possível ilustrações e fotografias, privilegiando as menos conhecidas que ainda não tinham sido publicadas, fossem elas dos arquivos históricos ou álbuns de antigos marinheiros e aviadores navais.
        Vejo assim este livro como um complemento ao Quando a Marinha tinha Asas, um livro que conta a história da Aviação Naval através das suas aeronaves, assim como uma sincera homenagem e contributo para manter viva a memória destes marinheiros aviadores.




HUGO CABRAL
        Nasceu em Setúbal, em 1972. Ingressou na Escola Naval em 1990, concluindo em 1995 o curso de Marinha. Iniciou a especialização em Piloto de helicópteros na Força Aérea Portuguesa em 1998, tendo permanecido na Esquadra 751 até 2001. Em 2002 concluiu a sua qualificação em Helicótero Lynx e efetuou numerosos embarques como Piloto Naval em todas as Fragatas da Marinha. É o actual Comandante da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha.
        Na última década tem vindo a dedicar-se a investigar a História da Aviação Naval e tem vários artigos publicados sobre o tema em revistas nacionais e internacionais. Concluiu em 2020 o mestrado em História Marítima com a dissertação: “Aviação Naval (1912-1924): das origens à perda de Sacadura Cabral”.

PAULO ALEGRIA
        Nasceu em Lisboa, na Freguesia dos Anjos em 1964 e, desde cedo começou a mostrar a sua vocação para o desenho o que o levou a frequentar a Escola de Artes Decorativas António Arroio. Após vários anos a trabalhar fora da sua área de eleição, fixou-se por fim como desenhador em 1992.
        Com surgimento dos computadores pessoais, a paixão pelo desenho de carros e aviões voltou a surgir e, nos últimos 10/15 anos começou a colocar em prática todos os conhecimentos adquiridos, tendo colaborado com desenhos técnicos na execução de alguns pormenores em réplicas de aeronaves, lustrações em vários artigos, livros e edições filatélicas.




         ÍNDICE:
• Formação da Aviação Naval
• F.B.A. Gnôme 100cv (Type B)
• Donnet-Denhaut 160cv Lorraine / 200cv Hispano-Suiza
• Tellier 200cv Hispano-Suiza
• Georges Lévy 280cv Renault
• Curtiss HS-2L
• A Era Dourada da Aviação
• Felixstowe F.3
• Fairey IIID Mk.II “Transatlantic Load Carrier”
• Travessia Aérea do Atlântico Sul
• Fairey III D
• Fokker TIIIW
• Avro 504-K
• Hanriot H-41
• CAMS 37A
• Macchi M.18
• DH 60G Gipsy Moth
• Junkers K43 fy
• Consolidated Fleet 10/16
• Hawker Osprey Mk III
• Blackburn Shark IIa
• Monospar ST12
• Avro 626
• Portugal na 2ª Guerra Mundial
• Grumman G-21B Goose
• Short Sunderland Mk I
• Grumman G44 Widgeon
• Bristol Blenheim Mk IVF / Mk V
• Airspeed Oxford Mk I
• DH 82A Tiger Moth
• Miles Martinet T.T. Mk I
• Bristol Beaufighter TF Mk X
• Beechcraft AT-11 Kansan; D18S
• Curtiss Helldiver SB2C5
• North-American SNJ-4
• Extinção e Legado
APÊNDICE 1 - Centros de Aviação Naval
APÊNDICE 3 - Numeração e Insígnias
APÊNDICE 4 - Inventário de aeronaves
APÊNDICE 5 - Características técnicas das aeronaves da Aviação Naval
APÊNDICE 6 - Organização
APÊNDICE 7 - Uniformes e distintivos

31/03/23

PEDIDO DE COLABORADORES PARA A REVISTA "O DESEMBARQUE" DA ASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROS

Existem, por aí, tantas histórias bonitas, tantos actos de bravura e tantas cenas
hilariantes que, seguramente, nos envaidecem, nos dimensionam e nos rejuvenescem!   

                                   Ilídio Neves, Editorial n.º 0

 


Estimados Sócios e amigos da Associação de Fuzileiros (AFZ),

 

     O Desembarque, é uma publicação, não periódica, editada pela AFZ com a missão de manter todos os associados e leitores informados sobre as actividades do Corpo de Fuzileiros, da Associação de Fuzileiros (AFZ), das suas Delegações e Núcleos Regionais, publicar e publicitar artigos de interesse cultural e técnico, relativos à vivência no espírito do Corpo de Fuzileiros.

        Pretende, assim, reforçar os laços afectivos que une os Sócios, entre si, ao Corpo de Fuzileiros, à Marinha e à AFZ e, simultaneamente, dar a conhecer à sociedade em geral, actividades e a realidade do Corpo de Fuzileiros, da AFZ e dos Fuzileiros em geral, assim como divulgar contributos livres dos Sócios e outras pessoas que se considera relevante para aquele objectivo.

      Neste sentido a revista O DESEMBARQUE, convida todos aqueles que tenham nas suas memórias histórias de vida, opiniões ou artigos de natureza técnico-táctica, e, queiram partilhar na nossa revista, terão sempre um espaço para isso e assim ajudar a enriquece-la ainda mais.

   Alguns dos nossos camaradas já estão a fazê-lo, todos podem ser colaboradores, O DESEMBARQUE não é só de alguns, mas sim de todos e todas que contribuem e vêem, assim, as suas histórias perpetuadas na revista que orgulhosamente a AFZ edita e chega a muitas e muitos, tanto em Portugal como na diáspora espalhada pelas cinco partilhas do mundo, além de muitas instituições.

      Contamos com todas e todos. Não deixem que as memórias se percam no tempo, quiçá um dia, sejam editadas num livro com todas essas histórias, artigos e opiniões. Sempre que possível ilustradas com fotos, e no caso de serem (h)istórias de vida, com a foto tipo passe.

Os endereços de email para serem recebidos os contributos:

-        O Desembarquerevistaodesembarque@gmail.com

-        Associação de Fuzileirosafuzileiros@gmail.com

Qualquer questão ou dúvida pode ser contactada directamente a equipa Editorial:

-        José Cabrita: 963 090 888;

-        Afonso Brandão: 918 855 741.

         Os contributos para a Edição n.º 46 d’O Desembarque devem chegar até dia 9 de Junho para que a mesma seja publicada antes do Dia do Fuzileiro.

Ninguém fica para trás!

 
A Direção
Associação de Fuzileiros
  
 
 

Email : afuzileiros@gmail.com

Portal :  https://associacaofuzileiros-afz.pt

Cont. Tel.: 212060079 / Telm: 927979461

NIF. 504 817 752

Morada: Rua Miguel Paes, nº 25 - 1º Esqº

2830 - 356 Barreiro

05/07/22

COMEMORAÇÕES DO DIA DO FUZILEIRO 2022


           Dois anos passados desde a última edição presencial do «Dia do Fuzileiro» devido ao interregno causado pelo COVID, as comemorações deste ano 2022 foram numa só palavra: espetacular! materializando na prática a divisa adoptada pela Marinha: “Talant de bien faire” «vontade de bem fazer» que encoraja ao esforço pessoal no sentido da perfeição.
        É mesmo caso para dar os parabéns à organização pela definição do programa, à carga do Comando do Corpo de Fuzileiros e da Associação de Fuzileiros, porque se lembraram de tudo e todos para receber bem as largas centenas de Fuzileiros, respectivos familiares e amigos que compareceram.
        Desde manhã cedo que ao «Toque de Alvorada» rumaram para o evento Fuzileiros a título particular, assim como da Associação Nacional de Fuzileiros e respectivas Delegações; da Fuzos - Associação de Fuzileiros; do Núcleo de Fuzileiros dos Templários de Tomar; os Fuzileiros do Minho; do Núcleo de Fuzileiros Motociclistas e outros grupos de Motards.
         Também estiveram presentes antigos Oficiais Fuzileiros que exerceram no passado o Comando de grandes Unidades, sendo uns Oficiais de Marinha com o Curso de Fuzileiro Especial, outros oriundos da Reserva Naval que passaram ao Quadro Permanente.
       Do Programa oficial da parte de manhã, ocorreu: a Eucaristia de Acção de Graças, discursos, actividades lúdicas, exposições, diversões para crianças, actividades culturais no Museu do Fuzileiro, Tattoo Militar na Parada e Cerimónia Militar.
        Já da parte da tarde, para além das actividades, exposições e diversões que se mantiveram, foram realizados vários Workshops: de culinária - pastelaria, sopas, frutas e sushi; de Saúde - Primeiros Socorros, bebés / crianças; Lazer - Dixieland da Banda da Armada; e de Desporto - Aula de Yoga, Zumba, Crossfit e Pilates.
         Durante todo o evento não faltou momentos de tradicional camaradagem e espírito de corpo que une as diversas gerações de Fuzileiros, que em anema cavaqueira ombrearam lado-a-lado Fuzileiros no Activo, Reserva, Reforma e na disponibilidade, de Grumetes a Oficiais Generais em franco convívio, actividades e nos «comes e bebes» num conceito de “Street Food”.
       Os alunos do CFP07 executaram um Tattoo Militar na Parada, finalizando com um desfile em marcha em acelerado conjugado com o grito de guerra dos Fuzileiros, a Cerimónia Militar de Homenagem aos Fuzileiros já falecidos terminou com um minuto de silêncio em memória e o desfile de Fuzileiros veteranos sob comando do SMOR FZE José Talhadas, sempre com disciplina e aprumo.
         Como sempre e há imagem das edições anteriores, não faltou pessoal para constituir um Pelotão de Bravos Fuzileiros para se colocarem à prova na mítica «Pista de Lodo», assim como os tradicionais passeios de LARC, de bote com motor fora-de-bordo ou a pagaia (remo) no Rio Coina.
       Este ano em tom de novidade, também estiveram disponíveis diversas actividades lúdicas que fascinou miúdos e graúdos: Filme dos 400 anos; Subidas de balão de ar quente (que não se realizou devido ao vento); Tenda para a prática de “Air Soft” na Carreira de Tiro; Insufláveis, trampolins e piscina para crianças; Um palhaço muito divertido e brincalhão; Torre de escalada, ponte Himalaia e slide junto das instalações da UMD.
        O Museu do Fuzileiro contou com grande afluência de visitas e foi novamente palco do lançamento de um livro: «A História contada por nós» coordenado por José Cabrita, Serafim Lobato, José Talhadas, Armando Gonçalves e João Ruas, sendo dedicado ao DFE n.º 12 que cumpriu uma Comissão de Serviço no TO da Guiné-Bissau entre 1970 / 1971, sob Comando do Cte. Mendes Fernandes, findo o lançamento decorreu uma sessão de autógrafos pelo Cte. do DFE. Ainda junto do Museu era possível visitar a Loja «Trincheira Militar» dedicada a artigos militares novos e usados.
       O FZ Ilídio Magueja da Delegação de Fuzileiros da Beira Alta entreteve os participantes com diversos jogos tradicionais, cativando atenção de muitas crianças que tiveram a oportunidade de aprender como brincavam os seus avós na sua infância.
        O Núcleo Museológico de Viaturas Antigas da Marinha à carga da Direcção de Transportes tal como nas edições anteriores e desde 2015, que mais uma vez marcou presença, desta vez acompanhada por viaturas clássicas do Clube Português de Automóveis Antigos e Alfa Romeo Clube de Portugal.
       Na garagem junto da antiga parada, estiveram em exposição estática algumas viaturas, um bote pneumático, um “Tactic Displays” de diverso armamento e equipamento actualmente em serviço e elementos do Centro de Recrutamento da Armada com um sistema de realidade virtual.
        A AMA - Associação de Modelismo de Almada, pela 2.ª vez consecutiva esteve presente no evento, com uma exposição de modelismo no ginásio, designada II MODELFUZOS, a quem se agradece a prontidão com que aceitou o convite a um mês do evento, na pessoa do seu Presidente e restantes modelistas da “Task-force” destacada!
       Ainda dentro do ginásio esteve presente a Tenda Merchandising da Associação de Fuzileiros, à venda o livro comemorativo dos 400 anos dos Fuzileiros e os respectivos autores - Paulo Santos e José Cabrita disponíveis para autografar, assim como o Sr. Jorge Pinheiro da Sociedade de Relojoaria Independente, com relógios comemorativos dos 400 anos dos Fuzileiros à venda.
       O grupo Dixieland da Banda da Armada também marcou presença, animando os participantes na hora do «Rancho» e durante a tarde.
     De destacar a presença e demonstração de capacidades de um Helicóptero Lynx Mk95A modernizado da EHM - Esquadrilha de Helicópteros da Marinha, que cativou a atenção de largas dezenas de pessoas que fizeram questão de fazer o devido registo fotográfico para memória futura. De realçar que quem brindou o evento com a presença da aeronave de asa rotativa foi próprio Comandante da EHM, o Pilav Naval Cte. Baptista Cabral, a quem se agradece e à sua tripulação.
         O Comodoro FZ Mariano Alves, na qualidade de Comandante do Corpo de Fuzileiros saudou com as boas-vindas os camaradas e restantes pessoas presentes no evento, cortou o bolo comemorativo juntamente com o Cte. da Escola de Fuzileiros e o Presidente da Associação de Fuzileiros, finalizando-se a sua intervenção com o “grito de guerra dos Fuzileiros”.
        O DJFuzo Cabo-Mor José Guerreiro “was in the house”, contribuindo para animar as fileiras, onde nem o Cte. da Escola de Fuzileiros - CMG FZ Santos Formiga resistiu em colocar um som, para a próxima aguardamos um “Blues” que tanto gosta Sr. Comandante!
         É de toda a justiça louvar a dinâmica da «Força-tarefa» convocada, que imbuída de espírito de corpo organizou o evento, que de forma ímpar e sem margem para dúvidas, somaram mais um sucesso e podem pronunciar: «Missão cumprida»!
        Não faltaram nas redes sociais fotos e vídeos do evento, quer de particulares, quer de pessoal já conhecido pelo seu talento para registo fotográfico como o SAJ FZE Caldeira Couto, FZ José Leal e o FZE Mário Manso, conhecido por «Almirante das Praças».
         Por último, cumpre-me agradecer a Marinha e aos Fuzileiros em particular por, mais uma vez, me receberem na sua casa nos dias que acederam o evento, no âmbito de uma pesquisa:
- Ao Comando do Corpo de Fuzileiros, Comando da Escola de Fuzileiros e Oficiais, Sargentos de vários Departamentos de ambas as Unidades;
- Ao pessoal «com mau feitio», em especial ao seu Comando pela recepção no seu «Monte»;
- Ao SCH TF Jorge Paixão e ao pessoal Taifa-Despenseiro da Base e Escola de Fuzileiros pelo seu zelo;
- Aos Sargentos FZ Lopes, Marques, Silva e Cabo FZ Martinho pela ajuda na pesquisa;
- Aos simpáticos e zelosos Guardas do «Portão Verde» oriundos da classe Fuzileiro;
- À “Task-Force” da Associação Portuguesa de Viaturas Militares por se terem prontificado para vistoriar a Chaimite “Armada 90” em posição estática junto da Parada;
- À Direcção da Fuzos - Associação de Fuzileiros pela boleia de regresso;
- E por último e não menos importante ao SAJ FZE US Afonso Brandão, pela sua sempre disponibilidade e prontidão!
A todos o meu Bem-Haja!

14/06/22

PROMOÇÃO DE LIVRO: "DA GUERRA EM ÁFRICA ÀS OPERAÇÕES INTERNACIONAIS DE PAZ"






































           Já se encontra à venda o livro: "Da Guerra em África às Operações Internacionais de Paz" da autoria do Cte. Luís Loureiro Nunes (CMG FZE REF).
        Cumpriu comissões de serviço em Unidades de Fuzileiros no ex-Ultramar português, nomeadamente integrando o último contingente de militares portugueses que retiraram de Angola em 1975.
           Exerceu depois várias funções de chefia e comando, entre outras, as de Comandante do Destacamento de Acções Especiais, Comandante do Batalhão nº 1 de Fuzileiros, Chefe do Estado Maior do Comando do Corpo de Fuzileiros, Comandante da Base de Fuzileiros e 2.º comandante do Comando do Corpo de Fuzileiros.
          Desempenhou ainda diversas missões no plano internacional, sendo a última a de Adido de Defesa junto da Embaixada de Portugal em Luanda.
          Finalmente e já no âmbito civil, exerceu funções de assessor de segurança marítima nas empresas angolanas Teleservice e Angola LNG.
       Ao longo da sua carreira, o Comandante Loureiro Nunes frequentou diversos cursos, destacando-se, entre outros, os Cursos Complementar Naval de Guerra; Mergulhador de Combate; Defesa Nuclear, Biológica e Química; Inactivação de Engenhos Explosivos Convencionais e Improvisados; “Mando de Unidades de Operaciones Especiales”; “Mando de Unidades Paracaidistas”; “Professor de Educacion Física”.

Índice:
Prefácio
1. Generalidades Iniciais
2. Pequeno Retrato Pessoal
3. A minha primeira Comissão. Angola 1972/74
4. De Terroristas a Guerrilheiros
5. Entre Áfricas – no COMIBERLANT
6. A minha segunda Comissão – Angola 1975 Últimos a chegar e últimos a partir
7. No Destacamento de Acções Especiais (DAE)
8. O Comando de Unidades de Fuzileiros (breve reflexão)
9. Em Moçambique
10. Missão na Bósnia Herzegovina
11. FORREZ (Força de Recolha na República do Zaire) Operação Leopardo
12. No Ministério da Defesa Nacional 13. Adido de Defesa em Luanda
14. E agora, à civil (e sem cordão umbilical)
15. Outras Vidas

02/06/22

II MODELFUZOS - EXPOSIÇÃO DE MODELISMO NA ESCOLA DE FUZILEIROS

            Sete anos passados da I MODELFUZOS - Exposição de Modelismo ocorrida em 2015 durante o Dia do Fuzileiro, eis que no próximo dia 02 de Julho durante o “Dia do Fuzileiro 2022”, irá decorrer na Escola de Fuzileiros a II MODELFUZOS - Exposição de Modelismo subordinada ao tema: Fuzileiros, Marinha de Guerra e Temática Naval em geral.
        À imagem do sucedido em 2015, a exposição vai ser coordenada pelo Comando do Corpo de Fuzileiros, Comando da Escola de Fuzileiros, Associação de Fuzileiros, contando novamente com o inestimável contributo da AMA - Associação de Modelismo de Almada.
        A título informativo em 2015, I MODELFUZOS esteve patente na Sala-Museu dos Fuzileiros durante 07 horas, com 41 modelos expostos e recebeu 888 visitantes, fazendo as delícias de miúdos e graúdos!
        A AMA marcou presença durante toda a exposição com uma "Task-force" guarnecida com 07 modelistas entre eles o seu então Presidente CMG FZ (SEP) Jorge Silva Rocha e o SCH A Luís Laranjeira, no evento a AMA demonstrou as suas actividades, nomeadamente com elementos a montar kits de modelismo em bancas.
        De realçar que na exposição de 2015, para além de modelos de associados da AMA, também estiveram patentes modelos de outras entidades que facultaram modelos para a exposição: Associação de Fuzileiros, Associação de Modelismo de Almada, Associação Naval Sarilhense, Museu de Marinha e modelistas a título particular, alguns dos quais pessoal da Briosa ou que nela cumpriram o SMO, antigos Fuzileiros inclusive!
        Da minha parte é sempre gratificante verificar que se aposte novamente numa exposição de modelismo, pois além de abrilhantar o “Dia do Fuzileiro”, permite que muitos antigos Fuzileiros e restante pessoal da Briosa de décadas passadas, ao apreciar os modelos recordem antigas viaturas e outros meios com quem ombrearam quando estiveram ao serviço dos Fuzileiros e da Marinha de Guerra Portuguesa. Bem-hajam a todos pela sua organização.

02/12/21

APRESENTAÇÃO DO LIVRO: "SINISTROS MARÍTIMOS NO PAÍS E NO ESTRANGEIRO"

       No próximo dia 4 de Dezembro, Sábado, pelas 16 horas, vai ser apresentado publicamente o livro "Sinistros Marítimos no país e no estrangeiro", entre os anos de 1786 e 1996, de Reinaldo Delgado no edifício da Alfândega Régia de Vila do Conde.


18/05/21

APRESENTAÇÃO DE LIVRO: FUZILEIROS - 400 ANOS DE MEMÓRIAS

Foto do autor José Cabrita

        Para quem é interessado ou simplesmente possuí um vínculo aos Fuzileiros da Marinha Portuguesa, foi certamente com grande agrado que tiveram conhecimento da publicação de mais um livro sobre esta Unidade de Forças Especiais, apresentada formalmente no passado dia 18 de Abril do corrente ano na Escola de Fuzileiros, coincidindo com as comemorações que assinalaram os 400 anos da existência dos Fuzileiros, a mais antiga e mui nobre Unidade Militar de carácter permanente ao serviço de Portugal.
       Recebeu o título de: “Fuzileiros - 400 Anos de Memórias” e trata-se de um livro iconográfico muito sui generis, edição de autor e profusamente ilustrado, com particular destaque para os seus desenhos vectoriais de alta qualidade que muito o enriquecem.
        Tem o mérito de ser um trabalho de investigação compilado em contra-relógio para ficar pronto para as comemorações dos 400 anos dos Fuzileiros, tendo os seus dois autores se dedicado ao mesmo de forma afincada durante pouco mais 6 meses antes da publicação, após concentração de dados, fotos, documentação e consulta de uma considerável bibliografia, uma verdadeira odisseia, sendo por isso de louvar todo empenho e dedicação com que abraçaram este projecto!
       É de realçar a sua apelativa estrutura, muito diferente do que se está habituado a encontrar em livros de temática militar, as suas imagens, planos, fotos e desenhos vectoriais ombreiam entre si durante o desenrolar da narrativa do livro numa agradável sintonia com os textos e legendas. Citando uma frase que muito bem espelha esta sua disposição, verbalizada por um dos autores - José Cabrita: “apresenta uma desorganização organizada”.
         Conta com um prefácio redigido pelo actual Almirante CEMA e AMN Mendes Calado e uma introdução lavrada pelo Cte. (CMG FZ) Leão Seabra na qualidade de Presidente da Associação de Fuzileiros que muito dignificam a obra e contou com a colaboração institucional e pessoal de diversas entidades e pessoal civil e militar.

Foto FZE Mário Manso

         O livro versa sobre a diferente orgânica e nomenclatura dos Fuzileiros desde 1621 aos dias de hoje, fazendo menção aos respectivos momentos históricos e principais operações de combate que imortalizaram-se na História dos Fuzileiros durante os seus 4 séculos de existência: Terço da Armada da Coroa de Portugal, Regimentos da Armada Real, Brigada Real de Marinha, Campanhas de África do século XIX / XX, Recriação dos Fuzileiros e Guerra do Ultramar, Corpo de Fuzileiros na actualidade.
        Paulo Santos, responsável maioritariamente pela parte escrita do livro, colabora com a Marinha Portuguesa há mais de 15 anos, é membro efetivo da Academia de Marinha, redige artigos para a Revista da Armada e Revista de Marinha, já publicou 8 monografias de carácter cultural sobre a Marinha Portuguesa e no passado dia 3 deste mês de Maio foi-lhe concedido a Medalha Naval de Vasco da Gama.
        José Cabrita, ficou responsável pela parte de design gráfico e todo o arranjo da disposição do livro, colabora igualmente com a Marinha Portuguesa há mais de 20 anos, nomeadamente como responsável gráfico de várias obras, é ilustrador gráfico no Gabinete de Heráldica Naval, elabora ilustrações e infografias para a Revista da Armada e Revista Militar, para além de apoiar vários autores, editoras, livros e revistas da área náutica e história militar, em 2018 recebeu uma Menção Honrosa da Academia de Marinha.
        De mencionar que os autores já trabalharam anteriormente em conjunto, nomeadamente em 2 monografias que versam sobre a Marinha Portuguesa.
       Para quem quer conhecer melhor a História mais longínqua dos Fuzileiros, este livro tem a mais-valia de apresentar muitos dados, textos e fotos patentes em arquivos, bibliotecas e museus do período anterior à recriação dos Fuzileiros em 1961, que maioritariamente se desconhece por já não serem de um passado recente vivido.
       Do período de 1961 à actualidade apresenta igualmente muitos dados, textos e fotos, algumas já conhecidas, mas que receberam um tratamento gráfico, passando apresentar melhor qualidade.
        É notório que o livro dedica um grande número das suas páginas ao período da Recriação dos Fuzileiros e Guerra do Ultramar, constituindo assim uma verdadeira e sentida homenagem às gerações dos nossos Veteranos da mítica Boina azul-ferrete que se bateram por Portugal em África.


Foto do autor José Cabrita

     Neste capítulo evidencia detalhadamente a participação dos Fuzileiros nos Teatros de Operações de Angola, Guiné e Moçambique, tendo para tal contando com testemunhos, memórias e fotos particulares de diversos Veteranos.
        Não obstante, não ficou obviamente esquecido os actuais Fuzileiros desde o 25 de Abril de 1974, as sucessivas reestruturações por forma adaptarem-se constantemente aos tempos e necessidades da guerra moderna, realçando-se a menção à criação de diversas Unidades, a participação em diversos exercícios nacionais e internacionais, referência desde de 1995 até este ano às missões de apoio às populações civis, missões internacionais de apoio à paz ou de assistência humanitária.
        O livro dedica ainda na parte final de modo singelo mas honroso umas páginas ao Museu do Fuzileiro, as comemorações dos 700 anos da Briosa, participação em grandes desfiles militares comemorativos nacionais e internacionais, inauguração de monumentos ao Fuzileiro, a Associação de Fuzileiros, Rádio Filhos da Escola e à prodigiosa Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros!

Foto FZE Mário Manso

       De destacar que o livro possui mais de 600 imagens, planos, fotos e desenhos vectoriais nas suas 272 páginas, traduzindo-se num livro com uma relação de texto vs ilustrações sedutora para quem se interessa por esta Unidade de Forças Especiais, quer num contexto da história militar, quer para servir de apoio ao modelismo ou tão simplesmente por ser um Filho da Escola.
       Foi limitado a 600 exemplares, sendo que 400 já se venderam, editado em formato de álbum e em papel couché, os seus desenhos vectoriais são de alta qualidade, criados no programa: Corel Draw, todos da autoria de José Cabrita.
       Está prevista futuramente uma nova edição do livro, revista, aumentada e com partes do livro, nomeadamente os textos iniciais de cada capítulo, também em Inglês e Francês.
       A título informativo e a quem interessar, o livro em apreço é passível de ser adquirido por 30€ directamente aos autores (jm.cabrita@netcabo.pt) e encontra-se à venda na Associação de Fuzileiros, Academia de Marinha e Museu de Marinha.
       Cumpre informar que juntamente com o livro, nestas comemorações dos 400 anos dos Fuzileiros, foi apresentado um relógio comemorativo desta data, da marca SWISS MILITARY (nas versões Quartzo e Automático), tratando-se de uma edição especial e limitada a 400 exemplares que pode ser adquirido unicamente na Associação de Fuzileiros (https://associacaofuzileiros-afz.pt/) por reserva, devido ao facto de que são todos personalizados, cujo custo oscila entre 144€ e os 388€, conforme o modelo e bracelete escolhida.


Foto do FZE Mário Manso

       Por último, é de enaltecer a iniciativa dos sobejamente conhecidos Veteranos FZE Mário Manso e José Parreira para mobilizar uma “Força-tarefa” de 50 elementos composta por diversas gerações de Fuzileiros e civis, que se prontificaram para pintar o extenso muro exterior e porta d’ Armas da Escola de Fuzileiros, por forma a ficar dignamente apresentável nas comemorações dos 400 anos dos Fuzileiros.
       Iniciativa esta que recebeu o nome de “Operação: Muro da Consagração” e decorreu nos dias 26, 27 e 28 de Março, com o apoio da própria Escola de Fuzileiros e da Associação de Fuzileiros, sendo de frisar que o autor José Cabrita e o seu filho Ricardo Cabrita também estiveram presentes.

26/11/20

ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA DESEMBARQUE

          Foi publicado na Revista: "O Desembarque" da Associação Nacional de Fuzileiros um artigo sobre as RAMONAS: "Viaturas celulares da Polícia Naval".

O meu muito obrigado, mais uma vez, a todos que contribuíram para a sua compilação.

- http://www.associacaofuzileiros.pt/pdf/Desembarque_37.pdf



04/11/20

PROMOÇÃO DE LIVRO: "O MISTÉRIO DO ANGOCHE"


 
         Quem se recordará ainda? Perfazem-se 50 anos em 23 de Abril de 2021. Que ”segredo de estado” informal será esse que lançou um véu de ocultação e desinformação sobre os factos ocorridos com o “navio-fantasma” português, toda a tripulação desaparecida até hoje, sem mortos ou despojos registados?
O livro vem levantar essa capa.

“O Mistério do Angoche”
          A crónica de uma investigação. Quem em Portugal planeou, executou, e ocultou a autoria do ataque terrorista ao navio Angoche nas costas de Moçambique em 1971?
O presente livro propõe-se desvendar o enigma.

Outros mistérios correm neste Portugal contemporâneo a par do “caso Angoche”:
- AGINTER-PRESS - a “outra PIDE” - agência de espionagem e de mercenários vertente portuguesa da Operação Gládio “filha” da NATO e da CIA.
- O enigmático Mr. HERBERT LESTER - agente secreto e conselheiro de Salazar.
- A rede de JORGE JARDIM - o “Lawrence d’ África”.
- “Conde de Pavullo” - o patriarca ZOIO - e uma teia lusa de “mercadores da morte”.

Moçambique, 23 de Abril de 1971, sexta-feira à noite.
          O navio português Angoche é atacado, incendiado. Por quem? Os ocupantes, 23 elementos da tripulação e um passageiro, desapareceram todos.
O Angoche está deserto.
          Dois dias depois, ao entardecer de domingo, 25 de Abril de 1971, uma mulher portuguesa de um bar de alterne é “suicidada”, atirada do 5º andar de um prédio da cidade da Beira, o “Miramortos”. Um mistério ligará os dois casos?
Nunca apareceu nenhum dos homens do Angoche, vivos, mortos, ou quaisquer despojos.

Um x-files, autênticos “ficheiros secretos” à portuguesa. Sabemos agora quem são os responsáveis e vamos apontá-los!

Pré-lançamento / venda com envio pelos CTT ou em mão e, em breve, nas livrarias:
Pelos CTT: Transferência de 25,00€ euros para o NIB: 0018 0003 3249 2209 0204 5 e mandar comprovativo para o mail: paulo@pauloliveira.com
Envie nome, endereço e indique o NIF caso pretenda factura.
Nota: apenas enviamos pelos CTT para território nacional.

O Autor:
          Nascido em Lisboa em Setembro de 1959, fui com a família para Moçambique em Agosto de 1960, residi em Lourenço Marques (Maputo) até Setembro de 1979.
          Praticante e instrutor de paraquedismo com licença de queda-livre no Aeroclube de Moçambique em 1978/1979, cursei Engenharia Electrotécnica na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo. Regressei a Lisboa em Setembro de 1979.
          Vivi na África do Sul em 1983 e 1984 sendo ao tempo correspondente de vários jornais portugueses.
Jornalismo e Publicidade foram áreas em que me envolvi também em Lisboa de 1982 a 1987. Realizei diversos trabalhos na área de informática desde 1991 até ao presente.
          Desenvolvendo o que começou por ser um hobby, formei a “Portugal Wild Trail” - entidade de animação turística / Turismo de Natureza - com organização de eventos em Sintra, Cascais, Oeiras, Mafra, Lisboa e Alenquer - passeios, caminhadas, foto-safaris e provas de degustação de vinhos e produtos locais.
          Colaboração com projectos Google: Guia Local / Google Local Guide - Level 10 (nível de topo), e Google Street View Pro Trusted - Certificado de Fotógrafo Fidedigno.

A Obra
Publicou: 
Dossier Makwákwa - Renamo: uma descida ao coração das trevas
Mak - Operação D7 (em preparação / já publicado em formato electrónico)
O Mistério do Angoche
Após o “Coração das Trevas”: 1991 / 1997 Deambulações e apontamentos de viagem (em preparação).

07/06/20

AS BERLIET-TRAMAGAL DOS FUZILEIROS

          Este artigo foi inicialmente redigido em 2017, poucos meses depois das Comemorações do "Dia da Marinha", a convite pelo então Director da Direcção de Transportes da Marinha, tendo sido publicado parcialmente (por limite de páginas e ilustrações) na Revista da Armada n.º 544 de Setembro de 2019.
         Posteriormente foi publicado na íntegra na Revista Desembarque n.º 35 de Março de 2020 da Associação da Fuzileiros.
        Optei por publicar também neste blogue o artigo (com algumas actualizações) por forma a ilustrar todas as fotos reunidas das viaturas em apreço, dado que várias não foram publicadas em ambas as revistas citadas devido ao limite de ilustrações. Outro motivo advém do facto de servir mais uma vez de agradecimento e reconhecimento pelo pronto contributo com fotos, dados e testemunhos de vários civis e militares.

A Berliet-Tramagal foi montada entre 1964 e 1974 em Portugal sob licença pela fábrica MDF (Metalúrgica Duarte Ferreira, SARL) com instalações situadas no Tramagal.
É uma viatura pesada baseada no modelo comercial francês de 1956 “Gazelle” da Berliet, tendo sido especificamente modificado e reforçado, originando os modelos da série “GBC KT” para utilização no conflito da Argélia pelo Exército francês.


Berliet Gazelle (Foto da Internet)

            Na sua linha de montagem a MDF construiu ao todo 3.549 viaturas:
- 1.670 exemplares desde 1964 do modelo “GBC 8 KT 4x4”;
- 972 exemplares desde 1966 do modelo “GBC 8 KT 6x6”;
- 907 exemplares desde 1968 do modelo “GBA MT 6x6”.
Foi adoptada como viatura táctica de transporte de carga e pessoal na Guerra do Ultramar, atendendo às necessidades das FA’s (Forças Armadas) Portuguesas, nomeadamente do Exército Português e, por forma a substituir meios motorizados obsoletos nas Unidades em comissão de serviço, como por exemplo as viaturas pesadas Norte-americanas “GMC” da General Motor do período da 2.ª Guerra Mundial e, viaturas pesadas civis de mercadorias militarizadas com simples tracção traseira (Mercedes, Scania e Volvo).
Tem como principais características: ser uma viatura simples e desprovida de comodidades; de baixo custo de produção e manutenção fácil de 1.º escalão; possui capacidade Todo-o-Terreno e tracção integral; dispõe de ângulos de ataque e saída muito elevados atendendo a sua dimensão.
      O modelo Berliet-Tramagal “GBC 8 KT” com tracção 4x4 pesava 5.980 kg e possuía capacidade para 4 toneladas de carga ou transportar 20 militares totalmente equipados (mais 01 condutor), dispõe de um motor Berliet M520 de 5 cilindros e 7.900 cc com 125 cv a 2.100 rpm, velocidade máxima de 82 km/h e autonomia máxima de 800 km.


Berliet-Tramagal GBC 8 KT 4x4 (Foto da Internet)

Em 1966 a MDF apresentou às FA’s Armadas Portuguesas o modelo “GBC 8 KT” com tracção 6x6 de rodado simples, que já incorporava 50% de componentes de fabrico nacional, tendo sido bem aceite pelo Exército Português observando a mais-valia do desempenho Todo-o-Terreno em relação ao modelo anterior de tracção 4x4.
Pesava 8.370 kg e possuía capacidade para 5 toneladas de carga ou transportar 20 militares totalmente equipados (mais 01 condutor), disponha de um motor Berliet M520 B de 5 cilindros e 7.900 cc com 125 cv a 2.100 rpm, velocidade máxima de 85 km/h e autonomia máxima de 800 km.


Berliet-Tramagal GBC 8 KT 6x6 (Foto da Internet)

         Os modelos da série “GBC KT” tinha a famosa particularidade do motor ser policarburante, isso é, mediante um manípulo selector de combustível, trabalhava com gasóleo, gasolina ou outros carburantes como: petróleo refinado, querosene, óleo de motor, água rás, álcool, óleo de fígado de bacalhau, diluente, brilhantina, parafina e óleos vegetais.
          Em 1968, com o intuito de simplificar, aumentar e baratear o processo de produção, o fabricante nacional concebeu o modelo “GBA MT” com tracção 6x6, com menos peso e dimensão e ligeiras diferenças exteriores em relação ao modelo “GBC”, fruto da experiência do comportamento da viatura nos TO’s (Teatro de Operações) africano.
Pesava 7.150 kg, tinha capacidade para 4,5 toneladas de carga ou transportar 18 militares totalmente equipados (mais 01 condutor), dispõe de um motor Berliet M420/30XP a diesel de 4 cilindros com 135 cv a 2.600 rpm, velocidade máxima de 85 km/h e autonomia máxima de 800 km.


Berliet-Tramagal GBA MT 6x6 dos Fuzileiros (Foto cedida pelo CCF)

As diferenças mais notórias são: tampa do motor (capó) mais curta e simplificada com ângulos mais direitos; reposição dos faróis dianteiros; introdução de pequenas modificações no depósito de combustível e instalação de aberturas laterais do compartimento do motor por forma a facilitar a ventilação e evitar o sobreaquecimento, atendendo ao clima dos TO’s africanos.
Ambos os modelos “GBC” e “GBA” eram muito apreciados pelas tropas portuguesas nas antigas colónias em África pela sua robustez, força do motor, capacidade de passagem a vau de cursos de água até 1,2 m (GBC) / 1,5 m (GBA) de profundidade graças à estanquicidade do motor e depósito de combustível, o guincho mecânico que permitia ter saída para a frente e traseira da viatura, facilitando a resolução de problemas no terreno.



Berliet-Tramagal GBC em 1.º plano e GBA em 2.º plano (Foto de Pedro Monteiro)

A robustez da carroçaria da viatura em aço oferecia uma certa resistência à deflagração de engenhos explosivos (minas Anti-Pessoal / Anti-Carro / fornilhos), que se reflectia na mais-valia de contribuir para a redução de baixas e respectiva confiança, força anímica e moral das Forças em campanha.
Fruto de apresentar o eixo dianteiro adiantado em relação à posição do condutor, muitas Berliet-Tramagal foram empregues na função de “rebenta-minas”, seguindo à frente das colunas motorizadas, sendo apetrechadas com diversos sacos de areia de modo aumentar o peso da viatura e absorver o impacto da explosão, tendo por regra como único ocupante o próprio condutor.



Berliet-Tramagal "Rebenta-minas" (Foto da Internet)

No início de 1974, após uma visita do então CEMGFA General Costa Gomes aos TO’s de Angola e Moçambique, foi convocada para 22 de Fevereiro de 1974 a Comissão Conjunta dos Chefes de Estados-Maiores para debater os planos de aquisição e orçamentos para 1974 e uma previsão para 1975.
Dessa Comissão foi elaborado um Apontamento onde ficou previsto que a renovação das viaturas das Unidades de Fuzileiros deveria processar-se automaticamente e abranger anualmente ¼ da dotação total.
Ficou ainda acordado nesse Apontamento a possibilidade de substituir as Mercedes por outra mais adequada para as missões, podendo a solução recair na Berliet-Tramagal, permitindo obter mais-valias no tocante a logística e manutenção ao se uniformizar com o Exército Português.
A 16 de Maio de 1973 é efectuada uma proposta de aquisição da viatura táctica pesada “Berliet-Tramagal GBC 8 KT 6x6” à Marinha Portuguesa pelo seu fabricante nacional - a MDF.
Este modelo de viaturas tácticas foram adquiridas a 13 de Julho de 1973 e entraram ao serviço da Marinha Portuguesa em pequeno número (presume-se terem sido somente 5 exemplares) em 28 de Agosto de 1973, não obstante é de realçar que do que foi possível aturar por recurso a testemunho de Fuzileiros Veteranos da Guerra do Ultramar, que foram enviadas para o Comando Naval de Angola e destacadas para Vila Nova da Armada 02 Berliet-Tramagal “GBC’s”, que findo o conflito regressaram a Portugal.


Berliet-Tramagal GBC 8 KT 6x6 dos Fuzileiros em Vila Nova da Armada - Angola (Foto cedida por SAJ FZE Valter Raposeiro)

Uma dessas “GBC” manteve a função de transporte de pessoal e chegou a estar destacada na UAMA / UMD, o outro camião (AP-18-14) foi enviada para a própria fábrica MDF (tal como sucedeu a algumas viaturas do mesmo modelo do Exército Português) para ser modificada para a função de “Pronto-Socorro”, sendo dotada de grua mecânica "MDF" com capacidade para rebocar uma viatura sobre-elevada até o máximo de 3500kg e um pirilampo para sinalizar a marcha-lenta.
É de referir, igualmente, que existiam alguns destes camiões no Comando Naval de Moçambique, cedidas a título de empréstimo pelo Exército Português (dispunha mais de 610 exemplares em África), mas que nunca receberam matrícula da Armada e eram utilizadas para missões logísticas e administrativas, por vezes apoiavam a movimentação de Unidades de Fuzileiros, tal ocorreu por exemplo com o DFE - Destacamento de Fuzileiros Especiais n.º 1 (1967 - 1969) em Cabo Delgado no Norte de Moçambique.










Berliet-Tramagal do Exército Português emprestadas aos Fuzileiros em Moçambique (Foto cedida por FZE António Manuel Carvalho)

        No que concerne ao modelo “GBA”, segundo os registos da DT - Direcção de Transportes, a dotação da Marinha / Fuzileiros era de 12 exemplares e eram consideradas: «viaturas especiais» para efeitos de Cadastro de Viaturas e, designadas oficialmente em termos de tipo de material pelas Instruções Técnicas dos Fuzileiros por: «Viatura Táctica Pesada 6x6 Berliet GBA», entraram ao serviço da Marinha Portuguesa entre Novembro de 1974 e Junho de 1975, tendo sido adquiridas com verbas do OFNEU74 / OFNEU75 e destacadas à carga do Batalhão de Fuzileiros n.º 3 (Unidade de manobra), mais concretamente do «GTTT - Grupo de Transportes Tácticos Terrestres», configurando uma Unidade de Apoio de Combate.



Viaturas do GTTT do BF n.º 3 (Foto cedida por Cabo FZE Liberto Cartó)

De salientar que em 1975 estas viaturas tácticas pesadas ofereceram aos Fuzileiros flexibilidade e mobilidade operacional num momento em que transitavam por um processo de adaptação de guerra de guerrilha para conflitos de cariz mais convencional e, permitiram aumentar a capacidade de manobra táctica, permitindo o emprego desta força de elite em situações de maior exigência operacional num largo espectro de exercícios, operações e actividades militares.
No passado recente da história portuguesa, no período político-militar denominado por "Verão Quente" de 1975 e anos que se seguiram, os Fuzileiros participam activamente com as suas 12 Berliet-Tramagal GBA em várias missões de Manutenção da Ordem Pública e, esporadicamente em Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA (Movimento das Forças Armadas) de apoio às populações.



Coluna de Berliet-Tramagal dos Fuzileiros em 1975 (Foto cedida por Cabo-Mor FZ Jorge Almeida)

Como viatura de transporte táctico, transportavam Unidades de Fuzileiros (uma viatura por Pelotão) que se encontravam em estado de prontidão imediata e atribuídas ao COPCON (Comando Operacional do Continente), desempenhando um papel determinante como demonstração de força, por vezes quando era necessário incrementar o grau de resposta, essas missões eram reforçadas pelas viaturas blindadas Chaimites dos Fuzileiros.
Tais missões tinham por áreas de responsabilidade e intervenção o Distrito de Setúbal e Concelho de Almada, manter a Ordem Pública na zona de Almada (incluindo no Arsenal de Alfeite e na Lisnave) e Trafaria, assim como os designados "Pontos Sensíveis": instalações da NATO, abastecimento de água, postos de transformação da EDP, fábrica de munições, fábrica da pólvora, instalações de entidades públicas, etc.


Berliet-Tramagal dos Fuzileiros em missões e exercícios em 1975 (Foto cedida por Cabo-Mor FZ Jorge Almeida)

Neste período político-militar para além das próprias Berliet-Tramagal os Fuzileiros utilizaram este modelo de camiões cedidos pelo Exército Português, tal sucedeu a título de exemplo com a Companhia de Fuzileiros n.º 7, conhecida pela alcunha de "Ralis das Lezírias" destacada no G1EA - Grupo n.º 1 das Escolas da Armada em Vila Franca de Xira, quando prestou serviço sob Comando do COPCON, dispondo de duas Berliet GBC cedidas pelo Exército, assim como uma Unimog dotado de canhão sem recuo de 106mm entre os dias 24 e 26 de Novembro.
Estas viaturas também eram presença assídua em desfiles militares, exercícios exclusivos dos Fuzileiros, sectoriais da Marinha (PHIBEX) e conjuntos ou combinados com os restantes Ramos das FA's Portuguesas ou estrangeiras (ALBATROZ / MARTE / GALERA).

Berliet-Tramagal e exercícios de desembarque de LDG's

Nos Fuzileiros durante grande parte do ano operacional as viaturas circulavam desprovidas do toldo de lona da cabine e da traseira, respectiva armação e laterais do compartimento de carga junto ao chassis, igualmente os estrados dos bancos eram colocados de forma as tropas transportadas permanecessem de costas contra costas, por forma a permitir rapidamente abandonar a viatura em caso de necessidade, configuração que já era empregue na Guerra do Ultramar para reacção a emboscadas.


Exercício de reacção a emboscada (Foto cedida por FZ José Aleixo)

Em 1977, quando as viaturas ainda se encontravam sob tutela do BF n.º 3, foram implementados projectos nas oficinas da SAO - Serviço de Assistência Oficinal da FFC - Força de Fuzileiros do Continente, por iniciativa do então Comandante do Batalhão - Cte. Alves da Rocha, que visavam utilizar o seu potencial de “massa”, “velocidade” e de “apoio de combate”, mediante a instalação de armas de apoio de fogos na sua estrutura, mais concretamente a montagem de um reparo na cabine para suportar metralhadoras-ligeiras HK MG-42 / MG-3, assim como um artefacto na traseira para acoplar os pratos-base de morteiros de 81 mm, transformando a viatura num “vector de multiplicação de forças”.
Este mesmo Oficial foi encarregado anteriormente pela construção da pista de treino táctico de Fuzileiros condutores (FZV) de viaturas de tracção total existentes na FFC, treino que incluía a responsabilização de cuidar pelo grau operacional da viatura atribuída e respectiva manutenção de 1.º escalão, gerando o binómio condutor/viatura táctica.
Esta pista situava-se no interior da FFC, no perímetro interior da Unidade, com início ao fundo da parada junto da Enfermaria, sendo constituída por vários obstáculos consecutivamente, colocando à prova a coragem, determinação e destreza dos FZV e testando os limites técnicos das viaturas.
O treino táctico dos FZV também era realizado nas praias do litoral próximo, envolvendo estudos de percursos viável entre marés, nas praias da Costa da Caparia até ao Cabo Espichel.



Berliet-Tramagal numa BTE em Olhão em 1977 (Foto cedida por SMOR FZE Miguel Aleluia)

Em 1978, a Berliet-Tramagal AP-19-31 sofreu um aparatoso acidente no Portinho da Arrábida, tendo inclusivo rolado várias vezes, do qual resultou alguns feridos ligeiros entre Fuzileiros que transportava na traseira, tendo sido posteriormente recuperada e voltado ao serviço.
Em Junho de 1979, dada a premência de obter uma melhor racionalização dos meios de apoio atribuídos às Unidades dos Fuzileiros, são edificados na dependência do CCF, diversas Unidades, entre elas a UATT - “Unidade de Apoio de Transportes Tácticos”, para onde, já em Junho de 1978, transitaram as Berliet-Tramagal e as restantes viaturas tácticas ligeiras e pesadas de todas as Unidades do Corpo de Fuzileiros, mantendo estas somente as viaturas ligeiras administrativas da sua dotação.
Uma das Berliet-Tramagal dos Fuzileiros esteve destacada diversos anos na Escola de FZ’s para efeitos de instrução de condução (formação operacional), outra desempenhou a mesma função no G1EA - Grupo n.º 1 das Escolas da Armada em Vila Franca de Xira.
Em 1994, a Berliet-Tramagal GBC AP-18-14 Pronto-Socorro com grua mecânica "MDF" procedeu ao reboque de 03 viaturas blindadas anfíbias Chaimite dos Fuzileiros até a Secção de Inúteis da Direcção de Abastecimento da Marinha.


Berliet-Tramagal dos Fuzileiros em diversos desfiles motorizados

Todas as viaturas em apreço (GBC e GBA) foram abatidas ao efectivo entre 1996 e 1999, demarcando-se com Honra na História dos Fuzileiros, durante pouco mais de duas décadas de serviço e, certamente na memória de várias gerações dos “Filhos da Escola”!
Importa realçar que a MDF também montava a Berliet-Tramagal para forças militares na versão de camião-oficina e camião cisterna de 5.000 lt para hidrocarbonetos e, que os 03 ramos das FA’s Portuguesas as adaptaram para diversas funções, suportar certas cargas, sistemas de armas ou equipamento específico.


Berliet-Tramagal GBC com sistema de armas anti-aérea quádruplo dotado de canhões Oerlikon de 20mm a desfilar em Luanda - Angola (Foto de Luís Ferreira)

Várias GBC e GBA transitaram posteriormente das FA’s para diversas corporações de Bombeiros que as adaptaram ao combate a incêndios e, de empresas e particulares que as modificaram para as mais variadas utilidades, actualmente algumas encontram-se na posse de associações e coleccionadores de antigas viaturas militares, sendo que algumas são presença assídua em encontros e concentrações de viaturas militares clássicas.


Berliet-Tramagal GBA de Bombeiros (Foto de Raul Nunes)

O Exemplar GBA 6MT de matrícula “AP-19-32”, a penúltima do seu modelo a entrar ao serviço nos Fuzileiros a 18/06/1975 e abatida a 07/07/1999, começou a ser recuperada pela DT em 2014 da Secção de Inúteis da Direcção de Abastecimento da Marinha, para integrar o “Núcleo Museológico de Viaturas Antigas da Marinha”, sendo de louvar esta iniciativa tendo em linha de conta que se trata de uma viatura emblemática das FA’s Portuguesas. De destacar que o Regimento de Manutenção (Entroncamento) do Exército Português colaborou cedendo algumas peças e o toldo de lona traseiro.




Berliet-Tramagal GBA na Secção de Inúteis da Direcção de Abastecimento da Marinha

Foi apresentada publicamente, pela primeira vez, nas comemorações do “Dia da Marinha de 2017” na Póvoa do Varzim / Vila do Conde, fazendo por certo recordar tempos passados de diversos cidadãos que cumpriram o SMO - Serviço Militar Obrigatório, as delícias dos entusiastas de viaturas militares clássicas e de modelistas.


Berliet-Tramagal GBA em fase de recuperação

Tendo sido convidado para estar presente na tribuna durante estas comemorações pelo então Almirante CEMA - Almirante António Silva Ribeiro, foi com grande surpresa que contemplei a presença desta viatura exposta, sendo que por obra do acaso o meu lugar na tribuna ombreava com o do então Director da Direcção de Transportes - CMG EMQ Carmo Limpinho que conheci durante o evento e em tom de conversa foi notório o orgulho pelo trabalho e façanhas realizado pelo seu pessoal na recuperação desta viatura e outras do “Núcleo Museológico de Viaturas Antigas da Marinha”.
Tomado pela curiosidade e em consequência da conversa supramencionada, já quando fui observar com mais detalhe a viatura em exposição estática, fiquei admirado com o estado geral impecável em que se encontra, acaso para se dizer “como novo”! fruto da sua recuperação.

Berliet-Tramagal GBA em exposição no Dia da Marinha 2017

No entanto, mais interessante foi verificar a reacção perante a viatura de alguns cidadãos que pela sua conversa com familiares ou amigos apercebi-me tratarem-se de antigos combatentes da Guerra do Ultramar; em tom de confidência, posso afirmar que fiquei particularmente sensibilizado ao verificar a reacção emotiva de um desses cidadãos que finda a verbalização de uma história de uma ocorrência em Moçambique a familiares, lavado em lágrimas literalmente abraçou a frente da viatura por uns momentos, como se fosse um antigo camarada que não via a décadas e que segundo a história a quem deve a sua vida!...
A DT futuramente pretende recuperar o camião-cisterna de Limitações de Avarias da Marinha de matrícula “AP-26-25” Tramagal TT13/160 6x6 Turbo de 13 toneladas, também fabricado pela MDF e que esteve destacada na Escola de Fuzileiros (possuía a matrícula DT-20).


Camião-cisterna de Limitações de Avarias da Marinha Tramagal TT13/160 6x6 Turbo

No que concerne ao modelismo, existe um kit de fabrico nacional e edição particular da autoria do Major Nogueira Pinto, modelista e Oficial na situação de Reforma do Serviço de Material do Exército Português, que permite montar na escala 1/35 a Berliet-Tramagal GBC 8 KT 6x6.



Kit de modelismo 1/35 de uma Berliet-Tramagal GBC 8 KT 6x6 “Pronto-Socorro”com grua mecânica "MDF"

Em Abril de 2018 foi lançado em Lisboa e no Porto o livro "Berliet, Chaimite e UMM: Os Grandes Veículos Militares Nacionais" do meu amigo Pedro Monteiro, que me concedeu a honra de fazer a apresentação do livro e autor na Livraria "Ascari" - Porto.


Capa do livro "Berliet, Chaimite e UMM: Os Grandes Veículos Militares Nacionais" de Pedro Monteiro

Cumpre-me agradecer a pronta ajuda de vários civis e militares na compilação de dados, documentos, fotos e testemunhos sobre as Berliet-Tramagal e o seu uso na Briosa pelos seus Fuzileiros. A todos Bem Hajam!