Entre 1961 e 1964, por sugestão da Direcção Técnica ou proposto por diversas empresas de material militar (portuguesas e estrangeiras), entre as quais a empresa portuguesa Norte Importadora Ldª, foi exibido diversos meios e equipamentos militares (armamento ligeiro e de apoio; meios aéreos, terrestres e anfíbios) que demonstravam as suas capacidades em testes realizados na Escola de Fuzileiros, sob orientação técnica do então 1.º Tenente Maxfredo da Costa Campos (Oficial de Marinha com o curso FZE).
Verificou-se que durante os testes diversos meios não correspondiam aos requisitos técnicos exigidos pela Direcção Técnica, outros que por sua vez obedeciam, não eram a posteriori aprovado superiormente a sua aquisição, em virtude do alto custo por unidade ou mera possibilidade de adquirir poucas unidades que não justificariam a criação da respectiva cadeia logística.
MEIOS AÉREOS
1.º Tenente Maxfredo da Costa Campos ao comando do girocóptero BENSEN B-8M (imagem cedida por Associação de Fuzileiros).
Em 1963, com o intuito de colmatar a falta de meios de apoio aéreo de asa rotativa (helicóptero) orgânicos da Armada / Fuzileiros, foi apresentado por um comerciante de armamento (Sr. José Zoio) uma pequena aeronave (ultraleve monolugar) para uso por particulares na Escola de Fuzileiros.
Consistia num girocóptero (híbrido de helicóptero e avião) BENSEN B-8M de fabrico Norte-americano (Bensen Aircraft Corporation), desenhado em 1956 por Igor Bensen, Engenheiro Aeronáutico de origem russa naturalizado Norte-americano, tornando-se um meio popularmente famoso nos EUA em virtude do seu design simples, possibilidade de pilotagem sem licença (brevet) de piloto, facilidade de operação e pelo facto de aquando da sua aquisição, se poder optar por vir já montado ou em kit pré-fabricado para montagem posterior.
Esta aeronave de impulso propulsor, tinha a vantagem de reunir os benefícios dos helicópteros e aviões, a título de exemplo: ao contrário de um helicóptero, como as pás do seu rotor não necessitam de energia, caso o motor falhe conseguia facilmente planar até uma aterragem segura, em virtude de ser pouco afectado por vento forte.
Coube ao 1.º Tenente em apreço (actualmente CMG REF) testar este ultraleve monolugar na Escola de Fuzileiros, assim como posteriormente no Aeródromo de Santa Cruz - Torres Vedras, tendo sido inclusivo neste local motivo de uma reportagem por parte da RTP e imprensa escrita.
Na época esta aeronave tinha um custo de 75.180 Escudos (375 €), requeria somente de 15 metros de pista para descolagem e respectivamente de 07 metros para aterragem, no que concerne à sua utilização se tivesse efectivado a compra, visava o reconhecimento, recolha de informação e transporte de um ferido grave numa maca, por recurso a gancho para carga externa suspensa.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
- Fabricante: Bensen Aircraft Corp;
- Modelo: BENSEN B-8M;
- Dimensões: 3,45 x 1,90 x 6,10 metros (comprimento, altura, diâmetro do rotor);
- Motor (a pistão): McCulloch 4318 com 72cv e 04 cilindros propulsionado por uma hélice;
- Peso: 226,8 kg;
- Tripulação: 01 piloto;
- Velocidade máxima: 136,7 km;
- Alcance: 160,9 km;
- Autonomia: 01h25m;
- Altitude máxima: 3.810 metros;
- Combustível: mistura (40 litros).
Ora muito bem: vale mais tarde do que nunca! Este artigo é mais um conteúdo, que a maioria de nós Fuzileiros, não conhecíamos. Não fora termos este Amigo, para nos dar conta de mais esta brilhante nota, e ficaríamos para sempre arredada dos nossos saberes. Obrigado por mais esta nota, de 20 valores. Um abraço
ResponderEliminarOra aqui esta uma coisa que bem me lembro, estava presente neste momento, se não estou enganado também estava assistir a esposa do Sr. Cmdte. Maxfredo.
ResponderEliminarEngraçado que nota-se bem que ainda se usada a farda cinzenta, que de tão dura que era segurava-se de pé, depois de despida!
O Cmdte. Maxfredo era um Pai para nós e, tinha muita coragem não eram muitos os que se aventuravam a testar coisas, lembro de andar a testar muito tipo de armas ligeiras, camiões e jeeps, às vezes dava boleia a malta neles.
Moreira, Cabo FZE de 1961
Que grande surpresa, desconhecia, completamente, os dotes de piloto do Sr. Cte. Maxfredo.
ResponderEliminarO comandante Maxfredo tinha e tem muitas virtudes. Pena nunca tivesse sido reconhecido. Outros ficaram com os "louros". E mais não digo por ignorância.Abraço para o autor do blog.
ResponderEliminarCamarada, reconhecimento é algo que certamente terá e até pode ser para breve, vasta a malta mais velhinha dos antigos fuzos se mobilizarem e indicar o nome deste oficial a quem tem o poder de decisão, para darem o seu nome a um lugar na Escola de Fuzileiros num futuro «Dia do Fuzileiro»!
ResponderEliminarSe pensarem bem, quem é que esteve verdadeiramente envolvido desde do inicio na criação da nossa CASA-MÃO!!!
Pinto Sousa
Como filho que sou deste SR. com muito orgulho invoco:
ResponderEliminarServiu a patria sempre honrosamente e com os seus "feitos" dentro dessa Força Armada Especial que de facto nao é para todos, pois só Homens de grande valentia e espirito de sacrificio e sempre com o objetivo que para ele era mote: "os que forem comigo irei traze-los de volta".
Homens que lutaram juntos e que viveram experiencias que nunca nenhum de nos sabe ao certo o que foi e como foi...
Salvé o reconhecimento de TODOS!
Quero enviar, através do seu filho, um grande abraço ao Sr.Cte. Maxfredo.
ResponderEliminarBernardino Sena
Agora vemos muitos dispositivos idênticos a sobrevoar as nossas praias. Salve o Cmdt Maxfredo que não tive a oportunidade de conhecer por motivos óbvios.
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