06/04/11

FORMAÇÃO EM "ROYAL MARINES COMMANDOS" NO REINO UNIDO

DÉCADA DE 50

          A partir dos anos 50 do século passado, a evolução política do continente africano, com despertar dos «Nacionalismos Africanos», nomeadamente com a criação de novos Estados independentes com assento na ONU, ex-colónias de países europeus e a crise originada pelo Presidente do Egipto Coronel Gamal Abdel Nasser ao nacionalizar o Canal do Suez em 1956, originaram o fomento e reorganização da Marinha Portuguesa em África.
          As alterações na política de Defesa Nacional em 1959, face a percepção latente das potenciais ameaças à soberania nacional nas colónias africanas, determinou a atribuição da primeira prioridade de intervenção nos mesmos territórios, revendo-se conceitos de estratégia e táctica adoptados até à data.
          Tal mutação teve consequências para a Armada, entre elas destaca-se os contactos efectuados pelo então Sub-CEMA CMG Roboredo e Silva nos inícios de 1959 a franceses e a britânicos, com o escopo de solicitar apoio à formação de um pequeno quadro de futuros Oficiais e Sargentos instrutores de Infantaria Naval.

          Tal solicitação materializou-se sob a forma de pedido de proposta de treino, primeiro ao Comando da "École des Fusiliers Marins du Centre Siroco" em Cabo Matifou - Argélia, a 1.ª escolha do Sub-CEMA, cujo aprovação do pedido foi retransmitido a 3 de Fevereiro de 1959 por intermédio do Adido Militar da Embaixada de Portugal em Paris, para a ser frequentado por: um 2.º Tenente, 1 Sargento e 5 Praças, com a condição de os instruendos frequentarem um período de treino básico de 8 meses para Oficiais, mais 2 meses adicionais de especialização em "Commando Marine", e um período de treino básico de 5 meses para pessoal recrutado.
          Atendendo à longa duração do treino proposto pelos franceses, no mesmo dia (3 de Fevereiro de 1959), o Sub-CEMA envia também uma proposta de treino ao Comando dos "Royal Marines" da Marinha Real Britânica (criados em 1942 durante a 2.ª Guerra Mundial), por intermédio do Adido Naval da Embaixada de Portugal em Londres, recebendo a 3 de Abril de 1959 por resposta a proposta de frequência de um curso de instrução especializada em "Comandos", com a duração de 9 semanas.

DÉCADA DE 60


Almirante Roboredo e Silva

          Deste modo, após os contactos estabelecidos e a escolha pela proposta britânica, em virtude de tratar-se de um curso de menor duração e objectivos da formação, o Sub-CEMA Comodoro Roboredo e Silva com grande antevisão de potenciais problemas de soberania nas Províncias Ultramarinas, entrega uma proposta [informação n.º 29] em Janeiro de 1960 ao Almirante CEMA, para na reorganização da Marinha de Guerra Portuguesa ocorra a reconstituição de uma força destinada a operações de comandos e desembarques anfíbias - os Fuzileiros.
          Em 26 de Abril de 1960, o Sub-CEMA insiste na sua proposta junto do Almirante CEMA [informação n.º 139], alegando que a reconstituição de uma força anfíbia como os Fuzileiros oferecem o maior interesse para o Ultramar e a Metrópole, além de que permitiria libertar as guarnições de unidades navais de efectuarem serviço de segurança e patrulhamento em terra ou operando como Força de Desembarque, em detrimento da capacidade operacional do Navio de Guerra a que se encontravam destacados.
          Tal proposta acaba por ser aprovada sob a forma de Despacho CEMA em 20 de Abril de 1960, atendendo ao indicado na Proposta n.º 104 de 01 de Maio de 1959 pelo Estado-Maior da Armada, sugerindo a frequência de um curso de "Comandos" no estrangeiro por 1 Tenente, 1 Sargento ou 1 Cabo e 3 Praças, projecto que contou com o apoio inicial do Reino Unido.

- FORMAÇÃO EM "ROYAL MARINES COMMANDOS" NO REINO UNIDO


Exercícios de campo em Lympstone (Foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)

          Seis meses antes de o eclodir do conflito do Ultramar no Norte de Angola (15 de Março de 1961), em 16 de Agosto de 1960, foram enviados para a Escola dos Fuzileiros da Marinha Real Britânica, no âmbito da cooperação técnico-militar, uma equipa de 4 futuros instrutores com o propósito de frequentarem a partir de 22 de Agosto, as últimas 10 semanas do curso de especialização "Royal Marines Commandos" em Lympstone - South Devon, nas instalações do "Infantry Training Centre Royal Marines":
- (1) 2º Tenente da classe de Marinha Pascoal Rodrigues (CMG REF), na época destacado num Draga-Minas;
- (3) 1.º Marinheiros da classe Monitores Santos Santinhos , Baptista Claudino e Ludgero Silva "Piçarra" (SAJ FZE REF), na época a ministrarem recruta e instrução na Escola de Alunos Marinheiros (GN1EA Vila Franca de Xira).


Na companhia de um Instrutor inglês (foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)

          Estas últimas semanas corresponderam à fase de aplicação prática da teoria com os exercícios físicos finais, familiarizando-se com as respectivas técnicas e tácticas de Infantaria Naval, a posteriori no final do curso receberam a «Boina Verde» e o distintivo de "Royal Marines Commando" como símbolo de Forças de Elite.


Os 4 primeiros Fuzileiros com a Boina Verde dos "Royal Marines Comandos" (Foto original cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)

          Regressaram a Portugal em 30 de Outubro de 1960 e observando o disposto na Proposta n.º 93 de 26 de Maio de 1961 do CEMA para o Ministro da Marinha, começaram a ministrar instrução nas instalações do Corpo de Marinheiros da Armada, enquanto se procedia às obras de adaptação das instalações em Vale do Zebro.
          De destacar que os 4 portugueses (únicos estrangeiros) ficaram nos 10 primeiros lugares do curso de especialização "Royal Marines Comandos" (32 instruendos ao todo), entre Oficiais, Sargentos e Praças, sendo de salientar que o 1.º Marinheiro Mário Claudino concluiu o curso em apreço e a Prova de Marcha de 60Km em 1.º lugar, inclusive à frente dos próprios ingleses, feito pelo qual foi distinguido com um louvor e medalha.


Exercício em Pista de obstáculos em Lympstone (Foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)

          Tratou-se de um curso que focou com particular ênfase a capacidade física, a disciplina e o treino técnico para o combate ofensivo (patrulhas de combate, emboscadas e incursões), tendo a teoria sido brevemente abordada (operações anfíbias e tácticas básicas de infantaria), originando a iniciativa do Tenente Pascoal Rodrigues de a completar e desenvolver posteriormente, mediante o acompanhamento da criação dos Caçadores Especiais do Exército no CIOE de Lamego e respectivos exercícios.


Exercícios de campo em Lympstone (Foto cedida por Cte. Pascoal Rodrigues)

          De realçar que também foi cedido ao Tenente Pascoal Rodrigues manuais de contra-guerrilha e guerra psicológica, por alguns Oficiais destacados no CIOE que frequentaram em 1958 e 1959, cursos de informação, contra-subversão e contra-guerrilha em centros de instrução estrangeiros (Argélia, Bélgica, Espanha, EUA, França e Inglaterra), a título de exemplo:
- Intelligence Centre of the British Army;
- Centre d'Instruction à la Pacification et à la Contre-Guérilla d'Arzew no teatro de operações francês na Argélia;
- Centro de Tropas de Choque da Córsega;
- Estágios na Défense nationale Française.

          De modo a sedimentar os conhecimentos adquiridos, o Tenente Pascoal Rodrigues optou por estudar livros sobre a doutrina e experiências de países estrangeiros:
- Operações anfíbias dos Fuzileiros Norte-americanos (2ª Guerra Mundial e Coreia), cedido por Adidos Militares Navais da Embaixada Norte-americana em Lisboa;
- Manuais sobre tácticas inglesas de contra-guerrilha (Malásia), trazidos da formação em Inglaterra;
- Conceito de contra-penetração francês (Indochina e Argélia);
- Manual de Campo de Treinamento Físico Militar do Ministério da Guerra do Brasil de 1958.

          É de salientar que para a constituição orgânica das unidades de Fuzileiros (Equipa, Secção, Pelotão, Companhia, Destacamento), o Tenente Pascoal Rodrigues inspirou-se igualmente no modelo britânico e para a formação em meio aquático de botes pneumáticos no sistema ATP das publicações temáticas militares da NATO.
          A título de curiosidade, o uniforme e procedimento de manejo das armas e marcha em acelerado com arma na Ordem Unida, ainda hoje implementado nos Fuzileiros, é da autoria do Tenente Pascoal Rodrigues, por adaptação dos conhecimentos do curso frequentado no Reino Unido.

13/03/11

FUZILEIROS NA GUERRA COLONIAL

(ACTUALIZADO)
          No ano em que se comemora os 50 anos da criação da Escola de Fuzileiros, eis uma resenha redigida com o objectivo de recordar a Guerra Colonial, tendo em linha de conta que como acontecimento histórico do passado recente da Nação, traduziu-se na prática no 1.º "teste de fogo" aos ensinamentos ministrados na Escola de Fuzileiros e ao seu produto, as gerações de militares que desde 1961 ostentam a Boina dos Fuzileiros.

GUERRA COLONIAL


Guiões das unidades de Fuzileiros

DÉCADA DE 60
          Os Fuzileiros participaram activamente com 12.255 militares durante toda a Guerra Colonial (1961 a 1974), nos três TO - Teatros de Operações onde se desenrolou o conflito bélico:

• Angola: - Rio Zaire, Dembos, Rio Lungué-Bungo, Rio Zambeze, Rio Cubango; - 17 DFE's e 22 CF's destacados;
• Guiné-Bissau: - Bissau, Rio Cacheu, Cacine, Cumbijã; - 27 DFE's e 12 CF's destacados;
• Moçambique: - Cabo Delgado, Niassa, Tete, Lourenço Marques; - 19 DFE's e 12 CF's destacados.

          Foram das principais forças militares portuguesas mobilizadas para o combate de contra-guerrilha, criando-se para o efeito 3 tipo de unidades de combate:
DFE - Destacamentos de Fuzileiros Especiais: 13 unidades metropolitanas e 3 africanas, cada uma inicialmente com 75 e a partir de 1967 com 80 efectivos (4 Oficiais, 6 Sargentos, 14 Cabos, 32 Marinheiros e 24 Grumetes), divididos em três grupos de assalto vocacionados para missões de combate ofensivo de limitada duração e penetração na orla costeira (golpes de mão) e realização de operações conjuntas com os outros ramos das FA's;
CF - Companhias de Fuzileiros Navais: 12 unidades, cada uma com 140 efectivos (7 Oficiais, 8 Sargentos, 13 Cabos, 36 Marinheiros e 76 Grumetes), divididos por três pelotões de atiradores e uma formação de comando, composta pela secção de comando e uma secção de quartéis.           Dispunham ainda de uma secção de abastecimento, secção de secretaria, secção de comunicações e secção de saúde, competia-lhes a missão de patrulhamento, escolta de comboios fluviais de embarcações mercantes, desempenhar o serviço de Polícia Naval e montar segurança a navios, aquartelamentos e Comandos Navais;
Pelotões Independentes: 4 unidades, cada uma com 43 efectivos (2 Oficiais, 2 Sargentos, 4 Cabos, 13 Marinheiros e 22 Grumetes), tratou-se de unidades destacadas para o Ultramar e integradas no dispositivo local da Marinha, nomeadamente no Arquipélago de Cabo Verde.

          De salientar que por regra cada Fuzileiro cumpria duas comissões de serviço no Ultramar, integrado num DFE ou CF, existindo inclusivo diversos militares, nomeadamente entre as classes de Sargentos e Praças, que cumpriram até 4 comissões, cada uma de 2 anos de serviço.
          Tal particularidade justifica-se em virtude de todas as unidades de Fuzileiros, nesta época serem formadas por militares do Quadro Permanente e Voluntários, o que traduzia-se num determinado número de militares com experiência de combate, que por inerência contribuia para o aumento do desempenho operacional da respectiva unidade.
          Finda a comissão de serviço no Ultramar, a unidade de Fuzileiros regressava a Portugal, sendo os seus efectivos rendidos na totalidade, no entanto mantinha o mesmo n.º de designação como unidade militar, que após nova constituição orgânica, destacava novamente para África em comissão de serviço, somente a Marinha de Guerra Portuguesa dos 3 ramos das FA's adoptou este sistema de rendição de unidades militares.



Guarnição do DFE n.º 2 destacado em comissão de serviço em Angola entre 1965-1967 (Foto cedida por SAJ Afonso Brandão / FZE e Mergulhador-Sapador)

          Em 10 de Novembro de 1961, após concluir a instrução e formação em Portugal, parte para Angola num DC6 da FAP a primeira unidade de Fuzileiros, o DFE n.º 1 [Portaria n.º 18 774 de 13 de Outubro de 1961], composta por 2 Oficiais, 4 Sargentos, 9 Marinheiros e 60 Grumetes, iniciando a sua comissão no âmbito das operações de reocupação militar do Norte de Angola.
          Em Junho de 1962, desembarca na Guiné-Bissau o DFE n.º 2, com o escopo de reforçar o dispositivo militar, participa juntamente com o DFE n.º 7 e DFE n.º 8 na «Operação Tridente» na ilha do Como, e nas buscas para localizar o Sargento Lobato, Piloto de um avião T6 da FAP que caiu após embate com o respectivo "asa", sobrevivendo à queda do aparelho e seria feito prisioneiro pelo PAIGC.
          Em Outubro de 1962, desembarca a Moçambique a CF n.º 2, tendo por missão garantir a defesa e segurança do Comando Naval de Moçambique em Lourenço Marques (actual Maputo), tendo um dos seus pelotões destacado para Metangula, no Lago Niassa.

- OS MEIOS UTILIZADOS
          No que concerne à dotação orgânica de material, a Marinha de Guerra Portuguesa atendendo à guerra de guerrilha que ocorria nos TO's, apetrechou as unidades de Fuzileiros com meios ligeiros de baixo custo, fácil operação e manutenção.
          Ao longo do conflito, os meios adoptados pouco evoluiram e as unidades de Fuzileiros adequavam casuisticamente os meios empregues conforme a missão a executar.
          Tendo por exemplo a guarnição de um DFE, esta era equipada com os seguintes meios:

• ARMAMENTO:
- Armas individuais:
- Lapiseira-pistola .22¹ (3);
- Pistolas WALTHER P-38 de 9mm (13);
- Espingardas .22 (2); caçadeiras de 12mm (2);
- Espingardas HK G3A2 m/963 de 7,62mm com bipé (8);
- Espingardas HK G3A2 m/963 de 7,62mm (63 + 9 de reserva).

- Armas de apoio:
- Lança-chamas MARAÑOZA² (1);
- Metralhadoras-ligeiras MG-42 mod.59 de 7,62mm (2);
- Lança-Rockets ARMADA 69 ou OGMA de 37mm (2 + 12 granadas SNEB);
- LGF INSTALAZA 58-B "BAZOOKA" ou LGF FIRESTONE H/29 A1 B1 de 88,9mm (2 + 12 granadas);
- Morteiros pesados TAMPELLA 120mm³ (2 + 36 granadas);
- Morteiros médios ECIA 81mm (2 + 36 granadas);
- Morteiros ligeiros M2M/52 de 60mm (2 + 36 granadas);
- Morteirete 60 mm (2 + 36 granadas);
- Peça OERLIKON Mk2 de 20mm³;
- Peça BOFORS de 40mm.




















Peça Bofors de 40mm na Pedra do Feitiço - Angola

- Armamento explosivo:
- Granadas de mão ofensivas SPEL m/962;
- Granadas de mão defensivas SPEL m/963;
- Granadas de mão BIVALENTE PRB 423;
- Granadas de mão de fumo SPEL;
- Granadas incendiárias;
- Granadas armadilhas;
- Cordão detonante²;
- Dilagramas M26A1 "ALG" ou ARMADA 64 (24).

¹ Defesa pessoal de Oficiais;
² Parte da dotação mas pouco utilizado;
³ Utilizado na defesa de instalações
(TAMPELLA na Vila Cacheu - Guiné-Bissau / OERLIKON na Tabanca Grande - Guiné-Bissau).


• COMUNICAÇÕES:
- Apitos (5);
- Transreceptor AN/PRC-6 ou AN/PRC-10 (2);
- Transreceptor HF 156 (2);
- Transreceptor AN/PRC-116 (20);



Marinheiro C "radiotelegrafista" do DFE n.º 9 no Mágué velho

(A partir dos finais da década de 60)
- Transreceptor AN/PRC-216 ou AN/PRC-236 B (2);
- Emissor / receptor RACAL TR-28 B2 HF (2).

• MEIOS TERRESTRES:
- Jipes 4x4 LAND ROVER (3);
- Mercedes UNIMOG 401 / 404;
- Berliet TRAMAGAL;
- Camião de carga SCANIA VABIS ou BEDFORD (1).

• MEIOS ANFÍBIOS:
- Botes pneumáticos ZODIAC ou ZEBRO III (12);
- Motores MERCURY de 50cv (12);
- Botes de fibra de vidro (sintex) "MARUJO".


Bote de fibra de vidro (sintex) "MARUJO"

• FARDAMENTO:
- Fato de combate camuflado padrão "LAGARTO" de 2 peças, acolchoado nos joelhos, cotovelos e ombros, dispondo de 16 bolsos e fechos Zippo; fato de macaco de 1 só peça;
- Botas de combate em cabedal "Botas de Fuzileiro" (estanques e resistentes) ou de lona;
- Meias de enchimento;
- Poncho camuflado com capuz; - Rede mosquiteira de pescoço;
- Cinturão.

• EQUIPAMENTO DIVERSO:
- Máquina fotográfica de 16mm (2);
- Máquina de escrever (1);
- Binóculos (4);
- Bússolas SILVA (10);
- Relógios à prova de água AQUASTAR (10);
- Lanternas estanques (10);
- Filtros para água CATADIN (12),
- Algemas (3);
- Lápis dermográfico;
- Lapiseira de sinais;
- Kit sanitário;
- Faca de combate;
- Cantil de 1 litro
- Very-lights.

• CÃES DE GUERRA: (ler artigo)

- OFICIAIS FUZILEIROS DA RESERVA NAVAL
          Paralelamente no mesmo período temporal e com o início do conflito colonial a carência de Oficiais aumentará substancialmente, deste modo a partir do 4º CEORN - Curso Especial de Oficiais da Reserva Naval (6 de Outubro de 1961) em diante, a Reserva Naval também contribuiu com Oficiais Subalternos para as unidades de Fuzileiros [Portaria 18 393 de 12 de Abril de 1961].
          Os Cadetes que frequentavam o Curso de Oficial da Reserva Naval na Escola Naval eram oriundos de mancebos com frequência universitária ou já detentor de Curso Superior Universitário que se voluntariavam ou eram convocados a cumprir o SMO, observando o disposto na Portaria n.º 18 393 de 18 de Abril de 1961:
- Escola Superior de Belas-Artes;
- Faculdade de Ciências;
- Faculdade de Direito;
- Faculdade de Economia;
- Faculdade de Letras;
- Instituto Nacional de Educação Física;
- Instituto Superior de Agronomia;
- Instituto Superior de Estudos Ultramarinos;
- Instituto Superior Técnico.

          A Reserva Naval registou inclusivo maiores taxas de integração de Oficiais Subalternos nas unidades de Fuzileiros, por regra integrando como Imediato, 3.º e 4.º Oficial, que os Oficiais Subalternos oriundos do Quadro Permanente: - 82 Oficiais da RN em 139 Oficiais integrados nos DFE, correspondendo a 56%; - 217 Oficiais da RN em 328 Oficiais integrados nas CF, correspondendo a 66%;
          De destacar que diversos Oficiais oriundos da RN, após ingresso nos QP's da Armada, comandaram DFE's e CF's.
          A título de exemplo o 4º CFORN forneceu 9 Oficiais que integraram as CF n.º 1 e n.º 2, destacadas respectivamente para Angola e Moçambique.

DÉCADA DE 70
          É de realçar que a durante o conflito colonial, a Guiné-Bissau e Moçambique foram os TO's onde as unidades de Fuzileiros foram colocadas mais à prova, no que concerne à capacidade operacional e resistência física e psicológica, devido às particularidades sui generis do terreno, clima, organização e capacidade de combate da guerrilha do PAIGC (poder de fogo e "fornilhos") e FRELIMO (implantação de minas A/P e A/C).
          No caso da Guiné-Bissau, no início da guerra os Fuzileiros estavam aquartelados na cidade de Bissau e subordinados ao Comando de Defesa Marítima da Guiné (criado pelo Decreto-lei 41 990 de 3 de Dezembro de 1958 e activado em Maio de 1959), actuando na razão de um DFE por bacia hidrográfica (Cacheu, Geba / Corubal e Buba / Cacine).


Fuzileiros em operações em zona de tarrafo da Guiné-Bissau

          No entanto, com o evoluir da guerra, meios de combate e efectivos nas unidades PAIGC, que se materializou numa quase transformação de guerra de guerrilha para convencional, foi necessário ajustar o dispositivo e os Fuzileiros também foram destacados para junto das fronteiras Norte e Sul, sendo atribuídos a um COP - Comando Operacional ou CAOP - Comando de Agrupamento Operacional, nomeadamente para reforço das acções de contra-penetração de guerrilheiros do PAIGC vindo do Senegal ou da Guiné Conakry.
          Em Moçambique, os Fuzileiros operaram nos distritos de Cabo Delgado, Tete e Niassa, sendo este último juntamente com o seu Lago Niassa o cenário por excelência, com bases em Metangula e Coubé, cada uma com um DFE destacado, este distrito era também denominado de "Estado de Minas Gerais" pelas forças portuguesas, em virtude da profusão de minas A/C e A/P colocadas pela FRELIMO.

- OS DESTACAMENTOS DE FUZILEIROS ESPECIAIS AFRICANOS
          Atendendo ao esforço em termos de recursos humanos que Guerra de Ultramar necessitava e dentro da política de africanização do conflito, são constituídos somente na Guiné-Bissau a partir de Abril de 1970, no Centro de Instrução e Preparação de Fuzileiros Especiais Africanos em Bolama, os únicos DFE africanos: DFE 21 [21 de Abril de 1970], DFE 22 [16 de Novembro de 1971] e DFE 23 [1 de Julho de 1974].
          No entanto o DFE 23 nunca chegou a ser formalmente activado, sendo os 3 DFE's africanos desactivados em 25 de Agosto de 1974.
          Tratou-se de unidades guarnecidos por Oficiais, Sargentos e algumas Praças metropolitanos (Comandante, Imediato, quartel-mestre, radiotelegrafista [telefuzo], enfermeiro, etc), sendo as restantes Praças recrutados entre voluntários da população nativa da província, regra geral dando-se preferência aos assalariados do Comando de Defesa Marítima, de Serviços da Marinha, guias de unidades de Fuzileiros, estivadores e pessoal oriundo de companhias de milícias ou caçadores nativos.


Guiões dos DFE's Africanos 21, 22 e 23

          A 22 de Novembro de 1970, o DFE n.º 21 (Africano) participou na «Operação Mar Verde», na Guiné-Conakry, competindo-lhe a missão de atacar a prisão “La Montaigne”.

- BAIXAS ENTRE OS FUZILEIROS
          Segundo a Comissão COLOREDO, durante todo o conflito, os Fuzileiros tiveram 185 baixas mortais, sendo que entre os feridos, 50% dos mesmos foram vítimas do efeito de minas A/P, A/C ou "fornilhos":
Angola: [57 mortos] 13 em combate; 34 por acidente e 10 por doença;
Guiné-Bissau: [99 mortos] 55 em combate; 35 por acidente e 9 por doença;
Moçambique: [29 mortos] 13 em combate; 10 por acidente e 6 por doença.
          O único Oficial que faleceu em combate foi um 2TEN FZ da Reserva Naval da CF n.º 1, oriundo do 18.º CFORN, em Junho de 1973, no Chilombo - Leste de Angola.
          Findo o conflito do Ultramar e extinção dos Comandos Navais e de Defesa Marítima das ex-colónias em 1975, com a finalidade de uniformizar de modo mais profícuo procedimentos operacionais e administrativos, tornou-se necessário estruturar em Batalhões as Companhias de Fuzileiros existentes, criando-se os Batalhões de Fuzileiros n.º 1, 2, 3 e 4 [Portaria n.º 258/75 de 16 de Abril].

12/03/11

PATCHFANATIC WEBSITE



          O "PATCHFANATIC WEBSITE" da autoria do 1SAR AD Luis Carlos Amaral Laranjeira da Marinha de Guerra Portuguesa foi actualizado em 05/02/2011, cuja colecção possui no total 1688 PATCH's dos 3 ramos das FA's e de vários países.

          No que concerne à "Marinha de Guerra Portuguesa" o site em apreço já ostenta 7 páginas dedicadas a este ramo das FA's de Portugal, reunindo até ao momento 250 PATCH’s de diversas unidades navais, terrestres, da EHM, Fuzileiros, Mergulhadores, especialidades de Praças / Sargentos / Oficiais, missões e exercícios internacionais.

19/02/11

CMSHM - CENTRO DE MEDICINA SUBAQUÁTICA HIPERBÁRICA DA MARINHA

(ACTUALIZADO)

Instalações do Centro de Medicina Subaquática e hiperbárica da Marinha (Foto cedida por Tcor Miguel Machado)

          Pelo ano de 1953, dada a premência de apetrechar a Armada com meios de auxílio médico-terapêutico especializado no suporte a possíveis acidentes disbáricos decorrentes do mergulho militar e para salvamento marítimo, foi adquirida a 1.ª câmara de descompressão do país, instalada na Escola de Mergulhadores, sediada na Esquadrilha de Submarinos.
          Deste modo, desencadeia-se de forma pioneira e simultaneamente a Medicina de Mergulho e Hiperbárica, sob tutela do Serviço de Saúde da Esquadrilha de Submarinos.
A câmara de 1953 perante os padrões actuais, encontra-se obsoleto e que foi transferido para o Museu da Marinha.
          Em 1967, é adquirida pela própria Escola de Mergulhadores uma 2.ª câmara hiperbárica, dotada de maior capacidade operacional e do ponto de vista tecnológico, mais desenvolvida que a de 1953.
          Em 1968, inicia-se em Portugal a aplicação da oxigenoterapia hiperbárica, até à data efectuada por recurso a equipamentos de mergulho autónomo de circuito fechado com O2 puro.


Câmara hiperbárica - anos 70 (Foto cedida por Cabo Eduardo Camilo)

          De salientar que o apoio ministrado pelo CMSHM, de forma permanente em regime de serviço de urgência, entrou em funções em Janeiro de 1992.
          Na última década, por via da assistência administrada pelo CMSHM, em funcionamento desde 1989, alcançou-se um aumento da profundidade de intervenção dos Mergulhadores Sapadores da Armada, mediante a adaptação do organismo humano à imersão na ordem dos 91 metros, permitindo à Armada alargar a capacidade de guerra de minas e aperfeiçoar o auxílio ao salvamento marítimo.
          O CMSHM está equipado com duas câmaras multilugar totalmente medicalizadas, instaladas em 1989 e 2001 respectivamente, com capacidade para tratar em simultâneo 24 doentes em posição sentada, quer em estado crítico ou necessitados de ventilação assistida.


Equipamento do CMHSM (Foto cedida pela Marinha Portuguesa)

          De realçar que esta unidade médica militar tem também prestado um verdadeiro serviço público permanente a pacientes militares e à sociedade civil, sua principal utilizadora e beneficiária, no tratamento de patologias hospitalares agudas e crónicas, uma das razões pela qual mantêm-se sediada no Hospital da Marinha.
          No que concerne ao serviço público prestado pelo CMSHM, o mesmo está vocacionado para tratamento de doentes com diferentes patologias, em que o oxigénio (oxigenoterapia hiperbárica) serve de meio complementar de tratamento: infecciologia, cirurgia plástica e reconstrutiva, lesões pós traumáticas, atrasos de cicatrização, lesões induzidas pela exposição a radioterapia, casos clínicos de surdez súbita; afecções oftalmológicas, neurológicas, toxicológicas, gastrenterológicas.

Interior de uma câmara hiperbárica (Foto cedida pela Marinha Portuguesa)

          São um serviço de utilização comum aos 3 ramos das FA’s desde de 1995 e uma referência nacional (reconhecido pela Ordem dos Médicos e Faculdades de Medicina do país) e internacional, constando inclusivo nas listas da NATO ADIVP-2 e "Undersea and Hyperbaric Medical Society" e da "European Underwater Baromedical Society", como autoridade nacional para apoio terapêutico aos acidentes do mergulho.
          O CMSM ministra também acções de formação destinadas a licenciados em Medicina e Enfermagem civis e militares, organiza Congressos e Jornadas de Medicina Hiperbárica e Subaquática, realiza estudos de investigação clínica apresentados em Congressos e Jornadas Médicas (nacionais e estrangeiras) e publicados em revistas periódicas médicas.
          É guarnecido com pessoal de enfermagem e Mergulhadores Sapadores da Armada, para além de Médicos com especialização em medicina subaquática e hiperbárica.


Câmara hiperbárica do CMSHM (Foto cedida pela Marinha Portuguesa)

          Em Portugal, para além do CMSHM existe uma câmara de descompressão nos seguintes Hospitais Públicos:
- Hospital Pedro Hispano em Matosinhos;
- Hospital Central do Funchal na Ilha da Madeira;
- Hospital da cidade da Horta na Ilha do Faial e Hospital de Ponta Delgada na Ilha de S. Miguel - Açores.

          A par do equipamento do CMSHM, no tocante a meios navais a Armada também teve a preocupação de apetrechar navios de superfície com meios de socorro hiperbáricos:
- A 14 de Novembro de 1969, o Draga-Minas "S. Roque" após retirada do equipamento de detecção e rocega de minas e dotado de uma câmara hiperbárica, é atribuído à Esquadrilha de Submarinos para desempenhar as funções de Navio de Apoio a Mergulhadores.
- Em 1997, instalou-se uma câmara hiperbárica no Navio-balizador "Schultz Xavier", passando a servir de Navio de Apoio aos Mergulhadores, substituindo nesta tarefa o antigo Draga-Minas "Ribeira Grande" da classe "S. Roque".
- A 11 de Dezembro de 2003, ao largo de Sesimbra, decorreu o Plano de Certificação de Mergulho Profundo (PCMP), tendo uma equipa de Mergulhadores constituída por 1 Oficial, 2 Sargentos e 8 Praças obtido a certificação em mergulho profundo (mistura de SELF-MIX com HELIOX), atingindo a profundidade de 81 metros com a duração de 1 hora e 17 minutos, a corveta "Baptista de Andrade" serviu como Navio de Apoio embarcando uma equipa médica e uma câmara hiperbárica.
- Em 2004, durante a manutenção da LDG "Bacamarte" no Arsenal do Alfeite, realizaram-se as alterações necessárias para instalação de uma câmara hiperbárica contentorizada e um contentor standard de alojamentos, passando a servir como Navio de Apoio aos Mergulhadores ("DIVING SUPPORT UNIT"), substituindo nesta tarefa o Navio-balizador "Schultz Xavier".
- Em Maio de 2009, uma equipa de Mergulhadores Sapadores "Salvage Diving Team" a bordo da corveta "Afonso Cerqueira", dotada de uma câmara hiperbárica e telefone submarino, participou no exercício "CONTEX/PHIBEX", durante a simulação de uma operação de salvamento do submarino "Barracuda", estabelecendo um circuito de ar fresco entre a Corveta e o submarino, após este ter assentado no fundo de modo a simular ter sofrido um acidente.
- Em Setembro / Outubro de 2010, durante o exercício de mergulho profundo “Deep Divex 2010″ organizado pela Marinha Portuguesa a Sul de Portimão, o Navio-Hidrográfico "Almirante Gago Coutinho" serviu como navio de apoio ao exercício, sendo equipado com duas câmaras hiperbáricas contentorizadas e o CMSH-HM realizou a 1.ª fase de um estudo clínico pioneiro a nível internacional na área do mergulho profundo.


Câmaras hiperbáricas contentorizadas a bordo do Navio-Hidrográfico "Almirante Gago Coutinho", uma da Marinha Portuguesa e outra da Real Marinha Norueguesa (Foto cedida por Tcor Miguel Machado)

Artigo do OPERACIONAL SOBRE O EXERCÍCIO “DEEP DIVEX” em Portugal

23/01/11

FRAGATAS DA CLASSE "BARTOLOMEU DIAS"


ESQUADRILHA DE ESCOLTAS OCEÂNICAS


Fragata "D. Francisco de Almeida"

TIPO DE NAVIO:
Fragata multifunções

PERFIL:


DESLOCAMENTO:
3,320 toneladas

DIMENSÕES:
122,3 x 14,4 x 6,2 metros

PROPULSÃO:
Sistema CODOG (combinação de diesel ou gás)
2 motores diesel Stork Wartsilä 12 SWD 280 - 9.790cv
2 turbina a gás ROLLS ROYCE Spey-SM1 C - 33.800cv
2 hélices

ENERGIA:
4 motores electrogéneos de 660 kW
1 de emergência de 120 kW

COMBUSTÍVEL:
350 toneladas

VELOCIDADE MÁXIMA:
Motores a diesel - 22 nós (41 km)
Turbina a gás - 29 nós (55 km)

AUTONOMIA:
5.000 milhas a 18 nós

GUARNIÇÃO:
Oficiais: 20 (Sob o comando de um oficial superior)
Sargentos: 40
Praças: 99
Equipa de Abordagem (Fuzileiros): 5
Secção de Mergulhadores: 2
Destacamento aéreo: 12 (1 helicóptero)
Total: 178

HELICÓPTEROS:
Hangar e convés para 1 helicóptero (24,2 x 14,4 metros)
1 Helicóptero Westland Super Navy
Lynx Mk95

RADARES:
Pesquisa ar/superfície - SMART-S 3D, banda F (70 Km de alcance / 2m²)
Pesquisa ar/superfície - LW-08 2D, banda D (162 Km de alcance)
Pesquisa superfície - LPI: Scout FWCW, banda I (27 Km de alcance)
Navegação - KELVIN HUGHES 1007, banda I (37 Km de alcance)

SONARES:
Casco: Signaal PHS-36 procura e ataque activo e passivo / 7,5 kHz média frequência (1,2 Km de alcance);
Rebocado: Anaconda Tactas DSBV 61A VDS passivo / baixa frequência

COMUNICAÇÕES:
- Receptores de LF/MF/HF;
- Transmissores de HF/MF;
- Transreceptores em UHF/HF/VHF;
- Teleimpressoras T1000;
- Rede telefónica interna;
- Comunicações por satélite SHF SATCOM;
- Comunicações por satélite INMARSAT B;
- Telefone submarino TUUM2D;
- MCCIS (Maritime Comand and Control Information System);
- Sistema AIS da Saab;
- Vocality International Ltd V-150;
- Circuito de radio-teleimpressora;
- 1 ETO (Emissor Transmissor de Ordens);
- 2 Projectores de sinais

EQUIPAMENTOS:
- NTDS (Sistema de Gestão de Dados Tácticos Navais);
- Sistema de navegação electrónica MNS 2000;
- Sistema de Carta Electrónica ECDIS;
- Sistema C2 (Comando e Controlo);
- Sistema IFF Mk2 mod IV;
- Sistema interno integrado de TV;
- Equipamentos portáteis de visão nocturna;
- TDS's (designadores visuais do alvo);
- Sistemas de espuma e pó químico;
- Estabilizadores activos;
- Hélices de passo variável ESCHER WEISS;
- Sistema de combate a incêndios de Dióxido de Carbono;
- Sensores para detecção do nível de radiação nuclear;
- Sistema de descontaminação radioactiva WASH-DOWN;
- Ar condicionado;
- Chuveiros SPRINKLERS para alagamento dos paióis de munições;
- Sistema de recolha e tratamento de esgotos;
- 1 Grua hidráulica telescópica;
- 2 Lanchas semi-rígidas RHIB;
- 1 Bote pneumático ZEBRO III;
- 11 Balsas salva-vidas;
- Sobressalentes para 60 dias;
- Sonda ultrasónica;
- Receptor DGPS;
- Odómetro electromagnético;
- Girobússola;
- Anemómetro;
- Agulha magnética;
- Agulha giroscópica;
- Ómega diferencial;
- Barógrafo;
- Barómetro;
- Sistema de recepção de Avisos à Navegação NAVTEX;
- Receptor meteorológico FAC-SIMILE – NAGRAFAX;
- Sistema de Comando e Controlo IMCS;
- Sistemas fixos de extinção de incêndios Halon 1301;
- Estabilizadores activos não retrácteis

CONTROLO DE TIRO:
- 2 Signaal STIR-18, banda I/J/K (controlo de mísseis / 140Km de alcance / 1m²);
- Sistema VESTA Helo transponder para OTHT (VHF / 10 GHz / 230 km);
- 1 AN/SPG-51C, banda G/I (sistema de controlo lançamento de mísseis HARPOON);
- Multipurpose Weapon Control System (controlo da peça de 76mm e mísseis SEA SPARROW)

SISTEMA DE COMBATE:
- SEWACO MkVII B, com sistema de gestão de dados combate GUARDION;
- Sistema de informação táctica LINK 11

SISTEMA DE GUERRA ELECTRÓNICA:
ESM/ECM APECS TX/ARGO AR-700 / 18 GHz:
(navios - 200 milhas de alcance / aeronaves 50 milhas de alcance)

SISTEMA DE CONTRAMEDIDAS ANTI-MÍSSIL:
2 x 6 tubos lançadores de chaff/flare Loral Hycor SRBOC Mk36 Mod1:
(Mk 182; Seagnat; Super Chaffstar; Super Gemini; Super Hiram III; Super Hiram IV; Super Loroc)
4Km de alcance

SISTEMA DE CONTRAMEDIDAS ANTI-TORPEDO:
1 Roncador electro-acústico rebocado Nixie AN/SLQ-25 (95 x 15,2cm / 18kg)

SISTEMAS DE ARMAS:
- 2 x 4 Lança-mísseis anti-navio Mk141 McDonnell Douglas RGM-84C HARPOON Block 1C (activo / 0.85 mach / 124 Km de alcance);
- 2 x 8 Lança-mísseis anti-aéreo Raytheon RIM-7M NATO SEA SPARROW Mk48 Mod1 (semi-activo / 2.5 mach / 14,5 Km de alcance);
1 Peça OTO-MELARA de 76mm/62 Mk100 (16 Km de alcance);
- 1 Peça Thales GOALKEEPER SGE-30 de 30mm (banda X / 3 Km de alcance);
- 2 Metralhadoras-pesadas BROWNING M2HB de 12,7mm (2,4 Km de alcance);
- 2 x 2 Tubos lança-torpedos US Mk32 Mod9 de 324mm;
- Torpedos Mk46 Mod5 Neartip ASW (activo / 45 nós / 460 metros de profundidade / 9,25 Km de alcance)

DESIGNAÇÃO NATO:
FFGH

INDICATIVO DE CHAMADA INTERNACIONAL:
FRADIAS
FRAMEIDA

ENDEREÇO RADIOTELEGRÁFICO:
CTFM
CTFN

NÚMERO DE AMURA:
F333
F334

BASE DE APOIO:
Base Naval de Lisboa

NOME:
N.R.P. Bartolomeu Dias
N.R.P. Francisco de Almeida

ANO DE CONSTRUÇÃO:
1994
1994

NOTAS:
• Estes navios são presentemente as mais recentes unidades ao serviço da Marinha de Guerra Portuguesa, com a sua incorporação, pela 1.ª vez na história deste ramo das FA's, a sua Esquadra de superfície é apetrechada com 5 navios de guerra multifunções, com mais de 3.000 toneladas de deslocamento.
• As 8 fragatas da classe "KAREL DOORMAN" (também denominada "M"), foram projectados para operarem inseridas em "Task Group" da Marinha Real Holandesa ou da NATO em ambiente de multi-ameaça, especialmente no Oceano Atlântico e no Mar do Norte.
• De forma isolada podem actuar em missões anti-submarinas, de embargo, assistência humanitária e vigilância costeira.
• Também estão preparadas para operar em águas e clima tropical, exemplo disso é o facto de por vezes realizarem comissões de serviço nas Antilhas Holandesas (Caraíbas), nomeadamente na ilha de Curaçao.

• O casco e as superestruturas foram construídas em aço de alta resistência, a forma do casco permite obter uma boa estabilidade nas águas mais bravas do Oceano Atlântico Norte.
• Os motores, as turbinas e as caixas redutoras estão encapsulados e montados sobre um suporte de vácuo elástico a fim de reduzir as vibrações e isolar o sinal acústico produzido pelos mesmos.
• Foi a 1.ª classe de fragatas de desenho e construção europeia a integrar características "Stealth", as duas unidades transferidas para Portugal começaram a ser construídas em 1990 pelos Estaleiros "Royal Schelde" para a Marinha Real Holandesa, entrando ao serviço em 1994, são uma evolução das fragatas da classe "KORTENAER", com as quais se assemelham no perfil do casco e superestrutura.


Planta das Fragatas da classe "Bartolomeu Dias"

• Na concepção do casco, superestrutura e do hangar foi adoptado um design e medidas que reflecte a preocupação com a redução da probabilidade de intercepção e aumento da capacidade de sobrevivência do navio, exemplos latentes de tal são:
- configuração do navio com uma pequena inclinação de 7º;
- as linhas angulosas na ponte e mastro principal;
- casco de aço não magnético;
- a capacidade de reduzir a assinatura de radar, acústica, magnética e emissões de infra-vermelhos;
- tubos lança-torpedos e o sistema lança-mísseis anti-aéreo de lançamento vertical ocultados.

• Substituíram as duas fragatas restantes da classe
"Comandante João Belo" construídas a partir de 1967 e que se encontram em fim de vida operacional, praticamente sem valor militar e inadequadas para as novas necessidades militares, para além de terem uma navegabilidade limitada nas águas do Atlântico Norte.
• A decisão de adquirir a Holanda estas fragatas deve-se nomeadamente ao facto de serem navios da mesma geração e com características, capacidade e dimensões semelhantes às Fragatas da classe "Vasco da Gama" (sistema de propulsão, equipamentos, sensores e sistemas de armas), que já são familiares à Armada, motivos que permitirá uniformizar a logística, manutenção e operação de ambas as classes de navios, divergindo somente no concerne ao sistema de sonar.
• Os navios sofreram algumas modificações com o intuito de adaptar às necessidades da Marinha Portuguesa, nomeadamente:
- a implementação da rede C4I;
- ligeiras alterações no refeitório, câmaras de Oficias e de Sargentos e no camarote do Comandante;
- instalação do sistema auxiliar de navegação (W)AIS.

• No dia 1 de Novembro de 2006, o Ministério da Defesa Nacional celebrou com o Estado Holandês, o contrato de aquisição para a Marinha Portuguesa de duas fragatas da classe "KAREL DOORMAN": a F333 "Bartolomeu Dias" ex-"Van Nes" e a F334 "D. Francisco de Almeida" ex-"Van Galen", ambas da Marinha Real Holandesa e ainda no serviço activo, após trabalhos de modernização e revisão, pelo preço de 240 milhões de Euros, no quadro da Lei de Programação Militar.
• A "Bartolomeu Dias" foi aumentada ao efectivo dos navios da Armada a 16 de Janeiro de 2009 na Base Naval de Den Helder - Holanda, observando o disposto na Portaria n.º 189/2009 de 14 de Janeiro do Ministro da Defesa Nacional.
• A cerimónia ocorreu após uma operação de manutenção do navio que durou 4 semanas, desde dessa data, o navio esteve num período de treino operacional de preparação da respectiva guarnição, seguida de experiências no mar ("Setting-to-work") e treino em porto ("Harbour Acceptance") com guarnição mista de holandeses e portugueses.
• A cerimónia de entrega oficial da "Bartolomeu Dias" decorreu no Alfeite a 19 de Maio de 2009, no dia seguinte marcou presença no Porto de Aveiro durante as comemorações do Dia da Marinha.


Fragata "Bartolomeu Dias"

• A "D. Francisco de Almeida" foi transferida a 15 de Janeiro de 2010, na presença do CEMA e do Secretário de Estado da Defesa Nacional, o navio atracou pela 1.ª vez na Base Naval do Alfeite em 09 Março 2010.

• A entrada ao serviço desses navios permitiu uma melhoria da capacidade oceânica de superfície da Esquadra, nomeadamente no que concerne ao emprego dos navios em todo o espectro das operações navais, dotados de meios orgânicos aéreos, reforçar a luta anti-submarina e o aumento a capacidade de defesa anti-aérea.
• A formação técnica da guarnição responsável pelo DAE - Departamento de Armas e Electrónica (14 Sargentos / 8 Praças), foi ministrada pela Escola da Marinha Real Holandesa (TOKM).
• O sistema lança-mísseis anti-aéreo Raytheon RIM-7M NATO SEA SPARROW de lançamento vertical Mk48 Mod1, encontra-se instalado em tubos de lançamento fixos, em posição vertical e colocados em fila, de modo acoplado a bombordo do hangar.
• A operação de manuseamento dos tubos lança-torpedos e de carregamento de munições no sistema GOALKEEPER é realizada por meios mecânicos no interior do navio, ao invés das fragatas da classe "Vasco da Gama" que é efectuada no exterior.
• O sistema de defesa próxima "GOALKEEPER" SGE-30 de 30mm com um alcance de 3 Km de alcance, dispara 4.200 tiros por minuto, tal como o sistema PHALANX das fragatas da classe "Vasco da Gama" também pode ser empregue contra ameaças assimétricas de superfície.
• Têm acomodações adicionais para transportar 30 Fuzileiros, podendo servir como navio de apoio a operações anfíbias.

• Em Março de 2009, a "Bartolomeu Dias" efectuou com sucesso o lançamento de vertical de um míssil SEA SPARROW (célula 12) contra um alvo aéreo teleguiado (Drone IRIS PROP).
• Em Maio de 2009, a "Bartolomeu Dias" embarcou os Auditores do Curso de Defesa Nacional, efectuando uma demonstração que incluiu manobras de aproximação RAS com a corveta "Baptista de Andrade" e um exercício com o submarino "Barracuda".
• Em Maio de 2009, a "Bartolomeu Dias" procedeu ao transporte de membros da Comissão Parlamentar de Defesa, que encontrava-se de visita às Ilhas Selvagens, no Arquipélago da Madeira.
• Em Junho de 2009, a "Bartolomeu Dias" participou no exercício "CONTEX-PHIBEX" realizado na costa Oeste e Sul de Portugal continental, onde finalizou o plano de treino operacional nacional.


Fragata "Bartolomeu Dias" no exercício "CONTEX-PHIBEX"

• Em Junho de 2009, a "Bartolomeu Dias" deslocou-se a Plymouth no sul de Inglaterra, onde realizou o processo de validação externa "Operational Sea Training".
• Em 13 de Maio de 2010, a "D. Francisco de Almeida" esteve fundeada no Rio Tejo durante a visita do Papa Bento XIV a Portugal.
• Em Maio de 2010, a "Bartolomeu Dias" participou no exercício "PHOENIX EXPRESS", no Mar Mediterrâneo.
• Em Setembro de 2010, a "Bartolomeu Dias" como Navio-chefe da EUROMARFOR, participou no exercício multinacional de treino de guerra de minas da Marinha Francesa "Olives Noires", ao largo de Toulon no Mar Mediterrâneo.
• Esta classe também é utilizada pelas Marinhas de Guerra da Bélgica, Chile e Holanda.

15/01/11

REVISTAS DA AORN

            Encontra-se disponível online as revistas já publicadas da AORN (Associação de Oficiais da Reserva Naval), da n.º1 [Janeiro de 1998] até à mais recente n.º 18 [Outubro de 2010]:



http://www.reserva-naval.com/revistaorn/revistaorn.html

Mais informações: http://www.reserva-naval.com/

08/01/11

POLÍTICA DE COPYRIGHT DO MDN...

Fui advertido para um facto no mínimo insólito...

          A existência de diversos dados presentes no link (Informações sobre o NPO 2000) patente no site do Ministério da Defesa Nacional, como sendo uma «cópia total» de dados que constam neste blog, relativamente ao Navio de Patrulha Oceânico.

          Apesar de o artigo ter sido recentemente actualizado, é perfeitamente passível de visualizar, inclusive, mediante os links em anexo, a semelhança até no que concerne no modo de estruturação da informação.

          Deduzindo que tal se deveu a razões de contenção de custos na utilização dos canais oficiais, assim como que o termo legal "direitos de autor" não faz parte, certamente, do vocabulário do MDN, independentemente da sua «Política de Copyright», vou encarar tal situação jurídica que me assiste, atendendo ao facto ocorrido, como um elogio (ainda que disfarçado), em virtude dos dados recolhidos serem provenientes, para todos os efeitos, de um blog de um cidadão civil.

Desculpem-me esta breve modéstia humorística...


http://www.mdn.gov.pt/mdn/pt/Imprensa/notas/20101230_CerimoniaNOP.htm

23/12/10

GRUPO DE LANCHAS ANFÍBIAS LARC-5

(ACTUALIZADO)

LARC-5 em exercícios

            Em Fevereiro de 1983, o Corpo de Fuzileiros recebeu 15 viaturas anfíbias LARC-5 oriundas da Marinha Federal Alemã, como contrapartida da cedência da Base Aérea de Beja e autorização para a construção do Ponto de Apoio Naval de Tróia (PANTROIA) à Alemanha Ocidental.
            A título de curiosidade, é de salentar que aquando da resposta à oferta das LARC's, foi solicitado por parte do então Comandante da Força de Fuzileiros, mais viaturas do que as necessidades operacionais da época, com a finalidade de garantir a existência de sobresselentes, acontece que cada uma das 15 viaturas vinha apetrechada com um caixote de sobresselentes.


LARC-5 na Escola de Fuzileiros em 1983, ainda com as cores e meios de identificação da Marinha Federal Alemã

            Constituíram o Grupo de Lanchas Anfíbias, sendo atribuídas à UAMA - Unidade de Apoio de Meios Aquáticos (criada a 28 de Junho de 1979 pela Portaria nº 303/79), actualmente UMD - Unidade de Meios de Desembarque (Criada pelo Decreto Regulamentar N.º 29/94 de 01 Setembro), sediada na Escola de Fuzileiros.
            Cinco viaturas foram colocadas no activo e as restantes 10 posicionadas nas INT's - Instalações Navais de Troia, sendo submetidas a rotinas de manutenção periódicas por uma equipa de manutenção que se deslocava para o efeito.
            Não obstante, em virtude de sempre que se deslocavam para realizar a manutenção, não dispor de tempo suficiente para a efectuar conforme o previsto, em 91 / 92, o Oficial Fuzileiro Subalterno nomeado para comandar a UAMA, tendo conhecimento da situação propus ao Comandante do Corpo de Fuzileiros, a concentração de todas as viaturas na UAMA e a criação de uma oficina em Vale de Zebro para apoio específico à manutenção das LARC's.
            Deste modo, após concordância e por determinação do Comandante do Corpo de Fuzileiros, a manutenção passou a ser realizada de modo programado, resultando que o requisito operacional do Comando do Corpo de Fuzileiros fosse sempre mantido.




            O projecto da LARC-5 - Lancha Anfíbia de Reabastecimento e Carga (Light Amphibiuos Resupply and Cargo), foi desenvolvido na década de 50 pela empresa norte-americana Borg Warner Corporation e fabricada (cerca de 950 exemplares) nos EUA entre 1962 e 1968 por diversas empresas norte-americanas, nomeadamente pela US Springfield Armory.

Protótipo da LARC-5

            É inspirada nas viaturas anfíbias DUKM da 2.ª Guerra Mundial, mas dispondo de uma proa mais forte para aguentar as águas mais agitadas e para quebrar as ondas na zona de rebentação.


LARC-5 a navegar na zona de rebentação

            Não se trata de uma viatura anfíbia propriamente projectada para desempenhar a função de meio de desembarque, nomeadamente na 1.ª vaga de assalto, motivo pela qual até padece de armamento e blindagem.


            O objectivo do fabrico das LARC-5, a pedido do Exército dos EUA, foi dotar o ramo das FA’s com um meio anfíbio capaz de proceder ao transporte de tropas e material de navios até à costa, após uma «testa-de-ponte» ter sido assegurada por um desembarque de forças amigas.
            Posteriormente ao desembarque, caso necessário têm ainda capacidade de progredir por terra, nomeadamente para efectuar transporte logístico, conferindo maior flexibilidade ao desembarque de abastecimentos necessários à sustentação do combate ou proceder a evacuações sanitárias.
            Trata-se de uma viatura anfíbia construída com folhas de alumínio soldadas com espessura 3/16 polegadas, dispondo de um interior reforçado com alumínio emoldurado, o seu perfil tem o formato de embarcação, apetrechada com 4 rodas motrizes e tracção permanente às rodas traseiras.
            Depende dos seus 4 grandes pneus (18.00 x 25 cm de baixa pressão) para absorver o choque do terreno, em virtude de não disporem de sistema de suspensão, permitindo à LARC operar em terrenos macios, tais como areia de praia e lama com a mínima possibilidade de se atascar.


LARC-5 em Todo-o-Terreno

            É capaz de operar em TO com clima temperado, tropical e árctico, transpor dunas de areia, bancos de coral, obstáculos verticais até 0,5 metros e subir ou descer superfícies muito íngremes com inclinação ate 60º ou inclinações laterais de 25º, desde que se efectuem em superfícies rígidas.



Subida e descida de superfícies íngremes

            A cabine de comando (aberta atrás) situa-se à frente da viatura, o compartimento do motor na traseira e o porão de carga (aberta no topo) ao centro, possuindo sanefas laterais amovíveis fabricadas em lona apropriada e reforçada em cabos de aço, montadas antes de a lancha entrar na água, para resguardar a carga ou tropas transportadas.


LARC-5 a navegar (observar sanefas laterais)

            A sua guarnição é composta 01 patrão da LARC-5 [FZV] e 01 proeiro, sendo que a cabine de comando permite transportar ainda 02 militares, um de cada lado do condutor.
O Grupo de Lanchas Anfíbias é constituído por:
- 01 Oficial Subalterno;
- 01 Sargento;
- 10 Praças.
Acresce-se a este efectivo a secção de manutenção:
- 01 Sargento MQ;
- 03 Praças CM;
- 02 Praças FZ;
- 02 Praças E.

            No que concerne à capacidade de carga, o porão permite transportar até 20 militares totalmente equipados ou 4,5 toneladas de carga (4,88 x 2,97 x 0,74 metros).


LARC-5 carregada de botes pneumáticos ZEBRO III

            Em ambiente marítimo, quando a flutuar, desloca-se por acção de uma hélice de 3 pás e com as rodas desengrenadas, atingindo a velocidade máxima de 8,5 nós (13,9 km), em estrada utiliza tracção somente nas rodas dianteiras (4x2), atingindo a velocidade máxima de 48,2 km, em Todo-o-Terreno utiliza tracção às 4 rodas (4x4) e a velocidade máxima é de 16 km.
            Passados 27 anos da recepção destas viaturas anfíbias LARC-5, continuam a ter uma grande actividade operacional, actualmente o Grupo de Lanchas Anfíbias da UMD é constituído por 05 LARC’s, possuindo no total 08 LARC’s operacionais: 408, 414, 428, 435, 446, 457, 458 e 483.


Grupo de Lanchas Anfíbias

            Tradicionalmente, no Dia da Marinha são empregues para realizar o Baptismo de Mar de cidadãos ou “matar saudade” de diversas gerações de Fuzileiros, participando também no Desfile das forças motorizadas do Corpo de Fuzileiros.


Baptismo de Mar


Desfile de Forças motorizadas do Corpo de Fuzileiros

            Participam em diversos exercícios exclusivos do Corpo de Fuzileiros: FTX, TRÓIA, TREINO A, TREINO B, COSTA ABERTA, sectoriais da Armada: PHIBEX, SWORDFISH e INSTREX e apoia a DGAM e o Serviço Nacional de Protecção Civil.
            No Verão de 1988, durante uma missão logística do Navio de Apoio “S. Miguel” (já abatido) à Região Autónoma da Madeira, 2 viaturas anfíbias LARC-5 dos Fuzileiros foram utilizadas para desembarcar uma casa pré-fabricada na Ilha Deserta Grande, para utilização dos Guardas do Parque Reserva Natural.


Desembarque na Ilha Deserta Grande

            Em Outubro de 2002, uma secção do Grupo de Lanchas Anfíbias participou nos testes à capacidade anfíbia das viaturas em concurso para renovação da frota de blindados de rodas APC/IFV.


Desembarque da LDG "Bacamarte" durante os testes à viatura blindada PIRANHA III

            Em Fevereiro de 2006, uma LARC-5 foi utilizada para demonstração de capacidades de uma secção do DAE, durante a NAUTICAMPO 06.


Demonstração de capacidades do DAE na NAUTICAMPO 06

            Em 2009, participaram no exercício sectorial da Marinha “CONTEX/PHIBEX”, interagindo com o LPD “Foudre” da Marinha de Guerra Francesa.


Embarque na doca do LPD "Foudre" da Marinha de Guerra Francesa

            Nos dias 2 e 3 de Dezembro de 2009, uma LARC-5 acompanhou os testes à capacidade anfíbia do blindado PANDUR II em Portugal.


Apoio aos testes ao blindado PANDUR II

            Esta viatura anfíbia tornou-se internacionalmente conhecida no século XX, aquando do conflito das Malvinas / Falklands em 1982 entre Britânicos e Argentinos, tendo sido empregue por estes últimos no dia 02 de Abril de 1982 para desembarcar forças do 25.º Regimento de Infantaria, anteriormente também foi utilizada na década de 70 pelo Exército dos EUA na Guerra do Vietname.
            Também é utilizado pelos Fuzileiros Argentinos, Fuzileiros Filipinos, Exército dos EUA, tailandesa e de Singapura e pelo Exército Australiano.
            Na posse de empresas e entidades civis é utilizado para turismo, protecção da natureza, reabastecimento, apoio a Bases na Antárctida e na construção e manutenção de faróis.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Dimensões: 10,67 x 3,05 x 3,25 metros (comprimento, largura, altura);
Deslocamento máximo: 14.140 Kg;
Motor: Cumming Engine Compang 8000cc V8 Diesel com 305 cv;
Autonomia máxima: 402 Km em terra / 40 milhas em água;
tanques de combustível: 2 (547,2 litros).