06/08/15

MERGULHADORES DA ARMADA DO SÉCULO XVI

ACTUALIZADO

          Os relatos mais antigos sobre experiências de mergulho na Península Ibérica remontam a 1538, realizadas no Rio Tejo com recurso a equipamento subaquático que consistia numa câmara de mergulho em formato de sino (por regra eram fabricados em madeira, cobre ou bronze e aberto na parte inferior)  destinada a alojar Mergulhadores, que uma vez atingindo o subsolo marítimo, realizavam missões de exploração ou salvação marítima.






























Câmara de mergulho em formato de sino

           Antecedendo à Dinastia Filipina, a primeira referência histórica a actividades de mergulho militar de carácter ofensivo em Portugal remonta aos combates iniciais antes da Batalha de Alcântara, ocorrida em 25 de Agosto de 1580, na qual se menciona de modo apoteótico uma operação de sabotagem submarina por parte de elementos das forças de D. António de Portugal - Prior do Crato à Esquadra castelhana sob o comando de D. Álvaro de Bazán (66 Galés, 21 Naus e 09 Fragatas):
- "Nadadores portugueses, nadando debaixo de água, atacam navios espanhóis fundeados no Rio Tejo procurando danificar-lhes o casco".
          Presume-se que tal operação de sabotagem submarina tenha decorrido a seguir ao dia 12 de Agosto de 1580, quando a Esquadra castelhana se encontrava ancorada no limite do alcance de tiro da artilharia da Torre de Belém.
          De realçar no entanto que, observando o disposto no livro "Marinha Portuguesa - Nove séculos de história" do CMG Rodrigues Pereira e editado pela Comissão Cultural da Marinha, em 1184 quando o Rio Tejo foi invadido por uma Esquadra muçulmana oriunda da Andaluzia que bloqueou Lisboa por uns dias, entre a sua frota existia um navio de dimensões consideráveis que era apetrechado com uma torre para assaltar directamente as muralhas da cidade, designado "dromon" ou "dromunda".
          Sucede que durante a noite um arrojado lisboeta, cujo nome ficou ignorado na história, atacou o costado do navio provocando um rombo e respectivo afundamento. Na manhã do dia seguinte, quando os outros navios da frota andaluza se aperceberam do sucedido, bateram em retirada para o mar após umas razias nos arrabaldes da cidade sem quaisquer consequências.

5 comentários:

  1. Os meus amigos A. C. Santana (que recentemente nos deixou) já o havia mencionado há cerca de 40 anos e o J. A. R. Pereira também o fez mais recentemente em Marinha Portuguesa Nove Séculos de História. Nenhum deles o fez com tanto pormenor. Só agora saciei a curiosidade.
    Bom trabalho
    Obrigado

    ResponderEliminar
  2. O dromon era a designação do principal navio da armada bizantina.
    O termo tem sido utilizado na maioria das linguagens europeias para navios a remos e sobretudo para os utilizados no Mediterrâneo na Idade Média com aquele desenho, sendo somente a partir do séc. XVI que se passou a utilizar o conceito do termo galé provindo do termo medieval grego galéa, uma versão mais pequena do dromon

    ResponderEliminar

Grato pelo seu comentário, prontamente estará visível!