26/01/10

SUBMARINOS DA CLASSE "TRIDENTE"


ESQUADRILHA DE SUBMARINOS


Submarino "TRIDENTE"

TIPO DE NAVIO:
Submarino convencional

PERFIL:

DESLOCAMENTO:
1.840 toneladas à superfície
2.o20 toneladas em imersão

DIMENSÕES:
67,9 x 6,3 x 6,6 metros

PROPULSÃO:
2 motores a Diesel MTU Friedrichshafen de 16V 396 2.000kW;
1 motor eléctrico síncrono de íman permanente Siemens AG PEM de 160kW;
2 módulos de sistema AIP [Polymer Electrolyte Membrane] com 120kW cada;
1 hélice de baixo ruído e alto rendimento

VELOCIDADE MÁXIMA:
Superfície - 12 nós (22 km)
Submerso - 20 nós (41 km)
Sistema AIP - 6 nós (12 km)

AUTONOMIA:
12.000 milhas a 8 nós à superfície
420 milhas a 8 nós submerso
1.248 milhas a 4 nós AIP
60 dias

PROFUNDIDADE MÁXIMA OPERACIONAL:
350 metros

PROFUNDIDADE DE COLAPSO:
680 metros

GUARNIÇÃO:
Oficiais: 7 (Sob o comando de um oficial superior)
Sargentos: 10
Praças: 16
Total: 33
Capacidade adicional: 14 (militares das Operações Especiais)


Guarnição do "Tridente"

RADAR:
Navegação/procura - SPHINX Thales, banda I (37 Km de alcance) [Low Probability Intercept]

SONARES:
- Cilíndrico STN Atlas Elektronik DBQS-40 de média frequência (detecção e identificação passiva a longa distância) 0.3 a 12 kHz;
- Flanco de baixa / média frequência FAS 3 (transição de frequências médias para baixas);
- Detecção de distâncias por métodos passivos PRS (cálculo de distância de alvos);
- Detecção de emissão electroacústicas;
- Detecção passiva para controlo de ruído próprio TAS 90 (rebocado de baixa frequência);
- Activo (determinação de distância de alvo);
- Detecção de minas Atlas Elektronik HF MOA 3070 activo a duas frequências

COMUNICAÇÕES:
- Transreceptores de banda UHF, HF, VLF, VHF, LF, SHF, EHF;
- 1 Rede de difusão geral;
- Telefone submarino TUUM 1A e TUUM 2A/B 50 kHz;
- Comunicações por satélite SATCOM SHF Indra;
- Wire-antenna: VLF, LF, MF ou VHF;
- Rede telefónica interna;
- MCCIS (Maritime Comand and Control Information System);
- SICC 6 (Sistema Integrado de Controlo de Comunicações);
- 1 ETO (Emissor Transmissor de Ordens);
- 2 Projectores de sinais;
- Sistema ICCS Mod 5 (Sistema Integrado de Controlo de Comunicações);
- Antenas rebocadas para receber em imersão profunda

EQUIPAMENTO:
- Sistema IFF;
- Odómetros electromagnéticos;
- Sistema de Carta Electrónica ECDIS;
- Medidor da velocidade do som na água;
- Sonda ultrasónica;
- 3 Faróis de navegação na torre;
- Barómetro;
- Radiognometro;
- Sistema GPS militar;
- Produção de água doce por osmose;
- SLIS (Ship Logistic Information System);
- Sistema de navegação inercial em imersão Raytheon MINS

SENSORES PRINCIPAIS:
- Mastro optrónico (sensor vídeo de alta resolução [HDTV], detector de distância a laser, sistema combinado de ESM/GPS) com antena ESMA-5;
- Periscópio opto-electrónico de busca Carl Zeiss Optronik GmbH SERO 14 (câmara de registo vídeo e fotográfico digital de alta resolução, FLIR, GPS);
- Periscópio óptico de ataque Carl Zeiss Optronik GmbH SERO 15 (vídeo a cores, laser range-finder) com antena RWR (Radar Warning Receiver) de aviso de emissões radar;

EQUIPAMENTO DE SALVAÇÃO:
- Sistema de salvamento de emergência EADS Space Transportation RESUS;
- 2 Jangadas salva-vidas accionáveis até à profundidade de colapso (680 metros);
- Sistema de ar respirável de emergência (BIBS) com tomadas dispersas por todo o navio;
- Uma plataforma de salvamento em cada compartimento estanque;
- Dotações de emergência para 7 dias;
- Dois compartimentos estanques até à profundidade de colapso;
- Fatos de escape para cada elemento da guarnição até 180 metros;
- Câmara de mergulho instalada na torre.

SISTEMA DE COMBATE:
Atlas Elektronik GmbH ISUS 90-50 (detecção acústica / electromagnética)

SISTEMA DE GUERRA ELECTRÓNICA:
- Alertador de radar montado no periscópio óptico de ataque;
- Mastro com sistema ESM UME-200 (2 aos 18 Ghz), integrando a antena ELINT (ELectronic INTelligence) TIMNEX II da SAAB Avitronics e a antena COMINT (COMmunications INTelligence) MEDAV GmbH CRS-8000 LF/MF/HF/VHF/UHF (300 kHz a 3 GHz);
- Sensor de aviso de emissões laser, montado na torre do submarino da SAAB Avitronics;

SISTEMA DE CONTRAMEDIDAS ANTI-TORPEDO:
- Sistema integrado de reacção rápida CIRCE

SISTEMAS DE ARMAS:
- 8 Tubos lança-armas de 533mm (proa / lotação máxima 16 armas);
- Torpedos pesados filoguiado BLACK SHARK (LER NOTAS);
- Minas multi-influência MN 102 MURENA (LER NOTAS);
- Mísseis anti-navio UGM-84 SUB-HARPOON Block II (LER NOTAS)

DESIGNAÇÃO NATO:
SSK

INDICATIVO DE CHAMADA INTERNACIONAL:
SUBTRIDENTE
SUBARPAO

ENDEREÇO RADIOTELEGRÁFICO:
CTSA
CTSB


NÚMERO DE AMURA:
S160
S161

BASE DE APOIO:
Base Naval de Lisboa

NOME:
N.R.P. Tridente
N.R.P. Arpão

ANO DE CONSTRUÇÃO:
2009
2010

EMPREGO OPERACIONAL:
• Protecção avançada às forças navais de superfície;
• Protecção da navegação costeira e oceânica;
• Vigilância e recolha de informações discretas junto à costa;
• Monitorização de comunicações junto à costa (indicators & warnings);
• Ataques selectivos a interesses de alto valor estratégico na zona litoral de um opositor;
• Interdição de áreas focais junto a portos, costa ou zonas de navegação de elevado interesse para o opositor;
• Estabelecimento de campos de minas ofensivos;
• Integração em forças combinadas e/ou conjuntas em acções de apoio avançado;
• Acções de negação do uso do mar em áreas oceânicas;
• Patrulha de área oceânica, anti-submarina e/ou anti-superfície;
• Vigilância da ZEE no quadro de uma política de dissuasão a infracções ambientais e de segurança;
• Vigilância discreta da infiltração de material ou indivíduos em áreas costeiras;
• Combate às ameaças assimétricas (terrorismo, tráfico de droga e armas, imigração, poluição);
• Introdução e recolha discreta de elementos das Operações Especiais da Marinha na costa;
• Acções de representação nacional

NOTAS:
• Desde os anos 90 que a Marinha de Guerra Portuguesa necessita de substituir os vetustos submarinos da classe "Albacora", tendo a unidade restante da esquadrilha, o "Barracuda" uns respeitosos 41 anos de serviço activo e foi até ao momento do seu abate ao efectivo dos navios da Armada, o submarino mais velho na NATO com 46.636 horas de navegação.
• Neste contexto em 21 de Abril de 2004 foi assinado entre o Estado Português e o "German Submarine Consortium" um contrato de aquisição de dois submarinos convencionais apetrechados com o moderno sistema de propulsão independente de ar AIP (células de combustível).
• No mesmo dia foi assinado um contrato de contrapartidas e também ficou garantido a futura sustentação logística dos submarinos:
- Aquisição do simulador de EMCS;
- Formação e o adestramento das duas primeiras guarnições, de um grupo de instrutores, de pessoal militar e civil da Esquadrilha de Submarinos e do Arsenal do Alfeite, num total de 180 pessoas, responsáveis pelos três escalões de manutenção, durante 4 anos;
- Transferência de tecnologia na área dos Torpedos, Periscópios e Sistema de Combate;
- Construção da nova Esquadrilha de Submainos, Cais 6, Oficina Torpedos e outras oficinas no Arsenal do Alfeite;
- Aquisição de ferramentas especiais, equipamentos de teste e diagnóstico, oficina de mastros e de optrónicos;
- Aquisição de sobressalentes para 2 anos de operação e componentes com longo prazo de fornecimento (hélice, optrónicos, mastros, comunicações, etc).
• Posteriormente foi adjudicado aos Estaleiros alemães HDW "Howaldtswercke Deutsche Werft", em Kiel, a construção dos submarinos que formam a 5.ª Esquadrilha de Submarinos da Marinha de Guerra Portuguesa, que previsivelmente irão estar ao serviço de Portugal nos próximos 30 anos.

• No dia 15 de Julho de 2008, decorreu nas instalações dos Estaleiros HDW, Kiel - Alemanha, a cerimónia de lançamento à água do 1.º submarino, o "NRP Tridente" / S160 e a 18 de Junho de 2009, a cerimónia do 2.º submarino, o "NRP Arpão" / S161.
• Ambos os submarinos foram recebidos inicialmente a título provisório pela Marinha de Guerra Portuguesa, em Kiel - Alemanha, o 1.º submarino (NRP Tridente) em Junho de 2010 e o 2.º submarino (NRP Arpão) em Dezembro de 2010.
• O "Tridente" chegou a Portugal no dia 02 de Agosto de 2010, ocorrendo para o efeito uma cerimónia interna da Marinha Portuguesa, na Base Naval do Alfeite, de acordo com as tradições navais. A cerimónia oficial de recepção do submarino, com a entrega do respectivo Estandarte Nacional ao Comandante do navio e ainda a inauguração das infraestruturas remodeladas da Esquadrilha de Submarinos / Escola de Mergulhadores ocorreu no dia 08 de Setembro de 2010.



Chegada a Portugal do "Tridente"

• Os submarinos apesar de serem designados de tipo U209PN, são na realidade do tipo U-214, mas com diversas modificações solicitadas pelo Estado Português, atendendo as requisitos da Marinha Portuguesa.
• Deste modo, trata-se de um modelo que apresenta a combinação de características dos submarinos alemães da classe "U209" (disposição interna dos compartimentos e equipamentos) e da classe "U-214" (perfil do casco; assinaturas de radar [Low Probability Intercept], acústica, magnética [circuito de desmagnetização automático]; emissões de infra-vermelhos e visual baixas, por recurso a fairing e deplumers), propriedades que já reflecte a preocupação com a redução da probabilidade de intercepção e aumenta a capacidade de sobrevivência, exemplo mais visível, são o design hidrodinâmico do casco e as linhas angulosas da torre.

• Estão orçados em 900 milhões de Euros e serão pagos pelo Ministério da Defesa em sistema de leasing durante 15 anos, tratando-se de um sistema de armas optimizado para operar tanto em águas pouco profundas como em águas oceânicas, com a capacidade de usar armas em ambos os cenários e capazes de efectuar longos percursos em imersão, graças ao aumento da autonomia em imersão profunda, por recurso ao sistema de propulsão independente de ar AIP.
• Os cascos foram construídos em aço de alta resistência 80 HLES (aço de 80 Kg/cm² de carga de rotura), dotados do sistema "degaussing system" que permite manipular a assinatura magnética conforme o que se pretende tacticamente.
• Todas as estruturas, incluindo os mastros, são revestidas com material anti-radiação, ou seja, radar-absorvente de transmissões electromagnéticas e electroacústicas, o que dificulta a sus detecção por radares opositores.

• O sistema de propulsão híbrido, bem como o Centro de Informações de Combate, têm uma elevada resistência ao choque e estão montado sobre um suporte de vácuo elástico, com o desiderato de reduzir as vibrações e isolar o sinal acústico e emissões electromagnéticas produzido pelo mesmo, constituído por:
- 2 motores a Diesel MTU Friedrichshafen de 16V 396 2.000kW;
- 1 motor eléctrico [54 toneladas] síncrono de íman permanente Siemens AG PEM de 160kW por módulo;
- 2 módulos de sistema AIP [Polymer Electrolyte Membrane] com 120kW cada;
- Uma única linha de veios, com uma hélice de 7 pás de inclinação para trás, de materiais compósitos, baixo ruído e alto rendimento.

• Existe muito poucas saliências expostas no casco, bem como aberturas, com o escopo de reduzir ao máximo o ruído do fluxo do mar e aumentar o alcance prático de detecção do sistema de detecção electroacústico do próprio submarino.
• Não necessita de navegar frequentemente à cota periscópica (12 metros) para recarregar as baterias de propulsão (navegação snorkel), aguentando 3 semanas e têm ainda capacidade de fundear, particularidades que a par das referidas nos parágrafos supracitados, diminui o risco de exposição a uma possível detecção por potências ameaças, sejam elas aéreas ou de superfície.
• A empresa portuguesa Autosil participou em 70% da produção das baterias de 300 Kw dos submarinos, com um peso de 230 toneladas, assim como garante a manutenção e a substituição dos respectivos componentes ao longo de toda a vida útil dos submarinos, a EIDSOFT - Empresa Portuguesa de Investigação e Desenvolvimento de Electrónica, forneceu os sistemas de comunicações e a empresa EURONAVY, a tinta de revestimento dos cascos.



Esquema do submarino U209PN

• No que concerne à capacidade ofensiva, os sistemas de armas serão dotados de 8 tubos lança-armas à proa com lotação máxima para 16 armas:
- Torpedos pesados filoguiado por fibra óptica ASW / ASUW BLACK SHARK (fabrico italiano) de 533mm / velocidade superior a 50 nós, dotados de uma avançada cabeça acústica e 2 hélices em contra-rotação, com um alcance superior a 50 Km e capazes de navegar de forma extremamente silenciosa, tendo em linha de conta que é um torpedo;
- Minas marítimas de fundo multi-influência MN 102 MURENA (fabrico italiano), dispondo de sensores acústicos, magnéticos e de pressão, apropriadas para águas costeiras pouco profundas "Shallow Waters", na razão de duas minas em vez de um torpedo, podendo lançar inclusivo "dummies" DUM101 de exercício;



Mina multi-influência MN 102 MURENA

- Destaque para o facto de 4 dos tubos lança-armas serem equipados com o WES (Weapon Expulsion System) que permite lançar mísseis anti-navio UGM-84 SUB-HARPOON Block II, com um alcance de 160 Km, navegação orientada por GPS, passíveis de atacar alvos em terra.
• Existe ainda a possibilidade futura de aquisição de mísseis anti-aéreos lançados em cápsulas pelos tubos lança-armas, para o qual os submarinos já estão preparados, como o novo míssil filoguiado por fibra óptica IDAS (Interactive Defence and Attack System for Submarines), tendo o míssil capacidade de emergir a 10 km de distância do submarino e alcance superior a 60 km, idealizado para ser empregues contra helicópteros ASW em "dipping" e aviões de patrulha marítima voando a baixa altitude ou como meio adicional até 12 milhas, contra navios e outros alvos de superfície, tais como baterias de artilharia costeira e instalações portuárias.



Submarino "Tridente" e helicóptero Link Mk95 da EHM (Foto cedida por Luís Miguel Correia)

• No tocante à capacidade de auto-defensa, está dotado de um circuito de desmagmetização automático, com o desiderato de evitar a activação de minas marítimas de influência magnética, assentes no fundo do mar em águas costeiras pouco profundas "Shallow Waters".
- Também está equipado com 1 reparo a cada bordo sob o convés com o sistema integrado de contramedidas anti-torpedo de reacção rápida CIRCE, que consiste numa unidade de C2 (comando e controle) de lançamento múltiplo de pequenos veículos submarinos (jammers e emuladores) de 120 x 12,7cm, actuando como uma solução soft-kill.
- Estes veículos agem como bloqueadores e despistadores, dotados de hidrofones e emissores acústicos integrados, gerando um sinal acústico maior que o produzido pelo próprio submarino, de modo a tentar criar uma cortina de ruído e cegar o sonar do torpedo inimigo para esconder o submarino, enquanto isso os emuladores tentam reproduzir o eco que recebem da emissão sonar da ameaça, emulando assim um alvo para que o torpedo efectue sucessivos ataques ao emulador, indicando uma falsa posição do submarino ao sonar do torpedo inimigo, tendo em vista afastar a ameaça do submarino pelo desgaste do combustível do torpedo inimigo.



Contramedidas anti-torpedo de reacção rápida CIRCE

• Para além dos diversos sonares que equipam os submarinos, a classe está apetrechada com um sistema sonar de detecção de minas (Mine Avoidance) a duas frequências, que tem o acréscimo de também fornecer dados de navegação adicionais.

• É pois em virtude do sistema de propulsão híbrido (diesel, eléctrico e AIP), aliado ao CWCS (Command and Weapon Control System) que classifica os alvos e gera os respectivos dados para emprego de armas, completado pelo Sistema de Combate ISUS 90-50, desenhado para as nossas necessidades e passível de actualizações futuras, que caracterizam a superioridade táctica suis generis destes submarinos, combinando todos os sensores (mastro, periscópios e sonares), sistema de armas (torpedos, minas e mísseis), de contramedidas, comunicações e sistema de navegação.
• A título de exemplo, pode recorrer ao sistema AIP em operações de patrulha e interceptação ou padrão de busca ultra-silencioso, a velocidades de 2 a 6 nós.
• A nível de mobilidade estratégica podem manter a velocidade máxima superior a 20 nós por horas seguidas, cumprir uma vasta gama de missões, quer em "Shallow Waters" (águas costeiras) quer em "Deep Waters" (águas profundas) do Oceano Atlântico, Oceano Índico, Mar Mediterrâneo, Mar das Caraíbas e Golfo Pérsico, 240 dias por ano e com autonomia para 60 dias, sendo de salientar que o sistema AIP confere uma autonomia superior a 14 dias em imersão profunda, ao inverso da classe "Albacora" que se limitava ao Atlântico Norte, Mediterrâneo Ocidental e no máximo a 14 horas em imersão profunda.
• Somente necessitam de emergir até à cota periscópica (12 metros) para efectuar o lançamento ou recolha com grande discrição, a partir de uma câmara de mergulho instalada na torre, de 14 elementos das Operações Especiais da Marinha (DAE) ou do Grupo de Mergulhadores de Combate (GMC) do DMS n.º 1, totalmente equipados, mediante a utilização do equipamento de mergulho "LAR VII COMBI".
• Mediante a "wire-antenna" (limitado à cota de operação de 100 metros) conseguem recebem toda a informação via VLF, LF, MF ou VHF provinda do Comando da Esquadrilha de Submarinos.

• O alto grau de automação materializa-se numa guarnição reduzida e permite o aumento da lotação de recargas de armas, a capacidade de produção interna de água doce suficiente para torneiras e chuveiros.
• Destaque para a introdução de novos padrões de habitabilidade, com maior privacidade nos alojamentos de Oficiais e casas de banho, e em que cada militar terá direito ao seu próprio beliche em áreas de reduzidos níveis de ruído, aumentando deste modo as condições de vida a bordo, de referir que os submarinos estão habilitados para receber elementos femininos na guarnição em alojamento próprio, não obstante os Sargentos e as Praças residem juntos num compartimento amplo e sem portas.
• De realçar que o treino das guarnições em terra e mar, no Centro Naval Alemão de "Eckernforde", é da responsabilidade do departamento de formação da HDW, composto quase todo por ex-submarinistas alemães, tratando-se de um treino de reconversão, isto porque os requisitos que a Marinha Portuguesa colocou para as futuras guarnições pressupõe que os instruendos sejam submarinistas com pelo menos 4 anos de experiência, 6.000 horas de navegação em imersão e obtido a nota de 70% no teste de aferição de Inglês, em virtude de a formação ser ministrada na língua inglesa.
• Em Abril de 2009, 40 elementos da Esquadrilha de Submarinos receberam formação em escape / ascensão livre na "Escuela de Submarinos de Cartagena".
• A fase final de toda a formação está dividida em três fases: 1.ª "System Instruction", a 2.ª "Pier Training" e a 3.ª "Sea Training".

• Trata-se de uma plataforma que não descura o meio ambiente, razão pela qual é apetrechado com dispositivos de prevenção de poluição por hidrocarbonetos, assim como prima pelo grande número de sistemas de sobrevivência, escape e salvamento:
- Sistema de salvamento de emergência EADS Space Transportation RESUS dimensionados para 47 pessoas (33 guarnição + 14 operações especiais);
- 2 Jangadas salva-vidas accionáveis até à profundidade de colapso (680 metros);
- Sistema de ar respirável de emergência (BIBS) com tomadas dispersas por todo o navio;
- Uma plataforma de salvamento em cada compartimento estanque;
- Dotações de emergência para 7 dias;
- Dois compartimentos estanques até à profundidade de colapso;
- Fatos de escape para cada elemento da guarnição até 180 metros.

• Tal como as fragatas da classe "Vasco da Gama" têm a vantagem de serem de construção modular, que permite a execução de uma futura modernização e integração de sistemas de armas, sensores ou propulsão com menores custos, prazo ou alterações físicas na estrutura do navio, conjunto de características que traduziu-se num indiscutível salto tecnológico na arma submarina da Armada.
• De realçar que o custo de aquisição destes submarinos corresponde a metade do preço de uma fragata, sendo que os respectivos custos de operação e intervalos de manutenção equivalentes a um terço dos de uma fragata.
• Trata-se de submarinos convencionais extremamente silenciosos em operação, dotados de um sistema de combate, comando e controlo, sensores e sistemas de armas de alto padrão e última geração, tornam-se num meio naval extremamente eficaz, credível, com grande poder de ataque e elevado grau de adaptabilidade a qualquer situação e nível do espectro do conflito.
• É um factor de dissuasão credível por excelência, sobretudo no que concerne a acções preventivas, dissuasoras e defensivas da estratégia diplomática, proporcionando valências que num país com limitações na edificação do seu sistema de forças, decorrentes da sua dimensão e potencial económico e financeiro, permite a Marinha Portuguesa deter um meio de prestígio, com múltiplas opções de emprego, equalizador de poderes.


«Render da Guarda» submarino "Barracuda" da 4.ª Esquadrilha e submarino "Tridente" da 5.ª Esquadrilha
(Foto cedida por Luís Miguel Correia)

• Permite também ver assegurado a continuidade indispensável da sua capacidade submarina e "know how" que detém desde 1913, se hipoteticamente a Marinha Portuguesa perdesse tal "know how" e a capacidade de operar submarinos, seriam necessários 15 anos para a recuperar essa mesma capacidade.
• Os submarinos são dos meios militares mais eficazes que uma nação ribeirinha pode possuir, como forma de dissuasão, ocupação ou utilização não autorizada do seu espaço marítimo, para protecção avançada às forças navais de superfície e realizar operações de vigilância e recolha de informações de modo discreto, nomeadamente no que concerne ao combate às ameaças assimétricas (terrorismo, tráfico de droga e armas, imigração clandestina, poluição).

• Para além de Portugal, também outras Marinhas de Guerra utilizam ou encomendaram submarinos da classe "U-214", ou derivados "U-212" classificados como os primeiros submarinos do mundo virtualmente impossíveis de detectar: Alemanha, Coreia do Sul, Grécia, Itália, Israel, Paquistão e Turquia.
• De salientar que a Grécia optou por cancelar o seu contrato devido a dificuldades financeiras e o Paquistão presenciou ao cancelamento do seu contrato, por parte do governo alemão, em virtude da instabilidade política em que vive entre as suas fronteiras.
• Um dos submarinos da Marinha da Coreia do Sul, bateu o recorde mundial de autonomia submersa por submarinos convencionais.


Modelo do submarino U209PN

22/12/09

BLINDADOS ANFÍBIOS PANDUR II


Blindado Anfíbio PANDUR II

          A mobilidade, velocidade e protecção são as principais características do PANDUR II, com uma guarnição de 2 militares (condutor [FZV] e apontador) e capacidade para transportar 8 Fuzileiros totalmente equipados na versão básica de transporte de pessoal (cabine com 13 m³).


Esquema de avaliação da mobilidade do PANDUR II

          Dispõe de uma blindagem em aço (ARMOX 500 Ballistic Protection Armour Steel Plates) e de uma modular (ADD ON’s) que lhe permitem uma blindagem nível III ou IV, de acordo com a especificação STANAG 4569, capaz de proteger o veículo de projécteis de 12,7mm na parte frontal e de 7,62m no resto do casco, e a distância de 100 metros de projécteis de 14,5mm.
          A nível da protecção passiva, usufrui de um casco distanciado do solo 45cm com pavimento duplo e de um desenho que expele na quase totalidade os efeitos das explosões debaixo das rodas (contratualizado para explosões de 5Kg de TNT e estudado para 8 Kg).
          Quando existe perigo de minas no Teatro de Operações, a guarnição e pessoal transportado deverá usar os cintos de segurança apertados, uma vez que os bancos possuem protecção anti-minas e são à prova da explosão, devem colocar os pés no banco da frente para não sofrer acidentes nos membros inferiores e utilizar uma protecção no pescoço para não sofrer deslocações nas primeiras vértebras.
          Podem ainda ser equipados com um kit adicional para minimizar o efeito de minas e de projécteis perfurantes, o seu perfil foi desenhado para diminuir a assinatura térmica, estão providos com um sistema de aviso Elbit Systems Ltd IFF (amigo / inimigo) e utilizam um sistema de detecção de ameaças da Elbit Systems Ltd TDS "Laser Warning Receiver", além de uma pintura que absorve os raios infravermelhos.

          No que concerne às comunicações, estão munidos com o sistema de comunicações tácticas EID SA PRC 525A e com o sistema de comunicações internas EID SA ICC-201, cada viatura está igualmente guarnecida com antenas UHF/VHF e Wireless/LAN da EID, e podem inclusivo ser embarcado num avião Hércules C-130 da FAP.


Perfil do PANDUR II embarcados num Hercules C-130 da FAP

          Têm um peso máximo de 23.000 kg, 7,54 x 2,68 x 2,08 metros (cumprimento, largura e altura), um motor CUMMINS HPCR de 6 cilindros com 450cv e 285hp de baixo consumo, capacidade para 350 litros de diesel, autonomia para 700 km, velocidade máxima 130 km (estrada), 60 km (em terreno irregular) e 10 km (água).
          Possuem ABS, travões de disco e tracção às oito rodas motrizes, cada uma com o seu próprio sistema de suspensão e sistema central de enchimento do pneu (MICHELIN 365/80 R20 XZL) que confere um elevado desempenho em todo o terreno, nomeadamente na transposição do mar para terra, mobilidade em ambientes com condições desde os -35º até +50º, e conseguem realizar um giro de 180º em 8 segundos.
          Estão igualmente dotados de ar condicionado, visão nocturna, detector e supressor de fogo, equipamento de identificação para os meios aéreos, protecção NBQ mediante ambiente pressurizado em todo o veículo e detectores de partículas nucleares e químicas, o sistema eléctrico é de 24 V.

          A capacidade anfíbia é proporcionada por dois jactos de água, acoplados a duas hélices que permitem a navegação em lagos, rios com corrente e mar aberto com vaga até 60cm (recomendação da fábrica), à velocidade de 10 km em condições de carga máxima, apresentando durante o percurso um baixo perfil.





Blindado Anfíbio PANDUR II em testes efectuados em Portugal na região de Tróia

          Trata-se de um blindado sobre rodas de fácil transporte, operação e manutenção, quanto ao sistema de armas da versão anfíbia a ser entregue ao Corpo de Fuzileiros, todos desfrutam de um grau de elevação desde -9º a +20º e de rotação de 360º, podendo usar as seguintes armas de acordo com o tipo de viatura:
- Metralhadora-ligeira FN MAG de 7,62mm;
- Metralhadora-pesada BROWNING M2HB de 12,7mm;
- Lança-granadas automático HK GMG de 40mm;
- Porta-morteiro 120mm de longo alcance SOLTAM-CORDOM;
- Torre ORCWS (Overhead Remote Controlled Weapon Station) com canhão de tiro rápido ATK STEYR SP30 Mk44 de 30mm, metralhadora-ligeira FN MAG de 7,62 mm e lança-mísseis anti-carro Rafael Ltd SPIKE LR (Long Range) de 4ª geração, com estação de operação das armas interna ELBIT Systems Ltd UT-30.
          O apontador ou chefe do carro dispõe de um sinalizador laser (Laser Range Finder), um visor de imagem térmica, um sistema de controlo de fogo de 3.ª geração, passível de ser empregue durante o dia ou à noite, mesmo com fumo ou nevoeiro e ainda uma câmara de TV que processa dados sobre o alvo e a sua distância, opções que permitem estabelecer uma boarelação entre a mobilidade, protecção blindada e o poder de fogo.

          Dos 260 blindados (originalmente 322), estimados em 344 milhões de Euros, existe um contrato de 20 milhões de Euros em sobressalentes, a entrega ao Exército iniciou-se em 2008 e existe ainda a possibilidade de aquisição de mais 33 viaturas como opção, dotados de uma torre com canhão de 105mm.


Blindado PANDUR II dotado de torre com canhão de 105mm

          Dos 260 supracitados apenas 20 estão atribuídos ao programa de reequipamento dos Fuzileiros, com entrega prevista a partir de Janeiro de 2010, constituindo o futuro PELVBLA - Pelotão de Viaturas Blindadas Ligeiras Anfíbias da CATT (Companhia de Apoio de Transportes Tácticos), que terão por função o transporte de tropas, desembarques anfíbios, escolta, patrulha, reconhecimento, apoio de fogo, comando e comunicações.

Estas viaturas serão nas seguintes 4 versões:
• 3 CPV (Command Post Vehicle): Viaturas Posto de Comando com metralhadora-ligeira 7,62mm e sistema de comunicações tácticas EID PRC 525 (4 posições de trabalho em 4 LAPTOP´s);



• 13 ICV (Infantry Carrier Vehicle): Viaturas de Transporte de Pessoal com metralhadora-pesada 12,7mm ou lança-granadas automático de 40mm;



• 2 MCV (Mortar Carrier Vehicle): Viaturas Porta-Morteiro 120mm e metralhadora-ligeira 7,62mm (possibilidade de dispor de morteiro 60mm quando a guarnição se encontrar apeada);



• 2 IFV (Infantry Fighting Vehicle): Viaturas com canhão de 30mm, metralhadora-ligeira 7,62mm e lança-mísseis anti-carro.



          A carência de meios blindados para o Corpo de Fuzileiros há muito tempo que se fazia sentir neste Corpo de Tropas de Elite, para aumento da capacidade de manobra táctica em situações de risco acrescido, permitindo o emprego desta força militar em situações de maior exigência operacional, dado que as Chaimites num total de 4 introduzidas em Agosto de 1975, já não são utilizadas operacionalmente desde Setembro de 1994, em virtude das suas limitações em ambiente marítimo (deslocava-se por acção das rodas / 4,8 km), comportamento todo-o-terreno (nomeadamente terreno arenoso) e falta de peças para manutenção (ocorrendo mesmo a canibalização).


Blindado de transporte de tropas 4x4 BRAVIA CHAIMITE V-200, a desembarcar de uma LDG para uma praia


Blindado de transporte de tropas 4x4 BRAVIA CHAIMITE V-200, com torreta de metralhadora 12,7mm e 7,62mm

          Deste modo, os novos blindados habilitará o Corpo de Fuzileiros a participar individualmente ou com forças nacionais ou aliadas em operações conjuntas ou combinadas nas mesmas circunstâncias, em termos de tecnologia e capacidade operacional, ao mesmo tempo que se garante a independência face ao Exército no tocante à requisição de veículos de transporte blindado, tal como sucedeu em Janeiro de 2000, na missão de Apoio à Paz na Bósnia, com a utilização de 12 viaturas Chaimite V-200 cedidas pelo Exército.
          A sua necessidade também já ficou comprovada na «Operação Crocodilo», evacuação de civis e militares do conflito da Guiné-Bissau em Junho de 1998, quando os Fuzileiros desembarcaram por via de botes pneumáticos Zebro III, não dispondo de qualquer meio de transporte anfíbio blindado, que fornecesse mobilidade e maior poder de fogo, no caso de terem de enfrentar hostilidades das facções já envolvidas no conflito.
          Pese embora não tenha ocorrido qualquer incidente envolvendo Forças Armadas Portuguesas, não é de menosprezar as diversas forças beligerantes que se encontravam na Guiné-Bissau, desde as tropas governamentais, forças rebeldes da Junta Militar, até às unidades militares senegalesas (1 Batalhão de Comandos / 1 Batalhão de Tropas Aerotransportadas / 1 Batalhão de Engenharia / viaturas blindadas / peças de artilharia / 5 carros de Combate Ligeiros AML90) e da Guiné-Conakry.

          Curiosamente, a eliminação da Steyr foi defendida no concurso público internacional, em Novembro de 2004 pela Comissão Técnica do Exército, por não satisfazer os requisitos essenciais e por o fabricante nunca ter comprovado o nível de protecção da blindagem, nos testes efectuados em Portugal.
          Nos mesmos testes a STEYR utilizou um motor Cummings ISL 405, com cerca de 400cv, considerado insuficiente para suportar o peso do blindado, quando na proposta final indicava um motor de 450cv.
          Após um percurso de cerca de 1.000 quilómetros, o blindado chumbou na inspecção com problemas de travões e na direcção, falhou o diâmetro de viragem máximo (20 metros) imposto pelos requisitos essenciais, o sistema de visão nocturna também não era satisfatório.
          Quando realizava o teste anfíbio bateu na rampa da Lancha de Desembarque Grande "Bacamarte", o terceiro e o quarto eixos apresentaram problemas, havia folgas significativas na direcção e na suspensão, e os níveis de emissão de fumos eram superiores ao recomendado.



Blindado Anfíbio PANDUR II em testes de Mar com a LDG Bacamarte

          Em paralelo, foi acordado com a STEYR um contrato de contrapartidas no valor de 516 milhões de Euros, entre as quais, a instalação nos blindados do sistema de comunicações interna P/ICC 201 e o sistema de comunicações tácticas P/GRC 525 de concepção e fabrico nacional (EID), que já foram consumadas.
          A linha de produção iniciou-se em Novembro de 2006, com a inclusão de componentes portugueses (electrónica, software e cablagem), correspondendo a 80% das viaturas da versão de transporte de tropas e ambulância, nas instalações da empresa A.R.B. FABREQUIPA, Lda, detentora de uma licença para fabricar o veículo, em virtude da aquisição da empresa Gestão de Operações Metalomecânicas, parceira da STEYR.




Blindado PANDUR II em fase de montagem



Blindado PANDUR II em fase de acabamento (Foto de Pedro Monteiro)

          A empresa Sunviauto - Indústria de Componentes Automóveis SA, está a fornecer os bancos para às guarnições das viaturas.
          Em finais de Outubro de 2009, decorreram na Áustria os testes do 1.º artigo (First Article Test), tendo sido concluídos em Portugal nos dias 2 e 3 de Dezembro do mesmo ano, atendendo ao facto de não existir mar naquele país.
          Estes testes têm por finalidade comprovar que todas as componentes do veículo e todos os requisitos, tais como os concernentes à capacidade anfíbia, a velocidade na água e respectiva estanquicidade estão de acordo com o contratualizado, com o apoio de uma LARC-5 e equipa de Mergulhadores.







Testes de 1.º artigo

          O modelo STEYR-DAIMLER-PUCH PANDUR II, é utilizado pela Áustria, Bélgica, Eslovénia, Estados Unidos, Gabão, Kuwait, estando o modelo 8X8 a ser implementado em Portugal e na República Checa.

30/11/09

CORVETAS DA CLASSE "BAPTISTA DE ANDRADE"

(ACTUALIZADO)

Corveta "JOÃO ROBY"

TIPO DE NAVIO:
Corveta da patrulha oceânica

PERFIL:


DESLOCAMENTO:
1.380 toneladas

DIMENSÕES:
84,6 x 10,3 x 3,3 metros

PROPULSÃO:
2 motores a diesel OEW Pielstick 12 PC2 V280 - 12.000cv
12 cilindros
2 hélices

ENERGIA:
3 geradores diesel-eléctricos MAN-SIEMENS de 250kVA
1 gerador de emergência MAN-SIEMENS de 320kVA

COMBUSTÍVEL:
150 toneladas

VELOCIDADE MÁXIMA:
22 nós (41 km)

AUTONOMIA:
5.900 milhas a 18 nós
7.500 milhas a 15 nós
9.100 milhas a 13,5 nós

GUARNIÇÃO:
Oficiais: 7 (Sob o comando de um oficial superior)
Sargentos: 14
Praças: 51
Total: 72

HELICÓPTEROS:
Convés na popa para 1 helicóptero ligeiro (12 x 8 metros)

RADAR:
Navegação - KELVIN HUGHES 1007, banda I (37 Km de alcance)

COMUNICAÇÕES:
- Radiogoniómetros HF, VHF, UHF;
- 1 ETO (Emissor Transmissor de Ordens);
- SICC (Sistema Integrado de Controlo de Comunicações);
- Comunicações por satélite INMARSAT B;
- 2 Projectores de sinais

EQUIPAMENTO:
- Terminal SIFICAP;
- Ómega diferencial;
- Sistema GPS MX200;
- Sonda ultrasónica KELVIN HUGHES MS 32;
- Instalação de desmagnetização;
- Sistema de Carta Electrónica ECDIS;
- 6 Balsas salva-vidas;
- 1 Embarcação Mk9;
- 1 Bote pneumático ZEBRO III;
- 1 Lancha semi-rígida;
- Equipamentos portáteis de visão nocturna;
- Chuveiro para descontaminação nuclear;
- Chuveiros SPRINKLERS para alagamento dos paióis de munições;
- 1 Gerador de água doce por osmose inversa;
- Receptor DGPS;
- Odómetro electromagnético;
- Girobússola ARMA BROWN Mk7;
- Anemómetro;
- Agulha magnética;
- Agulha giroscópica;
- Barógrafo;
- Barómetro;
- Ar condicionado;
- Sistema de recepção de Avisos à Navegação NAVTEX;
- 1 Grua hidráulica telescópica HIAB 60 SEACRANE de 3,5 toneladas;
- Multisensor electro-óptico SAGEM, para detecção, gravação e registo de imagens;
- Receptor meteorológico FAC-SIMILE – NAGRAFAX

CONTROLO DE TIRO:
- PANDA (Peça de 40mm)

SISTEMAS DE ARMAS:
1 Peça CREUSOT-LOIRE de 100mm/55 Mod68 (17 Km de alcance)
2 Peças BOFORS de 40 mm/70 Mod68 (12 Km de alcance)

DESIGNAÇÃO NATO:
FS

INDICATIVO DE CHAMADA INTERNACIONAL:
CORDADE
CORJOBY
CORCEIRA

ENDEREÇO RADIOTELEGRÁFICO:
CTFE
CTFG
CTFH

NÚMERO DE AMURA:
F486
F487
F488

BASE DE APOIO:
Base Naval de Lisboa

NOME:
N.R.P. Baptista de Andrade
N.R.P. João Roby
N.R.P. Afonso Cerqueira

ANO DE CONSTRUÇÃO:
1972
1972
1973

EMPREGO OPERACIONAL:
- SAR;
- Presença Naval;
- Serviço público;
- Patrulha oceânica da ZEE;
- Controlo da poluição no mar;
- Combate ao narcotráfico;
- Fiscalização da pesca;
- Apoio a operações anfíbias;
- Fiscalização dos esquemas de separação de tráfego marítimo;
- Segurança de navios estrangeiros de visita a portos nacionais;
- Escolta a navios combatentes em águas restritas;
- Exercícios com unidades navais e aéreas;
- Viagens de instrução dos cadetes da Escola Naval.

NOTAS:
• Foram construídos nos Estaleiros Navais de "Bazán" (actual Navantia), em Cartagena (Espanha), de acordo com um plano português de modificação das corvetas da classe "João Coutinho", com armamento, sensores e equipamentos mais sofisticados.
• Originalmente foram construídas para a Marinha de Guerra da África do Sul, sendo de salientar que entre 1973 e 1974 deslocaram-se até ao Alfeite uma equipa da Marinha da África do Sul para estudo destes navios, mas devido ao embargo de armas efectuado pela ONU, foram compradas por Portugal.
• Dispõem de um convés na popa para 1 helicóptero ligeiro, mas na realidade estão somente habilitadas para a realização de reabastecimento vertical (VERTREP), além de que não são dotadas de hangar nem estação de reabastecimento de helicópteros.
• Têm acomodações adicionais para albergar 32 pessoas ou uma Força de Fuzileiros (4 Oficiais, 3 Sargentos e 25 Praças), valência operacional que a par do seu reduzido calado, permite-lhes penetrar nos rios de maior caudal e braços de mar, podendo servir como navio de apoio a operações anfíbias.


Corveta "Afonso Cerqueira" a servir de Navio de Apoio a operações anfíbias, com botes pneumáticos ZEBRO III do Corpo de Fuzileiros.


Operação de arriar os botes pneumáticos ZEBRO III no mar


Embarque dos Fuzileiros por recurso à rede de abordagem nos botes pneumáticos ZEBRO III


Organização da Força de Desembarque de Fuzileiros para o assalto ao objectivo


Progressão da Força de Desembarque de Fuzileiros


Assalto ao objectivo da Força de Desembarque de Fuzileiros

• Foram os primeiros navios da Armada dotados do sistema DMTI, que permite apagar no radar ecos fixos, conseguindo por consequência a detecção de alvos aéreos.
• Em 1976 durante o PREC, planeou-se vender toda a classe à Colômbia, com o desiderato de financiar a construção de novas fragatas, mas o negócio não se concretizou por pressões exercidas pela NATO.
• Em Junho de 1979, o corpo de Philippe Cousteau, filho de Jacques Cousteau, reconhecido oceanógrafo francês, foi sepultado no mar a cerca de 20 milhas a Sudoeste da entrada do Porto de Lisboa, numa cerimónia que decorreu a bordo da "Baptista de Andrade".
• Na década de 80, foram propostos algumas vezes planos para modernizar a classe, que previa inclusivamente dotar os navios de mísseis anti-navio EXOCET e mísseis anti-aéreos ASPIDE, mas nunca tal desiderato foi concretizado devido a falta de verbas, não obstante o navio disponha desde construção, espaço para paiós para tal armamento, sendo utilizado como acomodações adicionais para Fuzileiros.


Plano original das corvetas da classe "Baptista de Andrade"


Plano de modernização que previa a instalação de mísseis anti-navio EXOCET, mísseis anti-aéreos ASPIDE num lançador óctuplo ALBATROS e morteiro ASW de 375mm BOFORS.


Plano actual das corvetas da classe "Baptista de Andrade"

• Em 1995, a "Oliveira e Carmo" (já desactivada) foi abalroada à entrada da barra do Rio Tejo devido ao denso nevoeiro, pelo contratorpedeiro italiano "Luigi Durand de la Penne", quando este manobrava para sair do porto, tendo-se registado danos estruturais na proa do navio italiano e um considerável rombo na proa e ponte a estibordo do navio português, também se registou dois feridos ligeiros na guarnição da corveta.



















Danos na corveta Oliveira e Carmo

• Em Maio de 1998, a "Oliveira e Carmo" afundou a tiro de canhão uma estrutura metálica semi-submersa de grandes dimensões, com cerca de 11 metros de altura, a 86 milhas a Sul do grupo ocidental, em virtude de constituir perigo para a navegação.
• Em Agosto de 1998, ocorreu um incêndio a bordo da "Afonso Cerqueira" no Porto de Horta, Ilha do Faial - Açores.

Foto Agência Lusa / Blog NRP Álvares Cabral F336

• Em Fevereiro de 2000 os navios foram remodelados, com o objectivo de adequá-los às novas funções, o que se traduziu na retirada de todo equipamento ASW (Sonar Thomson-Sintra DIODON, tubos lança-torpedos US Mk32 Mod5 de 324mm, calha lança-bombas de profundidade Mk9, roncador MK-6) e numa significativa redução da guarnição e modernização dos sistemas de ajuda à navegação e comunicações.
• Em Julho de 2001, a "Afonso Cerqueira" participou na «Operação Sunrise» incluída na série de exercícios de intercâmbio militar "JCET" entre Portugal (DAE/ DMS nº2) e EUA (Det1/2ndBtl/19th SOF), a nível de Operações de Forças Especiais Navais que decorreram na Península de Tróia.
• Em 2003, durante a participação no exercício "SWORDFISH", a "João Roby" teve a bordo um simulador de guerra electrónica da NATO, a fim de criar um ambiente ainda mais realista.
• Em 2004, a "Afonso Cerqueira" participou no exercício "INSTREX", servindo como navio SAR e de navio alvo para a execução de abordagem dos navios da NATO.
• Em Maio de 2004, a "Baptista de Andrade" participou num exercício de combate à poluição em Viana do Castelo, no âmbito do Plano Mar Limpo, simulando um navio mercante que após uma colisão com o molhe exterior do porto de Viana do Castelo, resultou um derrame de fuelóleo.
• Em Setembro de 2006, a Corveta "João Roby" integrada na «EUROMARFOR», participou no exercício "OLIVES NOIRES" transportando o DMS nº 1, que realizou operações de guerra de minas em águas pouco profundas e posteriormente a limpeza e desminagem de um canal para permitir a realização de uma "Non-Combatant Evacuation Operation" efectuada pelos navios da força.
• Em Novembro de 2006, a "João Roby" participou no exercício "LUSIADA" no âmbito da preparação das Forças Armadas para cenários de resposta a crises.
• Em Maio de 2007, a "João Roby" serviu de plataforma de abordagem para uma simulação do DAE, no Dia da Marinha.


Simulação de abordagem do DAE

• Em Julho de 2008, a "João Roby" participou nas buscas de um avião que se despenhou ao largo do Cabo da Roca, com o apoio de um avião P3 Orion da FAP.
• Em Outubro de 2008, a "Baptista de Andrade" participou no exercício "FAMEX 08" reforçada com uma equipa de abordagem dos Fuzileiros, uma equipa de Mergulhadores e um binómio da Polícia Marítima, em Espanha.
• Em Março de 2009, a "Baptista de Andrade" integrada na «EUROMARFOR», participou no exercício de guerra de minas em águas pouco profundas "IT MINEX 09" servindo como Navio de Apoio (Diving Support Unit) ao DMS n.º 3, apetrechados de um AUV e transportando um PELBOARD dos Fuzileiros, no Mar Tirreno ao largo de La Spezia e Livorno - Itália.
• Em Abril de 2009, a "João Roby" participou no exercício "PHONIX EXPRESS" organizado pela Marinha dos EUA, que tem por finalidade fortalecer as relações entre as Marinhas do Norte de África, Sul da Europa e dos Estados Unidos.
• Em Maio de 2009, a "Afonso Cerqueira" participou no exercício "CONTEX/PHIBEX", dispondo de uma câmara hiperbárica, telefone submarino e de uma equipa de Mergulhadores Sapadores "Salvage Diving Team", que simularam uma operação de salvamento do "Barracuda", após este ter assentado no fundo de modo a simular ter sofrido um acidente.
• Em Maio de 2009, a "Baptista de Andrade" efectuou manobras de aproximação RAS com a fragata "Bartolomeu Dias".
• No dia 10 de Junho de 2009, a "João Roby" fundeada no Rio Tejo, participou na cerimónia realizando uma salva de tiros em homenagem aos mortos pela Pátria.
• Em Julho de 2009, a "Afonso Cerqueira" participou numa demonstração relativa ao exercício de Segurança Energética organizado para o Presidente da República, servindo como Navio de apoio aos Fuzileiros.
• Participam também nos exercícios nacionais: AÇOR, CONTEX, PHIBEX e ZARCO; e internacionais: CMX e JMC.

PARTICIPAÇÃO EM MISSÕES IMPORTANTES:

• Entre 03 de Setembro de 1975 e 11 de Março de 1976, a "Afonso Cerqueira" efectou uma viagem de circum-navegação, com a duração de 190 dias.
• Em Dezembro de 1975, a "João Roby" e a "Afonso Cerqueira" enquanto efectuavam comissões em Timor-Leste, após a Invasão Indonésia recolheram o pessoal militar português para a Ilha de Ataúro e posteriormente partiram para o seu porto de abrigo, na Base Naval de Darwin (Austrália).


Tropas Pára-quedistas a bordo da corveta "João Roby" nas imediações da ilha de Ataúro

• Em Junho de 1976, a Força Naval UO.21.2.1 constituída pela "Afonso de Cerqueira" e "Honório Barreto", comandado por um CMG e com Aspirantes do 2.º Ano da Escola Naval, Cadetes do CFOSE e alunos do Colégio Militar embarcados, acompanharam o Navio-Escola "Sagres" e a "Vega" numa viagem aos EUA para representar a Armada Portuguesa nas comemorações do seu Bicentenário, participando na "Internacional Naval Review" e na Parada Naval no Rio Hudson.
• Em Janeiro de 1980, a "Baptista de Andrade" prestou apoio às populações sinistradas dos Açores no sismo ocorrido no dia 1 de Janeiro.
• A 06 de Abril de 1989, a "Afonso Cerqueira" detectou um submarino convencional soviético da classe "Foxtrot" a navegar à superfície da ZEE de Portugal Continental.


Imagem obtida através dos binóculos do Director Secundário de pontaria e controlo de tiro da peça CREUSOT-LOIRE de 100mm (Foto de Francisco Santos)

• Em 1992, a "Baptista de Andrade" integrou as forças navais da UEO, na «Operação Sharp-Vigilance» no Mar Adriático, efectuando observação e vigilância marítima.
• Em 2002, a "João Roby" e a "Afonso Cerqueira" estiveram envolvidas nas operações de combate à poluição no mar, resultantes do afundamento do petroleiro "Prestige", efectuando acompanhamento da situação e recolha de amostras.
• Em Maio de 2003, a "João Roby" participou na 2ª fase da «Operação Ulysses», com objectivo de combater à imigração ilegal por via marítima, numa operação conjunta com a Marinha de Guerra Espanhola. A bordo da corveta estiveram agentes da do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
• Em Junho de 2003, a "João Roby" esteve envolvida nas operações de combate à poluição no mar, resultantes do afundamento do navio porta-contentores "Nautila".
• Em 2004, a "Afonso Cerqueira" durante a sua patrulha na zona da Convenção para a Cooperação Multilateral de Pescas no Atlântico Nordeste, efectuou duas acções de busca e salvamento a pesqueiros espanhóis, no mar coordenado pelo MRCC Reykjavic (Islândia).
• Em Agosto de 2004, a "Baptista de Andrade" participou na operação de negação às águas territoriais portuguesas, ao navio "Borndiep" (Barco do Aborto) da organização "Women on Waves".
• Em Julho de 2005, a "Baptista de Andrade" desempenhou medidas de protecção a visita particular dos Reis de Espanha aos Açores.
• Em Agosto de 2006, a "Baptista de Andrade" no âmbito da Agência Europeia de Fronteiras participou na «Missão Hera II», com objectivo de apoiar Cabo Verde no combater à imigração ilegal por via marítima, a bordo da corveta estiveram 3 inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, 2 agentes da Polícia Marítima e um pelotão de abordagem de 12 Fuzileiros.
• Em 2006, a "João Roby", estive envolvido na operação de tentativa de reflutuação do navio porta-contentores "Valour", que encalhou na Ilha do Faial, nos Açores.
• Em Agosto de 2006, a "João Roby" colocou 10 Fuzileiros nas Ilhas Selvagens com o objectivo de proteger os Vigilantes do Parque Natural da Madeira em serviço nas Selvagens.
• De Julho a Setembro de 2009, a "João Roby" apoiou a Brigada Hidrográfica da Marinha na realização de levantamentos hidrográficos, com o objectivo de actualizar as cartas dos portos e fundeadouros das ilhas do grupo central dos Açores, transportando a UAM "Cagarra".


Foto: blog o Porto da Graciosa