08/07/09

LANCHAS DE DESEMBARQUE GRANDE CLASSE "BOMBARDA"

(ACTUALIZADO)

Lancha de Desembarque Grande "BACAMARTE"

TIPO DE NAVIO:
Lancha de Desembarque

PERFIL:


DESLOCAMENTO:
654 toneladas

DIMENSÕES:
56,2 x 11,8 x 1,8 metros

PROPULSÃO:
2 motores a diesel MTU MD-225 - 910cv
2 hélices

ENERGIA:
2 geradores diesel-eléctricos CUMMINS de 85kVA

VELOCIDADE MÁXIMA:
Vazia: 10,5 nós (20 km)
Carregada: 9,5 nós (17 km)

AUTONOMIA:
2.600 milhas a 10,5 nós
5.000 milhas a 7 nós

GUARNIÇÃO:
Oficiais: 3 (Sob o comando de um oficial subalterno)

Sargentos: 4
Praças: 20
Total: 27

RADAR:
Navegação - KELVIN HUGHES 1007, banda I (37 Km de alcance)

COMUNICAÇÕES:
- Radiogoniómetros VHF / HF / MF;
- Transreceptores VHF / UHF / HF;
- VHF DSC SAILOR;
- 1 ETO (Emissor Transmissor de Ordens);
- 2 Projectores de sinais

EQUIPAMENTO:
- 1 Bote pneumático ZEBRO III;
- Sistema de Carta Electrónica ECDIS;
- Sistema GPS;
- 1 Ferro de roça à popa;
- Receptor DGPS;
- Girobússola ARMA-BROWN;
- Anemómetro;
- Agulha magnética;
- Agulha giroscópica;
- Barógrafo;
- Barómetro;
- Ar condicionado;
- 2 Balsas salva-vidas;
- Sistema de recepção de Avisos à Navegação NAVTEX;
- Receptor meteorológico FAC-SIMILE – NAGRAFAX;
- 1 Grua hidráulica telescópica HIAB 60 SEACRANE de 3,5 toneladas;
- 1 Câmara hiperbárica contentorizada

CAPACIDADE DE CARGA:
28,5 x 8 metros / 350 toneladas no total
(400 tropas, 10 viaturas, 8 blindados ligeiros, 5 LARC ou 4 carros de combate)


Viatura anfíbia LARC-5 a embarcar na "Bacamarte"

SISTEMAS DE ARMAS:
2 Peças OERLIKON de 20mm/65 (2 Km de alcance);
2 Metralhadoras-ligeiras HK 21 de 7,62mm

DESIGNAÇÃO NATO:
LCU

INDICATIVO DE CHAMADA INTERNACIONAL:
DESARTE

ENDEREÇO RADIOTELEGRÁFICO:
CTJK


NÚMERO DE AMURA:
LDG 203

BASE DE APOIO:
Base Naval de Lisboa

NOME:
N.R.P. Bacamarte

ANO DE CONSTRUÇÃO:
1985

EMPREGO OPERACIONAL:
- Transporte de apoio logístico (mantimentos, munições, etc);
- Embarque e desembarque de tropas, viaturas, blindados e carros de combate;






Desembarque de cadetes da Academia Militar

- Apoio e participação em exercícios e operações navais;
- Reboque de alvo de artilharia para tiro de superfície;
- Navio de apoio a Mergulhadores;
- Recolha de torpedos;






Recuperação de um torpedo de exercício com o apoio de Mergulhadores

- Missões de treino de mar;
- Combate a poluição no mar;


"Bacamarte" com o sistema de combate à poluição V-SWEEP, montado a Estibordo

- Apoio a operações SAR;
- Presença Naval;
- Serviço público

NOTAS:
• As lanchas desta classe (inicialmente 3) são de concepção e construção nacional: a "Bombarda" e "Alabarda" nos Estaleiros Navais do Mondego (Figueira da Foz) e a "Bacamarte" nos Estaleiros do Arsenal do Alfeite, esta última com ligeiras diferenças na superestrutura.
• A LDG 201 "Bombarda", de Julho de 1969 até Outubro de 1974 foi destacada para a Guiné-Bissau durante a Guerra Colonial, apoiando e participando em operações, transportando civis e militares, abastecimentos, viaturas e material militar, regressou a Portugal em Junho de 1975, passando a participar em exercícios navais e a realizar missões logísticas. Foi abatida ao efectivo dos navios da Armada em 31 de Outubro de 1997 e vendida à empresa angolana SONAUTA, recebendo o nome "Chiloango" e classificada como navio Ro-Ro de passageiros e carga.


Chiloango , ex-LDG "Bombarda" (Foto de Luís Miguel Correia)

• A LDG 202 "Alabarda", de Novembro de 1971 até 1975 foi destacada para a Guerra Colonial, realizando diversas missões de reabastecimento logístico na costa angolana, regressando a Portugal em Julho de 1975, passando a efectuar missões de apoio logístico nos Açores. Foi abatida ao efectivo dos navios da Armada em 31 de Outubro de 1997 e vendida à empresa angolana SONAUTA, mantendo o mesmo nome e classificada como navio Ro-Ro de passageiros e carga.


LDG "Alabarda" nos Açores

• O seu desenho e características técnicas assemelham-se bastante com as Lanchas de Desembarque da classe "Edic 700" da Marinha de Guerra Francesa.


Lancha de Desembarque da classe EDIC 700 da Marinha de Guerra Francesa

• A LDG 203 "Bacamarte", durante os seus primórdios realizou missões de carácter de serviço público, contribuindo para a ligação e transporte logístico inter-ilhas de material, pessoas, bens e construção de portos no arquipélago dos Açores.
• A principal característica é a capacidade de abicar a terra, possibilitando o embarque e desembarque de tropas, viaturas, blindados e carros de combate, assim como transportar o apoio logístico necessário a forças de Fuzileiros.



Desembarque de Jipe 4x4 LAND ROVER DEFENDER 110 SW

Desembarque de Jipe 4x4 MERCEDES GD240


Desembarque de Camião 4x4 MERCEDES-BENZ UNIMOG U 1550L

• Em 1979, a LDG 201 "Bombarda" realizou uma missão de cooperação de 2 meses na República de Cabo Verde.
• Em 1999, a LDG 203 "Bacamarte" participou no exercício "CONTEX-PHIBEX" transportando as viaturas anfíbias LARC-5 utilizadas no assalto anfíbio.
• Em Outubro de 2002, a LDG 203 "Bacamarte" serviu como meio de embarque e desembarque nos testes à capacidade anfíbia das viaturas em concurso para renovação da frota de blindados de rodas (APC/IFV).








Testes à viatura blindada PIRANHA III durante o concurso para renovação da frota de blindados APC/IFV de rodas

• Em Abril de 2003, a LDG 203 "Bacamarte" participou no exercício "SWORDFISH", rebocando o alvo de artilharia para tiro de superfície.
• Em 2004, durante a manutenção da LDG 203 "Bacamarte" no Arsenal do Alfeite, realizaram-se as alterações necessárias para instalação de uma câmara hiperbárica contentorizada e um contentor standard de alojamento, passando a servir como navio de apoio aos Mergulhadores (DIVING SUPPORT UNIT), substituindo nesta tarefa o Navio-balizador "Schultz Xavier".


Contentor standart de alojamento

• Em 2004, a LDG 203 "Bacamarte" no decorrer do exercício "INSTREX", apoiou a força naval e transportando o alvo de artilharia para tiro de superfície.


Alvo rebocavél para fogo de artilharia naval

• Em Novembro de 2006, a LDG 203 "Bacamarte" participou no exercício "LUSIADA" no âmbito da preparação das Forças Armadas para cenários de resposta a crises.
• Em Junho de 2009, a LDG 203 "Bacamarte" participou no exercício de combate à poluição do mar e de salvamento marítimo "MERO 09", juntamente com a corveta "Afonso Cerqueira", Navio-Patrulha "Zaire", Navio de Passageiros "Lobo Marinho" e o Navio-Tanque "Galp Marine", ao largo da Ponta do Garajau na Madeira.
• Em Junho de 2007, a LDG 203 "Bacamarte" apoiou a realização do exercício da Academia Militar "TIGRE 07, transportando os cadetes.
• Em Junho de 2009, a LDG 203 "Bacamarte" foi destacada para apoiar os Mergulhadores no âmbito da aceitação de dois sistemas AUV's GAVIA pela Marinha Portuguesa.


Sistemas AUV's GAVIA no poço da "Bacamarte"

• Em Julho de 2009, a LDG 203 "Bacamarte" participou numa demonstração relativa ao exercício de Segurança Energética organizado para o Presidente da República.
• Em Outubro de 2009, participou no exercício de combate à poluição "ESPADARTE 2009", nas acções de contenção e a recolha de hidrocarbonetos, na costa Oeste ao largo de Sines.
• Participa também nos exercícios nacionais: AÇOR e ZARCO.

PARTICIPAÇÃO EM MISSÕES IMPORTANTES:
• A 22 de Novembro de 1970, a LDG 201 "Bombarda" participou na "Operação Mar Verde", juntamente com a LDG 104 "Montante", as LFG’s "Orion", "Hidra", "Cassiopeia" e "Dragão" e os DFE's n.º 21 e 22 (Africanos), na Guiné-Conakry.
• De Outubro de 1974 a Junho de 1975, a LDG 201 "Bombarda" em conjunto com as LDG 101 "Alfange", LDG 102 "Ariete", fragata "Roberto Ivens" e corveta "Augusto Castilho", rumaram da Guiné-Bissau para Cabo Verde para apoiar o processo de descolonização em curso.
• Em Novembro de 2002, a LDG 203 "Bacamarte" esteve empenhada nas operações de combate à poluição no mar, resultantes do afundamento do petroleiro "Prestige", utilizando equipamento de recolha de poluição e transportando uma cisterna.


Embarque da cisterna pelo tractor de reboque


Cisterna a bordo da LDG Bacamarte


Desembarque da cisterna por recurso a uma grua

Em Junho de 2003, a LDG 203 "Bacamarte" esteve envolvida nas operações de combate à poluição no mar, resultantes do afundamento do navio porta-contentores "Nautila", tendo sido utilizada na detecção e recolha de bidões que se encontravam à deriva na área, as operações de recolha foram efectuadas com o apoio de Mergulhadores Sapadores.

NOTA: Artigo do Blog da Reserva Naval sobre as LDG's:

16 comentários:

  1. Em 1998 fotografei em Lisboa a BOMBARDA após ter sido vendida à empresa SONAUTA, de Luanda. Passou a ser um navio mercante de 435 toneladas GT com o nome CHILOANGO e está classificada como navio Ro.Ro de passageiros e carga. Tenho que digitalizar algumas destas imagens. Parece que ainda se encontra em serviço em águas de Angola.
    LMC

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    1. Não sei precisar o ano, mas em 2016/17 abatemos (Sonauta) ao inventário, tanto a Chiloango como a Alabarda, ambas cortadas a maçarico e puxadas para terra com tratores de rastos na Ilha de Luanda. Tinha várias fotos do desmantelamento de ambas mas infelizmente perdi-as, mas ainda há registos disso...

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  2. Caro Camarada,

    você está sempre a "postos"!

    Já merecia ser condecorado no próximo Dia da Marinha!

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  3. Viva!

    Em Angola:
    http://sonauta.net/frota.htm

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  4. Muito interessante esta informação. Pela minha parte, como editor da revista Todo Terreno, fiquei ainda mais curioso. Como é que poderei fazer uma reportagem sobre esta lancha de desembarque os os veículos anfíbios e jipes que pode transportar? Se alguém souber indicar-me, agradeço!

    Alexandre Correia

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  5. Simplesmente espectacular, com excelentes informações sobre a vida operacional dos navios.
    O blogue de referência sobre a nossa marinha de guerra.
    Parabéns!...

    Luis Filipe Silva

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  6. Caro Alexandre Correia: A melhor forma é fazendo um pedido ao Gabinete do Chefe do Estado Mair da Armada referindo a intenção da reportagem em causa.
    Pode começar por aqui:

    http://www.marinha.pt/PT/extra/Pages/Contactos.aspx
    Serviço de informação e Relaçõs Públicas
    gabcema@marinha.pt

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  7. Caro Barco à Vista

    Já aqui está um meio que simboliza a capacidade de projecção de força da nossa Marinha!!
    Para quando artigos dedicados aqueles que representam essa força em terra (Os Fuzileiros, claro!!!!)?

    Parabéns!!!!
    Pelo número de visitas e pelos comentários deixados por outros blogers, este sitio já é uma referência sobre a nossa "BRIOSA".

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  8. para quando o reconhecimento pelos responsaveis do museo da marinha pela historia destes apaixonantes navios. LDP LDM LDG eu tive o prazer de ter navegado e sentir a alegria de ouvir ao longe o doce roncar dos seus motores. Guine 1970/72

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  9. O NRP Bombarda acompanhei desde Cabo Verde ate as Canarias "Las Palmas" quando regreçou da Guiné , fez Base no Mindelo e depois entao acompnhada pelo NRP Augusto Castilho abandonou de vez as suas missoes no Ultramar , com as condiçoes atmosfericas levamos cerca de 9 dias do Mindelo ate Las Palmes e mesmo de reboque , o mar nao a deixava avançar , foi durua a missa mas com exito.....

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  10. Em 1975, entre Outubro e Dezembro, quando passei à disponibilidade como subten RN 124/73, fui imediato da "Alabarda", recém chegada, a reboque, de Angola. Estive sempre atracado na base do Alfeite, a par da "Bombarda", no cais 5S. Dali fomos rebocados quase no fim do ano para "fabricos" no Arsenal. Foi bom recordar...

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    1. Em 1978-79 fui Imediato da Bombarda. Muitos exercicios Contex e viagens até alto mar ( minimo 6000 metros de profundidade)
      para largar material de guerra obsoleto.

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    2. Quase nos encontrava-mos a bordo da ALABARDA, Fiz parte da guarnição entre Nov74 e Jul75, fazendo a viagem de Angola a Lisboas, com escala em Sao Tomé e Las Palmas. Boas recordações. (Reinaldo Santos - mar.L 1530/69)

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    3. Acompanhei-o nesses exercicios Contex e descargas de material, Sr. Imediato Ferreirra, do Sousa unico "L" a bordo, cordias saudações.

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  11. ola pesso desculpa pela minha ignorancia, mas vi que esta lancha e considerada grande.. uma lancha das mesmas dimensoes ou esta mesmo dariam para funcionar num navio anfibio da classe mistral por exemplo???

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  12. O DFE 22 Não participou na OP Mar Verde Não existia nem em Formação Só ficou Operacional no Final de 1971 Só o DFE 21 Participou nessa Operação e mais alguns Homens FZEs Metropolitanos doutros DFES em Comissão na Guiné .

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