Projecto do Navio de Combate à Poluição
A inexistência e indisponibilidade em permanência de navios dedicados para o combate à poluição marítima, é cada vez mais um imperativo de segurança nacional que urge ultrapassar, reflectindo-se na sua capacidade de realizar operações fundamentais nas primeiras horas após um derrame, impedindo a progressão dos produtos poluentes em direcção a áreas sensíveis como praias, zonas de pesca, habitats, turismo ou lazer.
A costa de Portugal regista uma média de 56 incidentes de poluição marítima por ano, embora a maioria dos casos, não apresente uma dimensão significativa.
Deste modo, serão construídos dois navios nos ENVC, baseados no projecto NPO (3º e 4º navio em 2012), com as mesmas características principais e equipamentos mencionados, mas ao invés dum convés de voo na popa, serão dotados de uma grua de grande capacidade e equipamentos específicos para o combate à poluição no mar, portos e estuários, conciliando com a capacidade de fazer balizagem em zonas de responsabilidade ou interesse nacional.
Esta diferença a nível da meia-nau para a popa, demonstra a versatilidade do projecto, apresentando neste caso inovação do ponto de vista da arquitectura e engenharia naval, tratando-se de unidades originais e sem antecessores na Marinha de Guerra Portuguesa.
Substituirão o Navio-balizador "Schultz Xavier", nas funções de balizagem e assinalamento marítimo, dado que este navio está prestes a alcançar o seu limite de vida útil operacional.
Estarão habilitados a desenvolver operações de fiscalização da pesca, combate a actos ilícitos, apoio a Mergulhadores (mediante a instalação de uma câmara hiperbárica contentorizada de 20 pés), patrulhas e SAR.
Em 2006, o 3.º navio da classe, o P362 foi baptizado "Sines" e em 2007 foi baptizado o 4.º, o P363 de "Ponta Delgada", em homenagem às cidades onde se realizaram as comemorações do Dia da Marinha.
PRINCIPAIS CAPACIDADES NO COMBATE À POLUIÇÃO MARÍTIMA:
• Capacidade para remover grandes quantidades de poluentes em suspensão;
• Contenção e recolha dinâmica de hidrocarbonetos derramados no mar;
• Aplicação de dispersantes sobre manchas poluentes;
• Trasfega de hidrocarbonetos para tanques próprios ou flutuantes.
EQUIPAMENTO DE COMBATE À POLUIÇÃO:
- Sistema para recolha e trasfega dos poluentes de média e alta viscosidade;
- Sistema de lançamento de dispersante por ambos os bordos;
- Dois tanques flutuantes portáteis do tipo "Unibag", cada um de 50 m³;
- Uma serpentina interna de circulação de vapor;
- Uma embarcação de combate à poluição;
- Três canhões de água, dois à vante da ponte e outro à ré da chaminé;
- Um braço móvel com guincho principal com capacidade para retirar contentores a flutuar;
- Uma estação de descontaminação e outra de tratamento;
- Recuperadores de vácuo;
- Enrolador de Barreira
Parabéns por mais um artigo de interesse, pois ainda existe muita pouca informação sobre esta variante do NPO.
ResponderEliminarGrande abraço Dr.
M. O. Oficial da Marinha
Estou estupefacto com o verdadeiro manancial de INFO sobre a Briosa contido neste blogue!
ResponderEliminarSegundo o meu ilustre camarada Almirante Nunes da Silva, estamos perante um caso de extrema raridade, pois o autor destas linhas nem sequer passou pela Escola Naval!?
Dou graças a quem gerou semelhante prodígio, que quem sabe, com o devido tempo poderá fazer reviver o que a Marinha foi em tempos, a “Menina dos olhos” desta nação.
Um abraço ao seu autor.