30/07/09

NAVIOS DE COMBATE À POLUIÇÃO SUBCLASSE "SINES"


Projecto do Navio de Combate à Poluição

          A inexistência e indisponibilidade em permanência de navios dedicados para o combate à poluição marítima, é cada vez mais um imperativo de segurança nacional que urge ultrapassar, reflectindo-se na sua capacidade de realizar operações fundamentais nas primeiras horas após um derrame, impedindo a progressão dos produtos poluentes em direcção a áreas sensíveis como praias, zonas de pesca, habitats, turismo ou lazer.
          A costa de Portugal regista uma média de 56 incidentes de poluição marítima por ano, embora a maioria dos casos, não apresente uma dimensão significativa.
          Deste modo, serão construídos dois navios nos ENVC, baseados no projecto NPO (3º e 4º navio em 2012), com as mesmas características principais e equipamentos mencionados, mas ao invés dum convés de voo na popa, serão dotados de uma grua de grande capacidade e equipamentos específicos para o combate à poluição no mar, portos e estuários, conciliando com a capacidade de fazer balizagem em zonas de responsabilidade ou interesse nacional.
          Esta diferença a nível da meia-nau para a popa, demonstra a versatilidade do projecto, apresentando neste caso inovação do ponto de vista da arquitectura e engenharia naval, tratando-se de unidades originais e sem antecessores na Marinha de Guerra Portuguesa.
          Substituirão o Navio-balizador "Schultz Xavier", nas funções de balizagem e assinalamento marítimo, dado que este navio está prestes a alcançar o seu limite de vida útil operacional.
          Estarão habilitados a desenvolver operações de fiscalização da pesca, combate a actos ilícitos, apoio a Mergulhadores (mediante a instalação de uma câmara hiperbárica contentorizada de 20 pés), patrulhas e SAR.
          Em 2006, o 3.º navio da classe, o P362 foi baptizado "Sines" e em 2007 foi baptizado o 4.º, o P363 de "Ponta Delgada", em homenagem às cidades onde se realizaram as comemorações do Dia da Marinha.

PRINCIPAIS CAPACIDADES NO COMBATE À POLUIÇÃO MARÍTIMA:
• Capacidade para remover grandes quantidades de poluentes em suspensão;
• Contenção e recolha dinâmica de hidrocarbonetos derramados no mar;
• Aplicação de dispersantes sobre manchas poluentes;
• Trasfega de hidrocarbonetos para tanques próprios ou flutuantes.

EQUIPAMENTO DE COMBATE À POLUIÇÃO:
- Sistema para recolha e trasfega dos poluentes de média e alta viscosidade;
- Sistema de lançamento de dispersante por ambos os bordos;
- Dois tanques flutuantes portáteis do tipo "Unibag", cada um de 50 m³;
- Uma serpentina interna de circulação de vapor;
- Uma embarcação de combate à poluição;
- Três canhões de água, dois à vante da ponte e outro à ré da chaminé;
- Um braço móvel com guincho principal com capacidade para retirar contentores a flutuar;
- Uma estação de descontaminação e outra de tratamento;
- Recuperadores de vácuo;
- Enrolador de Barreira

2 comentários:

  1. Parabéns por mais um artigo de interesse, pois ainda existe muita pouca informação sobre esta variante do NPO.

    Grande abraço Dr.

    M. O. Oficial da Marinha

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  2. Estou estupefacto com o verdadeiro manancial de INFO sobre a Briosa contido neste blogue!

    Segundo o meu ilustre camarada Almirante Nunes da Silva, estamos perante um caso de extrema raridade, pois o autor destas linhas nem sequer passou pela Escola Naval!?

    Dou graças a quem gerou semelhante prodígio, que quem sabe, com o devido tempo poderá fazer reviver o que a Marinha foi em tempos, a “Menina dos olhos” desta nação.

    Um abraço ao seu autor.

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