23/06/09

NAVIOS-PATRULHA DA CLASSE "CACINE"


Navio-Patrulha "CACINE"

TIPO DE NAVIO:
Patrulha costeiro

PERFIL:


DESLOCAMENTO:
310 toneladas

DIMENSÕES:
48,1 x 7,6 x 2,2 metros

PROPULSÃO:
2 motores a diesel MTU 12V 538 TB80 - 3.750cv
2 hélices

ENERGIA:
2 geradores diesel-eléctricos MERCEDES-BENZ de 100kVA

VELOCIDADE MÁXIMA:
20,5 nós (38 km)

AUTONOMIA:
4.400 milhas a 12 nós

GUARNIÇÃO:
Oficiais: 3 (Sob o comando de um oficial subalterno)
Sargentos: 6
Praças: 24
Total 33

RADAR:
Navegação - KELVIN HUGHES 1007, banda I (37 Km de alcance)

COMUNICAÇÕES:
- Receptor REDIFON WK2182;
- Receptor MF/HF CEG2200;
- Transreceptor VHF SAILOR RT2048;
- Transreceptor UHF/VHF XT412;
- 2 Transreceptores HF RF-2301;
- Radiogoniómetro VHF TAIYO;
- Radiogoniómetro MF/HF TAIYO;
- MF/HF DSC SKANTI 9000;
- VHF DSC SAILOR RM2042;
- 1 ETO (Emissor Transmissor de Ordens);
- 1 Projector de sinais

EQUIPAMENTO:
- Terminal SIFICAP;
- Sistema GPS MX200;
- Odómetro electromagnético SAGEM;
- 2 Agulhas magnéticas;
- Sonda ultrasónica ELAC LAZ 50;
- Girobússola ARMA-BROWN MKIMOD 5C;
- Anemómetro LAMBRECHT;
- Receptor DGPS FURUNO GP-80;
- 1 Lancha semi-rígida;
- 1 Bote pneumático ZEBRO III;
- Sistema de Carta Electrónica ECDIS;
- Agulha giroscópica;
- Ómega diferencial;
- Barógrafo;
- Barómetro;
- Equipamentos portáteis de visão nocturna;
- 1 Grua hidráulica telescópica HIAB 60 SEACRANE de 3,5 toneladas;
- Sistema de recepção de Avisos à Navegação NAVTEX;
- Receptor meteorológico FAC-SIMILE - NAGRAFAX;
- 2 Balsas salva-vidas ( + 1 quando de comissão no arquipélago Madeira)

SISTEMAS DE ARMAS:
1 Peça BOFORS de 40mm/60 Mod68 (12 Km de alcance)
1 Peça OERLIKON de 20mm/65 (2 Km de alcance)
2 Metralhadoras-ligeiras HK 21 de 7,62mm

DESIGNAÇÃO NATO:
PB

INDICATIVO DE CHAMADA INTERNACIONAL:
PACINE
PAANZA
PAZAIRE
PASAVE

ENDEREÇO RADIOTELEGRÁFICO:
CTPO
CTPS
CTPU
CTPY

NÚMERO DE AMURA:
P1140
P1144
P1146
P1161

BASE DE APOIO:
Base Naval de Lisboa

NOME:
N.R.P. Cacine
N.R.P. Quanza
N.R.P. Zaire
N.R.P. Save

ANO DE CONSTRUÇÃO:
1969
1970
1970
1973

EMPREGO OPERACIONAL:
- SAR;
- Presença Naval;
- Serviço público;
- Patrulha costeira da ZEE;
- Controlo da poluição na costa;
- Combate ao narcotráfico;
- Fiscalização da pesca;
- Fiscalização dos esquemas de separação de tráfego marítimo;
- Segurança de navios estrangeiros de visita a portos nacionais;
- Escolta a navios combatentes em àguas restritas;
- Exercícios com unidades navais e aéreas.

NOTAS:
• Foram construídos nos Estaleiros do Arsenal do Alfeite e nos Estaleiros Navais do Mondego (Figueira do Foz), todos os navios desta classe (inicialmente 10), têm nomes de rios africanos e indianos das antigas colónias, "Cacine" e "Geba" - Guiné-Bissau, "Cunene", "Quanza" e "Zaire" - Angola, "Zambeze" - Angola (desagua em Moçambique), "Rovuma", "Limpopo" e "Save" - Moçambique e "Mandovi" - Índia.
• Os últimos navios a ser construídos o "Limpopo" (já desactivado) e o "Save", tiveram algumas modificações no desenho estrutural, apresentando uma borda-falsa no castelo, permitindo aos navios terem melhor comportamento no mar em relação aos restantes da classe.
• Estes navios são uma evolução tecnológica das LFG - Lanchas de Fiscalização Grande da classe "Argos" construídas entre 1964 e 1965, nomeadamente com uma motorização diferente e mais potente, maior tonelagem de deslocamento, ao nível dos interiores as acomodações para a guarnição são mais espaçosas e contam com armamento, sensores e equipamentos mais sofisticados.

Lancha-patrulha da classe "Argos"

• Substituíram os seis patrulhas de 357 toneladas da classe "Príncipe" na Guerra Colonial, construídos entre 1942 e 1944 nos Estados Unidos, que tinham sido cedidos em 1949 ao abrigo do MDAP - Mutual Defence and Assistence Program.
• Durante os seus primeiros anos, à excepção do "Limpopo" e do "Geba" (já desactivados) todos os outros navios cumpriram missões operacionais na Guerra Colonial em Angola, Guiné e Cabo Verde, desde o patrulhamento da costa, vigilância e escolta avançada a navios de transporte de tropas e de material, apoio a lanchas de desembarque, assim como missões com os outros ramos das Forças Armadas.
• No tempo da Guerra Colonial eram dotados de 2 peças BOFORS, uma à proa e outra na popa, esta última substituída por uma grua de apoio aos botes pneumáticos, sobre a superestrutura onde se encontra actualmente a peça OERLIKON, estava um lança-foguetes de 32 tubos de 37mm, utilizado como apoio de fogo próximo contra eventuais alvos costeiros e saturação de área para a realização de desembarques.


"Zambeze" no tempo da Guerra Colonial


"Cacine" no tempo da Guerra Colonial

• Actualmente realizam comissões de 3 meses de modo rotativo no Continente e Madeira, prioritariamente missões SAR, patrulha costeira e fiscalização da pesca.
• A 02 de Abril de 1976, o "Save" quando navegava em serviço de fiscalização a 2 milhas da Ponta de Sagres na costa algarvia, foi abalroado por um navio não identificado que após a colisão afstou-se sem prestar assistência, no acidente pareceu 1 Sargento MQ e 2 elementos da guarnição sofreram ferimentos ligeiros, o navio sofreu vários danos no tombadilho, superestrutura e um grande rombo na zona das máquinas, sendo-lhe soldado uma chapa de modo a permitir o navio navegar até ao Arsenal do Alfeite para reparação, após a colisão foi socorrido inicialmente por 3 traineiras e depois pela Lancha de fiscalização pequena "Albatroz" e pelo "Limpopo".


Danos provocados pela colisão

• Em 1987, o Rei Gustavo da Suécia durante a sua estadia na Região Autónoma da Madeira, realizou um breve passeio às Ilhas Desertas a bordo do "Cacine".
• Em 2002, a "Geba" (já desactivada) participou no exercício "INSTREX", integrada na força opositora.
• Em Agosto de 2002, o Cte. do "Zambeze", Oficial de Marinha com especialidade em Mergulhador, foi condecorado com a medalha de prata de Coragem, Abnegação e Humanidade pelo Ministro da Defesa Nacional, pelo facto de em trabalho de equipa de com a guarnição, terem salvo em condições adversa de visibilidade e com risco da própria vida, o condutor de um automóvel que caiu ao mar no cais de Leixões em Julho do mesmo ano.
• Em Maio de 2005, o "Zaire" serviu de plataforma de abordagem para uma simulação do DAE, no Dia da Marinha.


Simulação de abordagem

• Em Maio de 2006, o "Zaire" colaborou no exercício de fogo real "PEDRA VIVA" do RG3, realizado com canhão bitubo anti-aéreo RHEINMETALL Mk20 RH 202 de 20mm, realizando a interdição do espaço marítimo ao Largo da Ponta do Pargo (Madeira).
• Em Maio de 2006, durante o exercício "SWORDFISH", o "Limpopo" (já desactivado) afundou-se após servir de navio alvo num exercício de tiro real com mísseis.
• Em Junho de 2008, durante o exercício "SWORDFISH", o "Geba" (já desactivado) afundou-se a 200 milhas a Sudoeste de Sagres, após servir de navio alvo num exercício de tiro real com 7 mísseis disparados por 5 fragatas participantes no exercício, de salientar que pela 1.ª vez foi possível reunir as três fragatas da classe "Vasco da Gama" que efectuaram o lançamento de mísseis contra o mesmo alvo.
• Em Junho de 2009, o "Zaire" participou no exercício de combate à poluição do mar e de salvamento marítimo "MERO 09", juntamente com a corveta "Afonso Cerqueira", LDG "Bacamarte", Navio de Passageiros "Lobo Marinho" e o Navio-Tanque "Galp Marine", ao largo da Ponta do Garajau na Madeira.


Navio-Patrulha "Zaire" lançando pipocas para simular poluente

• Participam nos exercícios nacionais: AÇOR, CONTEX, PHIBEX e ZARCO.
• Foram remotorizados em 1992/1993.

PARTICIPAÇÃO EM MISSÕES IMPORTANTES:
• Em Novembro de 1977, a "Geba" (já desactivada) prestou assistência aos náufragos do acidente do Boeing 727 da TAP, que devido ao mau tempo e após falhar a segunda tentativa de aterragem, saiu descontrolado do final da pista embatendo e explodindo numa estrada junto do aeroporto da Madeira.
• Em Março de 2001, a "Geba" (já desactivada) coadjuvou na recuperação de corpos do acidente da ponte Hintze Ribeiro em Entre-os-Rios.
• Em 2001, o "Zambeze" (já desactivado), estive envolvido na operação de remoção do navio mercante chinês "Coral Bulker", que encalhou no molhe exterior do porto de Viana do Castelo.
• Em 2002, o "Save", "Zaire" e o "Limpopo" (este último já desactivado), estiveram agrupados nas operações de combate à poluição, resultantes do afundamento do petroleiro "Prestige", efectuando o controlo das operações superfície, monitorizando a poluição através de comunicações com aeronaves.
• Em Agosto de 2004, a "Zaire" participou na operação de negação às águas territoriais portuguesas, ao navio "Borndiep" (Barco do Aborto) da organização "Women on Waves".
• Em Maio de 2006, a "Zaire" participou numa operação de afundamento de uma mina marítima Mk 56 de exercício que deverá ter perdido a poita que a segurava ao fundo do oceano e surgiu a flutuar a duas milhas a sul da baía de Porto Santo, coordenando toda a operação, monitorizando os seus movimentos, e serviu de apoio a equipa do Destacamento de Mergulhadores Sapadores, na operação também participou uma lancha da Polícia Marítima.

13 comentários:

  1. Naveguei nestes navios quando ainda eram meras LFG nos anos 70, agoram são considerados navios-patrulha???.
    Coitados dos camaradas que navegam com isto no mar aberto, deve dançar bem...

    Nos rios de Àfrica eram uns senhores!

    António Costa 1MAR 70/72

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  2. Fui Grm M no Save, entre Janeiro de 1990 e Março de 1991.
    Além de "correr" toda a costa Continental, fiz comissão de 2 meses na Madeira.
    Um abraço para todos os que navegaram no P1161.
    Cardoso M
    343289
    Penafiel

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    1. Tas bom cardoso eras de comonicacoes sou o mendonca cm

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  3. no fim de velhos e podres..... fartam-se de navegar.... em 2010 só foram 267 dias fora da base naval!!! os que falam mal dos militares, deviam ir experimentar o que é navegar e viver naquelas condiçoes....

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  4. Fui marinheiro artilheiro no "QUANZA" navegamos no mar de Cabo Verde e nos rios da Guiné 72a74 .Um abraço O.J.1702/70 Setubal

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  5. Fui MAR/CE/73 no "ROVUMA" em 75/76 nos mares do Continente e Açores. Quanto à presença de patrulhas nos mares dos Açores, pelo facto de este ter a proa baixa e termos passado sérias dificuldades no meio de uma tempestada (ciclone denominado "EMI"), penso que nunca mais foi autorizado qualquer patrulhamento deste tipo de navios patrulha naqueles mares, só fazem patrulhamento naqueles mares acima da classe "corveta".
    Em 1976, começaram a levantar cerca de 60 cmts as proas de todos os patrulhas. Eram autenticos golfinhos bailarinos.
    "Há mar e mar, ha ir e voltar", era o caso!
    Um abraço a todos os filhos da escola
    Libânio Cristóvão

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    1. naveguei no caçine em 77 com o comandante Sa Leal E mediato Vargas de Matos

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    2. fui marinheiro artilheiro santos a bordo do caçine em 77--78

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  6. Alguém que serviu a bordo da CACINE e/ou GEBA em 1977 (Dezembro) me pode indicar o local (coordenadas) onde andaram a recolhar os náufragos do avião da SATA na Madeira e quem / onde / como, foram recolhidos os destroços do avião Caravelle ? Obrigado

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  7. Fui o primeiro comandante do N.R.P. CUANZA e recordo sempre com muita saudade e orgulho a comissão de dois anos que a bordo dele cumpri em Cabo Verde, imediatamente após ter recebido o seu comando em cerimónia realizada na Doca da Marinha, com a presença do Ministro da Marinha, pelo facto de ter sido o primeiro navio desta classe construído nos Estaleiros Navais do Mondego.
    Dos detalhes mais marcantes desta saudosa comissão, que para mim constituiu uma inesquecível experiência na minha vida de marinheiro ao serviço da Marinha e de Portugal, fiz um descrição resumida no livro "Olhares sobre Guiné e Cabo Verde" da Colecção "Fim do Império", do qual fui co-organizador e co-autor.

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  8. Também fui marinheiro cm e fiz parte da guarnição do nrp "Cacine" entre 86/87 no qual passei tempos maravilhosos.um abraço ao pessoal que fez parte da guarnição.

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  9. A todos os filhos da escola fui m artilheiro no quanta , Zambeze e mandovi . Lorenzo 731795 .

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